tag:blogger.com,1999:blog-66577601647807623062024-03-13T08:50:31.980-07:00DidascáliaEnquanto engoma a calça, eu vou te contar...Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.comBlogger3155125tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-81426540371154858172019-05-20T13:05:00.002-07:002019-05-20T13:17:14.760-07:00TUNA PERDE EX-PRESIDENTE GB FRANCISCO MOREIRA PACHECO<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRrc56nT8XvQzLbLHxnzapYuyisvnwSlmi5N5FF0gNwbnsstLyIkYz_wTyA6rqgfrXLB3-FnYFBw_7gHCREqvIo6PfBIi6XTLX9lTcE3-CVVDmYerJuw4hhINDWiOGA7XlEB5a-k7vz-yS/s1600/SKMBT_C28019052017170.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1015" data-original-width="1600" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRrc56nT8XvQzLbLHxnzapYuyisvnwSlmi5N5FF0gNwbnsstLyIkYz_wTyA6rqgfrXLB3-FnYFBw_7gHCREqvIo6PfBIi6XTLX9lTcE3-CVVDmYerJuw4hhINDWiOGA7XlEB5a-k7vz-yS/s400/SKMBT_C28019052017170.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;"> OS GBs Francisco Pacheco, João Rito e este escriba</span></i></td></tr>
</tbody></table>
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Fomos surpreendidos esta manhã com a lamentável notícia do falecimento do nosso querido amigo ex-presidente da Tuna Luso Brasileira, GB Francisco Moreira Pacheco. Seu Pacheco, como o chamávamos, foi Contador de várias empresas de Belém, tendo mantido por muitos anos seu escritório no bairro da Campina, onde recebia clientes e amigos sempre com uma elegância e uma simpatia impar. Eu próprio o visitei várias vezes, e sempre ele estava pronto para nos tirar uma dúvida e orientar sobre qualquer problema alusivo à Tuna Luso Brasileira.</div>
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Cruzmaltino histórico, Seu Pacheco, que possuía o título de sócio mais antigo da Tuna, como atleta foi remador, tendo convivido ao lado de famosos de sua época como Manoel Cristino, Orlandino Ventura, Manoel Henriques dentre outros e foi um torcedor apaixonado da equipe da Tuna Luso Brasileira por mais de 70 anos.</div>
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Francisco Pacheco foi presidente da Tuna no biênio de 1989 e 90, tendo sido também presidente do Conselho Deliberativo e da Assembleia Geral, e em todos o setores da administração cruzmaltina, foi sempre um exemplo de seriedade e respeito.</div>
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Quando saímos candidato à presidência da Tuna, fomos primeiro anunciar nossa decisão, ao lado do companheiro João Rito, que também já se foi, que era um dos maiores amigos de Pacheco. Depois, voltamos algumas vezes para mostrar nossas propostas e lhe presentear com um folder e uma camisa da campanha.</div>
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Muitas vezes fomos apanhá-lo em seu apartamento para as reuniões do Conselho Deliberativo da Tuna Luso Brasileira, e em algumas oportunidades apanhava também o GB Manoel Henriques, que também já nos deixou. Achava interessante a conversa deles dentro do carro. Pacheco sempre muito calmo, relembrava com Manoel Henriques os tempos deles jovens na Tuna, nas regatas e nas brincadeiras. Vale lembrar que os dois se conheciam e eram grandes amigos desde bem jovens, e nas conversas sorriam e falavam de suas aventuras juvenis.</div>
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Ultimamente, já com a idade um pouco avançada e com alguns problemas de saúde, Seu Pacheco não estava mais indo à Tuna, tampouco participando das reuniões do CONDEL</div>
mas era sempre lembrado, principalmente por quem teve o privilégio de conhecê-lo e ter a felicidade de tê-lo como amigo.<br />
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Para nós, apaixonados pela Tuna, que tivemos a graça e o prazer de conhecê-lo e de conviver embora pouco com sua elegância e grandeza como cidadão, Francisco Moreira Pacheco certamente fará muita falta, tanto pelo seu elevado espírito de grande gestor, como também pela sua dedicação, respeito e amor à Tuna Luso Brasileira.</div>
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Presidente Pacheco, muito obrigado por seus ensinamentos. Descanse em paz, Sr. GB Francisco Moreira Pacheco.</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-15309505777737698242019-03-22T08:16:00.003-07:002019-03-22T08:20:57.284-07:00TODO MUNDO AMA (OU ODEIA!) CAETANO VELOSO<div style="text-align: justify;">
O maior nome da Música Popular Brasileira definitivamente é Belchior: Antonio Carlos Gomes Belchior Fontenele Fernandes. Até ai tudo bem. Ganhou a taça. Mas se pararmos para analisar, pensar bem, Caetano Veloso bate na trave, ou melhor, quase empata com o cearense. Filho de Santo Amaro da Purificação, Bahia, além de ter também um dos nomes mais extensos de nossa MPB, (Caetano Emanuel Viana Telles Veloso), o filho de Dona Canô é talvez o mais chato, o mais amado, o mais odiado, o mais polêmico, o mais endeusado, o mais tudo. O mais danado também.</div>
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Caetano foi o primeiro artista brasileiro a ter coragem de andar pelas ruas e fazer shows de vestido, mostrando, há quase 50 anos, seu lado bem feminino. Nos festivais da TV Record cantou música brasileira acompanhado de um grupo argentino de rock à base de guitarras, indo contra tudo e contra todos, até um grupo de músicos e artistas -inclusive seu amigo Gilberto Gil- que foi às ruas protestando contra a guitarra elétrica que estava sendo introduzida na Música Brasileira.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1968, com Gil, Mutantes, Tom Zé, maestro Rogério Duprat, liderou um movimento musical/político/cultural chamado Tropicália, fazendo fazendo na oportunidade um famoso manifesto quando recebeu vaias em um festival.<br />
Nesse período, final dos anos 60, exilou-se em Londres, onde fez shows com hippies, undergrounds, grupos mambembes de rua, gravou em inglês, mostrou toda sua insatisfação por estar fora de seu país, fazendo uma verdadeira geleia geral de sua vida ao lado de amigos e de sua mulher na época, a atriz Dedé Gadelha. Depois de muitas conversas, acertos com os militares, conseguiu voltar para o Brasil. Estava, como disse em entrevista da época, que estava morrendo de saudades do Brasil.<br />
De volta ao Brasil Caetano não ficou um bichinho manso, ou seja, o leãozinho de sua música. Voltou a ser o mesmo inquieto, o polêmico de sempre, mostrando em seus discos letras românticas, apaixonadas, críticas, algumas metafóricas mas sempre com algo mais para deixar seus amantes e inimigos prontos para abrir o escarcéu de discussões envolvendo seu nome.</div>
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Mas no período, Caetano, temos que ser honestos em reconhecer, continuou o incansável em sua performance como artista. Através de letras e músicas criativas e emocionantes, mostrava uma poesia moderna e ao mesmo tempo cheia de sutileza e sensibilidade, em algumas rasgava seda com afeto por dois grandes amigos, Roberto Carlos e Gilberto Gil. Enquanto anunciava sua separação de Dedé, voltou os olhos para sua outra grande paixão, o Cinema, e investiu de com força na literatura. Comprava brigas pessoais por seu excesso de baianidade e seu visível fascínio por João Gilberto e Dorival Caymi. Discutia através da Imprensa com grupos que cobravam posições políticas sua.<br />
Deixava claro que, como colocou em uma música sua, "gente nasceu pra brilhar", e era isso que ele queria: se mostrar, queria ser estrela, sempre.<br />
Namorava a esquerda e flertava com o centro direita. No meio do caminho, a fogueira das vaidades aparecia e ele soltava a sua inflamante verborragia e anunciava sua decepção com todos os políticos e com tudo. Ao mesmo tempo em que abraçava Fernando Henrique e dizia que não votaria em Lula., contrariava amigos, mas dizia que uma coisa não óde ser comparada a outra. Era seu lado anarquista que ele apresentava à mídia. Mas voltava sempre atrás em suas posições quando surgia um fato e ele achava que poderia faturar em torno de imagem.</div>
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Os mais chegados não estranhavam o filho de Dona Canô. "Caetano sempre foi assim. Nunca deixou de procurar a mídia para si", diziam os inimigos mais íntimos.</div>
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Quando produziu e fez um disco cantando só sucessos latinos, recebeu críticas positivas e muito mais negativas, já que parte da crítica disse que ele estava sofrendo de falta de inspiração. Tascava na hora uma resposta e se jogava com um sucesso no carnaval baiano ou uma música de Orlando Silva.<br />
Mas Caetano, na verdade, sempre foi essa pessoa mesmo como os mais íntimos falavam. Gostava de expor sua genialidade e suas diabruras. </div>
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Lançou artistas: Maria Gadu, Carlinhos Brown e no meio do caminho se apaixonou por uma fã, uma garota de menor idade, com quem depois casou e teve um filho. Fechou shows pelo mundo, e nos EUA recebeu visitas no camarim de grandes nomes da música americana, que o reverenciaram. Fez músicas para filmes do diretor espanhol Pedro Almodóvar, de quem tornou-se grande amigo e recebeu elogios emocionantes.</div>
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Em um filme documentário sobre sua vida e sua arte, respondeu sorrindo sarcasticamente a um comentário do múltiplo artista Hermeto Paschoal que haveria dito em uma entrevista que "Caetano era um excelente letrista e compositor, mas um péssimo músico". A respostas jocosa: "Obrigado grande Hermeto. Partindo de você tudo é válido". Depois, em uma música em que fala de Ray Charles, Steve Wonder e Cole Porter, diz que "o albino Hermeto não enxerga mesmo muito bem".</div>
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Esse é Caetano. Um artista cheio de versatilidade. Um intelectual das artes brasileiras. Amado, odiado, mas com um talento maravilhoso. Um homem, já um senhor, um mito real, que prestes a comemorar 77 anos continua na mídia, falando, cantando só ou ao lado dos três filhos. Fazendo das suas, pulando carnaval na Bahia em seu trio e no dos amigos. Um ser diferenciado, incansável. Um poeta de seu tempo. Um danado. Ou mesmo, como diria aquele meu grande amigo:</div>
<div style="text-align: justify;">
"Caetano é doido".</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-47171323744030411582019-02-21T11:52:00.003-08:002019-03-04T09:12:03.719-08:00MEIO CHATO, MAS COM BOM GOSTO<div style="text-align: justify;">
Tem uma explicação eu gostar tanto de música, ao ponto de não passar um dia sequer sem ouvir, falar, comentar, discutir, etc. Na minha casa, ou melhor, na casa de meu pai, sempre se ouviu muita música, e desde que passei a me entender, sempre teve instrumentos musicais. Meu pai gostava de cantar e foi um aficionado por musica, tendo aprendido de ouvido a tocar Violão, Gaita ou Harmônica e um pequeno instrumento de fole que parecia uma sanfona. Não sei se tinha baixos com a pequena Sanfona de Januário, pai de Luiz Gonzaga, mas o som era de uma sanfoninha.</div>
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Papai tocava os três instrumentos e ainda aprendeu a "arranhar" no velho Piano e na Sanfona grande de seu Alfredo, primo dele em segundo grau, que era músico de uma famoso conjunto musical e marceneiro nas horas vagas.<br />
Na verdade o que papai era mesmo era muito curioso. Aprendeu, segundo ele, tudo de ouvido e com muita força de vontade. Amanhecia o dia e lá estava papai tocando sua Gaita. Eram hinos evangélicos como "Breve virá" e músicas antigas, como "Casinha branca do pé de serra". Gostava também de "Flor de Anair" e algumas de Roberto Carlos. Eu, meio curioso também, embora não tenha aprendido a tocar nem um dos instrumentos caseiros de papai, era metido a cantar ele acompanhando.</div>
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Quis até fazer uma dupla com minha irmã Julinha!<br />
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QUASE MÚSICO<br />
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Na minha casa, era natural sempre aparecerem violonistas do bairro para pedir para o papai "afinar" o Violão. Ele, orgulhosamente mexia nos cravos do instrumento, tocava alguma coisa e passava para o dono. Não sei se ganhava alguma coisa com isso. Só sei que ele fazia tudo de ouvido. O velho era um danado!</div>
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Teve um período, quando eu já estava tentando entrar na adolescência, época de curtição de Beatles, Rolling Stones, Renato e seus Blue Caps, que eu queria de qualquer maneira formar um conjunto musical. Minha intenção, do Aldo e do Quinquim era formar um grupo principalmente para ganhar as meninas, que gostavam dos cabeludos que tocavam e cantavam.</div>
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Sem dinheiro pra poder comprar os instrumentos e até aprender a tocar, nossa única saída foi mentir para as meninas que a gente queria namorar, alegado que nossos pais não deixaram a gente formar o conjunto (não tinha essa de banda. Banda era militar ou escolar) para não atrapalhar nosso rendimento na escola. Mentirosos que só!</div>
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O tempo passou e logo cedo comecei a me desinteressar por conjuntos musicais e me focar mais nos artistas que chegavam mudando a história da MPB nos festivais, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gil, Tom Zé e Geraldo Vandré, um paraibano que parecia cantar os sentimentos do povo nordestino de uma maneira nova, diferente, com coragem e com muito tesão.</div>
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Desde esse período, fiquei meio fanático pelos artistas da MPB. Esqueci até um pouco meus heróis internacionais como Alice Cooper, Emerson, Lake e Palmer, Genesis, Rolling Stones, Carlos Santana, David Bowie e muitos outros. Passei a me dedicar aos novos valores da música brasileira,</div>
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valorizando principalmente ao trabalho dos jovens que surgiam na música e na poesia no Norte e Nordeste como Ednardo, Zé Ramalho, Alceu, Geraldo Azevedo, Amelinha, Belchior, Rui Barata, Fagner, Fafá, Caetano, GiI, etc. Fazia uma ligação e ao mesmo tempo um comparativo da nossa produção com o que era feito lá, como o pessoal do Clube da Esquina de Minas, os irmãos Kleyton, Kledir e Vitor Ramil, Chico Buarque, Ivan Lins e muitos outros.</div>
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Virei um apaixonado pela nossa música. Hoje pouco ouço música internacional, apesar de ainda ter alguns Ps e CDs. Minha praia é sempre nossa música. Lamentando porque, a meu ver, pouca coisa boa surge. Mas vez por oura aparece. Mas me confesso sempre aberto para as coisas novas que me agradam. Sou meio chato, mas sei, sem modéstia, que tenho um bom gosto.</div>
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Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-17688018298549567532019-02-21T07:57:00.000-08:002019-03-04T09:16:03.123-08:00TARZAN E AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS<div style="text-align: justify;">
Como todo garoto e jovem que viveu nos anos 60 e 70, sempre fui apaixonado por historias em quadrinhos e por cinema. Adorava quando chegava o final de semana para receber uma ou duas revistinhas e para ganhar o dinheiro de meu pai, Seu Moraes, para ir ao cinema, matinal ou matiné no sábado ou domingo. Ia sozinho ou com um de meus amigos, que "filava" também o pai para o cinema do fim de semana.</div>
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Colecionava revistas de todos os heróis da época que, ao contrário dos dos anos 90 e de agora, que são ainda mais fictícios, super heróis, americanos ou japoneses, a meu ver confusos e sem a emoção que tinham os de minha infância.</div>
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Calma que eu não quero fazer comparações. Mesmo porque não dá, né? Mas os meus heróis iam de Buck Jones a Hopalong Cassidy. Búfalo Bill e Jerônimo, o herói do sertão. Tinha também o valente Durango Kid e o Kid Colt. Eram muitos kids, mas confesso que eu gostava muito. </div>
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Mas meu herói maior foi mesmo o Tarzan. Culpado disso? Meu pai.<br />
<br />
TARZAN ERA O CARA<br />
<br /></div>
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Tinha mais ou menos 11 anos quando papai me levou para o cinema, e Fortaleza, o Cine jangada. O filme, inesquecível, foi "Tarzan, o filho das selvas", se não me falha a memória com Steve Reeves ou com o genial Johny Weyssmuller, a meu ver o maior ator que fez o Tarzan em todos os tempos.</div>
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Fiquei apaixonado pela destreza, força, domínio e carisma com os animas, jeito de viver feliz em plena selva africana e mais, seu filho Boy, com Jonhy Sheffield no papel e sua linda mulher Jane, sempre estrelada pelo bonita Brenda Joyce.</div>
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Tinha coleções também das revistas Luluzinha, Bolinha, Mickey e Pateta, Sobrinhos do Capitão (ups!), Recruta Zero, Mônica e Cebolinha. Passava o ano esperando os fantásticos Almanaques de final de ano. Sempre mais caros, passava duas semana sem receber as revistas pra pegar o Almanaque de final de ano, principalmente o do Tio Patinhas, um milionário que ficou rico a partir de um ovo.</div>
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Doa heróis ou super heróis que povoaram minha infância o que ainda eu gostava mais ou menos era o Super Homem. Gostava porque o Clark Kent era jornalista, embora tenha tido toda curiosidade que um garoto possa ter para saber como um homem comum, como o tímido jornalista Kent, se tornava um homem tão forte, vigoroso, capaz de voar. Nunca me responderam minhas perguntas. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tinha um cinema também que passava famosas séries. Eram pedaços de histórias seriadas, que deixavam sempre a gente de água na boca pelo próximo episódio. Acho que é por isso que eu não sou muito fã do Netflix, porque o que vi de série na minha infância e juventude, não tá no gibi. Foram muitas!</div>
<div style="text-align: justify;">
Tentei ser saudosista, voltar ao tempo de infância, experimentando rever algumas coisas de cinema que vi quando jovem. Foi há alguns anos quando comprei dois ou três filmes de Tarzan que já havia visto há dezenas de anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sinceramente como foi uma experiência que não deu certo. Não tive mais nenhum apetite de rever o meu ídolo maior, Tarzan. Comecei a ver o primeiro e não senti emoção nenhuma. Não quis mais. Preferi ficar com a emoção maior dentro das minhas lembranças de criança</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-26502680496846478832019-02-20T10:19:00.001-08:002019-03-04T09:18:41.679-08:00EM TEMPOS DE CARNAVAL<div style="text-align: justify;">
Nunca fui um grande folião. Mas sempre tive uma grande paixão pelo carnaval, principalmente pelas músicas carnavalescas. Tanto que tenho no meu baú de memória as mais belas marchinhas de carnaval, seus autores, cantores e inclusive a figura de alguns deles na mente. Mas não é pra me pavular muito não, porque na verdade pesquisei muio isso em outros tempos. Mas tive que gostar para aprender, gravar e não esquecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por exemplo: se falar de cantores como Roberto Audi, Blecaute, João Dias poucos conhecerão ou se lembrarão. Mas todo ano eles apareciam com uma marchinha deles ou do João Roberto Kelly, a meu ver, o maior craque em músicas de carnaval.</div>
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Outros que todos os anos também davam o ar da sua graça em período de Momo eram a Emilinha Borba, o Jackson do Pandeiro, Chacrinha e o grande Zé Keti. que quando fazia uma Marcha Rancho arrebentava.<br />
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O INCRÍVEL ZÉ KETI<br />
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Sobre Zé Keti lembro até de uma historinha pequena, mas que nunca me saiu da memória. Tinha eu mais ou menos tipo uns 10 anos quando fui pra escola e parei em uma banca de revista para ver e ler as manchetes dos jornais, antigo costume que tenho desde criança essa paixão maluca por jornais.</div>
<div style="text-align: justify;">
Uma das manchetes me chamou a atenção: "Zé Keti internado depois de cantar mais de 100 vezes "Máscara negra". Me interessei pelo título e peguei o jornal que estava pendurado na banca e li o texto.</div>
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Zé Keti havia sido convidado par ser a grande atração de um baile de carnaval e nesse baile depois de cantar várias de suas músicas, foi intimado a cantar seu maior sucesso carnavalesco, Mascara negra, o público insistiu e ele quase não parou mais de cantar. Foi preciso um mau súbito no artista, que o levou ao hospital para ele parar. Mas já era quase 5 a manhã, segundo a notícia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Para que os mais novos saibam, antigamente em todos os lugares no período carnavalescos haviam festas. Até nas próprias casas de família haviam as festas. Nos clubes, suburbanos e sociais, os bailes eram os três ou quatro dias seguidos. Sem se falar no famoso carnaval de rua em que além dos blocos, clóvis, palhaços, arlequins e colombinas, haviam os famosos blocos dos sujos, que poderia ser um grupo de amigos e amigas, ou até mesmo os brincantes solitários que inventavam uma fantasia, que poderia ate ser de uma roupa feminina, e saiam pela avenida cheio de cachaça e animação.<br />
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BLOCOS DE SUJOS<br />
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Quem nunca teve um amor de carnaval? Dizem que amor de carnaval desaparece a fumaça. Acho que isso é muito relativo. Eu, confesso (em off!) que já tive algumas paixões carnavalescas.</div>
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Mas como citei no início, sempre fui um folião basicão. Sou (ou era) daqueles que levantavam os dois dedos alternadamente, sorrindo e balançando a cabeça, isso pra mim já estava ótimo. Também no clube, ia sempre contra as filas dos foliões, ou seja, olhava sempre na cara dos outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
Acho lindo quando vejo os blocos de ruas, de sujos ainda resistirem antes do carnaval propriamente dito em Belém. Às vezes tenho vontade de ir pra rua justamente nestes bailes pré-carnavalesco que acontecem aos sábados, de me fantasiar de qualquer coisa e botar meu bloco na rua.</div>
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Mas uma coisa me cutuca mais forte e me impede. Não que ache que antes os perigos eram menores. Tudo no seu devido tempo. O que acontece é que o que antes era uma onda, hoje pode ser um tsunami. Aí talvez eu não dê conta de nadar tanto e tão rápido pata chegar a um porto seguro.</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-86912611682478165602019-02-18T11:46:00.001-08:002019-03-04T09:26:05.316-08:00TRIÃNGULO AMOROSO<div style="text-align: justify;">
José Maria Vieira, o Zé do Violão, nunca trabalhou na vida. Pelo menos, é o que se sabe. Com quase 40 anos, só fez bico na vida, e olhe lá!</div>
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Morou sempre com a mãe e os irmãos, que foram casando, saindo de casa e o Zé foi gostando e foi ficando. Tanto que dos cinco irmãos Zé é único que mora com dona Zélia, que aos 81 anos é quem ainda segura toda a onda de casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Zé ficou como uma espécie de cuidador da mãe, que recebe uma pensão e uma aposentadoria. Ele é quem recebe toda a grana da mãe, e é quem administra a vida de dona Zélia, comprando alguns remédios, alimentação e faz a sua farrinha quase toda semana, basta ter um parceiro.</div>
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Zé sempre foi um cara mais dedicado ao violão que aos estudos, por isso o apelido. A bebida vem logo em seguida. Desde garotão que bebe muito e é sempre chamado pelos amigos para uma boa farra, contanto que leve o violão.</div>
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Nunca tentou viver de música, seguir uma carreira. Hoje, veterano, descarta isso. Prefere a vidinha que leva.<br />
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PEBA, O GRANDE AMIGO<br />
<br /></div>
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Um de seu maiores amigos, com quem sempre faz farra, é o Paulo César, apelidado de Peba, por ser baixinho, entroncado. Peba é também bam bam bam no violão. Junto com Zé do Violão fazem uma dupla que toda semana tira dois ou três dias só para farrear. </div>
<div style="text-align: justify;">
A semelhança de Peba com Zé do Violão é que ambos não são muito chegados ao trabalho. Os pais de Peba são bem mais modestos do que os de Zé. Enquanto Zé não tem pai mas a mãe tem uma pensão e aposentadoria, Peba vive do trabalho suado do pai, que aos 73 anos ainda trabalha como servente de pedreiro na construção civil.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os dois quando saem fazem a festa. Rodam por vários bairros vizinhos à Sacramenta, como Pedreira, Telégrafo, Pratinha, Val de Canos, etc. Ficam zoando de bar em bar, quase todos locais bem conhecidos, tocando, cantando e bebendo, fazendo a alegria de papudinhos, aposentados e até donos de bar que gostam de ouvir os boleros e sambas que os dois levam ao violão.</div>
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Zé até que é calmo, com relação a mulheres. Não se sabe nenhum caso de que tenha casado, namorado. Pensavam até que ele era homossexual. Só que ele rebateu. dizendo que "não se mete na vida de ninguém, pra não se meterem na vida dele. "Gosto de minhas coisas bem mais reservadas", disse quando soube que estavam falando mal dele.</div>
<div style="text-align: justify;">
Um dia Peba marcou com Zé para saírem e não apareceu. Normalmente marcam as 10 da manhã. Deu meio dia e Peba nada. </div>
<div style="text-align: justify;">
-Vistes o Pebinha por aí, Alcides? -indagou Zé do Violão a uma amigo dos dois.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Desde ontem que não vejo essa figura.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Será que ele sumiu do mapa? -indagou novamente Zé.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Com certeza -respondeu sorrindo Alcides.</div>
<div style="text-align: justify;">
Peba estava em outra. Há tempos estava de olho na nova empregada da casa do Seu Walter, um dentista que morava na rua da casa dele. Vânia havia vindo de Bragança já há 15 dias e o Pebinha estava de olho na bragantina, uma morena de boa estatura d bonito corpo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Havia estudado os passos da moça, que saia à noite para a uma escola no bairro que havia conseguido matrícula. Peba ficava esperando ela sair e já por duas vezes conseguiu conversar com a moça.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sou músico, estou tentando gravar meu primeiro disco, já tenho composições. Preciso de um incentivo, que estou correndo atrás, pra realizar meu sonho -falou Peba, ou Paulo César, como se apresentou para Vânia, que sorridente estava se encantando com o baixinho bom de papo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Peba passou se preocupar mais com Vânia. Não queria que ela soubesse que ele era boêmio, que vivia as custas do pai, que não estudava. Para conquistar a morena bragantina estava jogando todas as suas fichas de bom moço.<br />
<br />
GRÁVIDA? E AGORA?<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
-Porra Peba. Qual é a tua, mano? Te procurei para caramba nos últimos dias e nem noticia. Saí ontem, tomei todas, mas u sobrou, malandro! -falou Zé do Violão para amigo Peba, três dias depois de muito procurar tendo resolvido ir na casa do parceiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Oi meu camarada. Estou noutra. Tô com uma gatinha aí. Muito ocupado. Mas vamos marcar. Quero ganhar a mina primeiro -respondeu Peba todo animado.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Frescura essa, rapaz. Virou criança?</div>
<div style="text-align: justify;">
Peba conseguiu namorar com Vânia. Não ficava com a pequena por perto orque tinha medo de queimação, que fossem falar pra ela que ele era boa vida, não gosta de trampo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Preferia se encontrar pelo centro. Para isso pegava dinheiro com seu irmão, alegando que ia procurar emprego. Mas nada. Ia mesmo era se encontrar com Vânia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Zé do Violão havia, pelo menos por ora, perdido o amigo e parceiro. O cupido havia levado Peba para os braços de Vânia.</div>
<div style="text-align: justify;">
As farras de Zé agora eram solitárias, com muita música, muita bebida e pouco papo. Em vez de um ou dois dias, passava de três, Chegou um dia que tiveram que levar ele pra casa, pois estava em estado deplorável depois de entrar no quarto dia consecutivo de farra. E o pior: haviam levado seu violão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Com menos de quatro meses de namoro, e quase o mesmo período no trabalho, Vânia foi dispensada do emprego. Os patrões notaram que a moça estava grávida e preferiram mandá-la de volta pra Bragança, já que não queriam ter problema com os pais da garota, que tinha apenas 18 anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Que que eu vou fazer agora Paulo César? Tu vai me assumir?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Como Vânia? Ainda não conseguiu gravar meu disco, estou sem trabalho...</div>
<div style="text-align: justify;">
-Que porra de trabalho! Tu nunca trabalhou. Já me falaram tudo. Vive as custas do teu pai, que é mais lascado que os meus em Bragança! -gritou desaforadamente Vânia, que não aceitava estar sendo rejeitado em um momento tão difícil de sua vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ei, moleca., manera. Tu engravidou porque quis. Por que tu não tomou remédio? Eu não tenho como resolver -reagiu Peba chateado com o que ouviu da moça.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vânia se achou na rua da amargura. Não queria voltar pra Bragança porque tinha medo dos pais. Também não tinha parentes em Belém, tampouco amigos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por alguns dias, ficou na casa do seu João da Taberna, que a pedido da mulher, dona Vera, ajeitou uma vaga para a moça dormir.<br />
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PEBA PERDEU<br />
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<div style="text-align: justify;">
Peba, enquanto isso, voltou às farras com Zé do Violão. Agora eles saíam com mais intensidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vânia desapareceu da vida de Peba por uns tempos. Um dia se encontraram. Ele estava em uma mercearia bebendo com Zé do Violão. A barriga já estava bem crescida. Vânia havia se encostado na casa de seu João da taberna e ficara por lá. A relação dela com os donos da casa era era boa, dona Vera, esposa de João, se dava muito bem com a moça. Peba olhou para a imensa bariga de Vânia, criou coragem e perguntou:</div>
<div style="text-align: justify;">
-Oi Vânia. Tudo bem com você?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Bem é? Esse foi o bem que eu ganhei em me meter contigo, canalha! -desabafou Vânia dando as costas par o ex-namorado. </div>
<div style="text-align: justify;">
-Quero ter meu filho e depois ver o que faço de minha vida, Nem me olha mais!-completou Vânia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Poucos meses depois nasceu Reinaldo, o filho de Vânia. Não quis levá-lo para sequer mostrar a Peba e aos seus pais.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Meu filho só tem mãe e avós maternos. Não tem pai -dizia sempre para os vizinhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Depois do nascimento de Reinaldo, que Vânia levou para Bragança e sua mãe resolveu ficar com ele por uns tempos, ela retornou pra Belém e continuou na casa de seu João da Taberna. O comerciante não tinha filho e não queria que Vânia deixasse a criança na terra dela. Preferia o garoto a quem se afeiçoara, na casa dele.<br />
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O TRIÃNGULO AMOROSO<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vânia conseguiu recuperar a beleza de antes. Estava mais bonita, usava boas roupas, ajeitava unhas e cabelo no salão, embora não tivesse trabalhando. Sempre saia com dona Vera para o comércio. João, vez por outra, saia com as duas de carro, para um balneário, pra Mosqueiro, para um igarapé. passeava muito com as duas. Dona Vera era muito amiga de Vânia,, que de vez, abandonou até conversa com Peba, que vez por outra perguntava pelo filho</div>
<div style="text-align: justify;">
-Você não é o pai de meu filho. Ele não é registrado com seu nome! -respondeu Vânia uma das vezes em que ele insistiu pra saber do garoto. -E não me perturbe se não vou à delegacia! -finalizou decidida a a encerrar o assunto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Já decorria um ano que Vânia residia na casa de seu João da taberna, quando estourou a notícia de que Vânia fora vista aos beijos e abraços com o comerciante, na sala da casa dele. Segundo os comentários que surgiram na rua, Vânia estava só de calcinha e seu João estava com ela no colo, abraçado e beijando a moça carinhosamente. Dona vera não estava na cena. </div>
<div style="text-align: justify;">
-Mana, sei não, mas acho que quando a dona Vera ver ou souber, a merda vi feder! -especulava uma vizinha.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sei não. Acho que alguém vai perder. E acho que não vai ser a Vânia, não. É mais jovem uns cinco anos de que a dona Vera, acho que ele vai ficar com ela -especulava outra.</div>
<div style="text-align: justify;">
A situação continuou. Seu João já andava com as duas abertamente. Pra onde ia um, iam s três. </div>
<div style="text-align: justify;">
Vânia atendia na taberna, ficava no caixa. Dona Vera, ia pra cozinha, atendia aos vendedores. Seu João ampliava o negócio. Boatara um açougue junto com a taberna. Ele ficava mais o açougue e as duas mulheres na taberna.</div>
<div style="text-align: justify;">
Um dia, período de carnaval, s três saíram para um e só retornaram pela manhã, tipo 6 horas. Vânia, que havia tirado a carteira, veio dirigindo a lado de dona Vera. Seu João estava deitado no banco traseiro. Chegaram em casa, seu João acordou e desceu do caro, ainda meio alcoolizado, abraçado com as duas mulheres, sorrindo e gritando:</div>
<div style="text-align: justify;">
-Viva o amor. Viva os meus amores. Viva a minha vida, Vânia e Vera. Vera e Vânia!</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-74770220176570384362019-02-14T11:26:00.003-08:002019-03-04T09:39:01.863-08:00AMOR, SEXO E VIOLÊNCIA<div style="text-align: justify;">
Márcia chegou do interior para estudar. Morena, de corpo perfeito, com apenas 17 anos, começou logo a trabalhar em casa de família e a estudar à noite. Cortejada no prédio, desde moradores até aos funcionários do condomínio, a moça já estava avisada de que "os homens de Belém são muitos espertos. Querem só embuchar e deixar pra lá", como lhe alertara Cleuma, colega que também trabalha no Condomínio. </div>
<div style="text-align: justify;">
No prédio em que trabalhava falava com poucos. Chegara com a cabeça de que teria que vencer, trabalhando e estudando.</div>
<div style="text-align: justify;">
Já estava trabalhando em uma mesma casa há quase sete anos. Residia no local do trabalho, onde tinha seu quarto, pequeno mas confortável, com TV e tudo mais de primeira necessidade. Resistiu às investidas do garotão filho de dona Anita, a patroa e do cunhado dessa, Carlos, irmão de seu Heitor, que ao contrário do irmão, era um homem de aproximadamente 45 anos, mas de muito respeito, não tirava brincadeira de maneira nenhuma, era sempre fechado e rígido com os filhos, Heitor Júnior e Gabriela, a Gabi.<br />
<br />
O GRANDE ENCONTRO<br />
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<div style="text-align: justify;">
Foi uma novidade para todos ela dizer que iria sair um final de semana para uma festa com um amigo. O tal amigo deixou dona Anita, a patroa, de orelha em pé.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Quem é esse já, Marcia?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Um amigo, lá da escola. Um rapaz legal.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ok. leva a chave, mas vê se não chega muito tarde, para não perturbar o Heitor quando entrar -recomendou.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Fique tranquila, dona Anita. Vou chegar cedo -garantiu a moça.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na festa, de aparelhagem, Márcia ficou feliz da vida. Desde garota que aprendera a dançar, mas nunca tivera oportunidade de mostrar seus dotes de dançarina em Belém, porque o trabalho e os estudos não deixaram. Ficou na festa até às 3 da manhã. O amigo já bem íntimo, queria que ela fosse para outro canto, possivelmente um motel. Mas ela se esquivou.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Calma, mano. Ainda é cedo pra isso. O convite que eu aceitei foi para vir pra festa -sentenciou Márcia ao amigo Reginaldo, o Regi, que entendeu, ficou na sua, mas deixou bem claro que adorou a noite.</div>
<div style="text-align: justify;">
Márcia na realidade queria ficar com Reginaldo e até ir "para outro local" como ele definiu pra ela. mas não queria se queimar com a patroa. Afinal era a primeira vez, não poderia vacilar.<br />
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VIVENDO JUNTOS<br />
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<div style="text-align: justify;">
Depois daquele dia, os dois passaram a se encontrar e a sair com maior frequência. Márcia adorava.</div>
<div style="text-align: justify;">
Reginaldo, que trabalhava como porteiro de um edifício de salas no centro da cidade, e parecia estar empolgado com a moça. Já estavam no namoro há mais de seis meses, quando ele convidou ela para morar com ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Onde, na sua casa, com seus pais? -perguntou</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não meu amor. Tenho um terreno em Outeiro e estou levantando uma casinha lá.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mesmo? -perguntou</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sim. Bote fé. Se der certo, vou receber minhas férias, juntar com o décimo, vou terminar daqui amenos de um mês. Aí é só nós! -disse o jovem entusiasmado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Márcia aceitou de primeira. Porém, ficou de falar com seus patrões, pois sabia que não seria fácil deixar definitivamente de dormir na casa, pois todas as noites antes de ir pra escola deixava a mesa pronta para o jantar. E quando retornava tinha que lavar a louça ou então acordar antes das seis da manhã para fazer isso e preparar o café da família.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Dona Anita preciso falar com a senhora.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Diga Márcia. Pode falar agora mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
--Estou lhe avisando que a partir do próximo mês não vou poder mais dormir aqui.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mas como, menina? O que houve assim tão de repente?</div>
<div style="text-align: justify;">
O Regi me chamou para morar com ele, na casa dele e eu estou aceitando. Já falei até pra minha mãe em Igarapé Açu. A casa fica pronta m~es que entra.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Olhe Márcia, não conheço esse rapaz, mas não posso interferir em sua vida. Espero que você tenha feito uma boa escolha. Mas lhe aviso: muito cuidado -lembrou dona Anita entristecia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Márcia foi curta e grossa com a patroa, que era boa com ela, mas muito exigente:</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ok. Lhe agradeço. Mas já está na hora de dar um rumo em minha vida, né.? Já estou há com sete anos aqui e preciso ter minha própria casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dona Anita se conformou e até fez um negócio com Márcia. Lhe propôs dar uma quantia em dinheiro que dava para ela ajudar Reginaldo a concluir a casa e ainda comprar alguns móveis.</div>
<div style="text-align: justify;">
-A partir de agora você vai trabalhar só até 18 horas e sábado até meio dia, ok? E vou assinar sua carteira -adiantou a patroa, que gostava muito de Márcia.</div>
<div style="text-align: justify;">
A vida de casada de Márcia foi tudo que ela pediu a Deus. Passou a gostar mais de si: se arrumava todos os dias quando saia do trabalho e Reginaldo ia apanhá-la; comprou novas roupas e passou a cuidar mais de seu cabelo, que era alisado, "mas não muito legal", como falava aos mais chegados.</div>
<div style="text-align: justify;">
Passou a usar um look meio afro, sempre se atualizando. Muitas vezes com tranças. O marido adorava e gostava de sair às sextas e aos sábados para as festas, e terminavam sempre em um motel.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Acho que vou pedir até para o pessoal daqui dar um desconto, pois só dormimos aqui nas sextas ou nos sábados -comentava com ela Regi sorrindo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dia de domingo era normal o casal sair para a praia de Outeiro, sempre com uma ou duas amigas de Márcia da escola. Bebiam, conversavam e depois as amigas iam embora. Muitas vezes Regi até insistia para elas ficarem até o outro dia. Mas elas sempre iam embora.<br />
<br />
A MUDANÇA DE HÁBITO<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Márcia levou Regi para conhecer sua família e logo ele fez amizade com os pais da moça. Simpático e de boa conversa, Regi conquistou o coração de todos os parentes da esposa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Já estavam juntos há dois anos quando Regi começou a relaxar no encontro da mulher na casa de seus patrões. Ela passou a vir sozinha. Ele sempre alegava que tinha muito trabalho, teria que demorar e outras conversas. Márcia já estava chateada, porque era uma mulher que depois que descobriu o sexo com o marido queria sempre a presença dele,. "Por mim, todo dia faço amor. Não tem essa de cansaço", comentava sempre com Cleuma. Estava se sentindo de lado, praticamente relegada a segundo plano pelo marido.</div>
<div style="text-align: justify;">
Reginaldo foi mudando seus hábitos a cada dia. Além de não pegar mais a mulher na saída do trabalho, também passou a chegar em casa de madrugada às sextas e aos sábados. Márcia se segurou até enquanto pode. Um dia explodiu. A briga aconteceu de madrugada, quando o marido chegou e ela sentiu um cheiro diferente nele. Deixou ele tomar banho mas na surdina pegou a cueca dele e guardou sem o marido ver. Examinou bem a cueca e não pensou: partiu pra cima dele com tudo:</div>
<div style="text-align: justify;">
-Que é que tu quer? Não me quer mais? Está com outra na rua? Seja homem e assuma, seu filho da puta! -gritou Márcia com toda a força de seus pulmões, não respeitando nem a vizinhança que dormia.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Calma amor. Que é isso?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Que é isso? É isso! -e esfregou a cueca com cheiro esquisito na cara dele. Ta trepando com outra? Pode falar. Se quiser eu saio fora. Sou mulher independente e sei viver sem homem, ou melhor, sem você! -gritou Márcia descontrolada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Reginaldo preferiu ficar calado. Evitou o pior, mesmo porque, sabia que a mulher descontrolada era capaz até de coisa pior. Achou melhor conversar com a mulher quando amanhecesse o dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Daquele instante em diante a relação entre o casal ficou complicada. Regi pediu desculpas, perdão,</div>
<div style="text-align: justify;">
mas Márcia estava irredutível. Ou ele mudava totalmente ou então era o final de tudo. Não aceitava ser traída, humilhada, "trocada por uma qualquer", como falou pra ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo assim continuaram juntos. Ela cada vez mais bonita, no auge de seus 26 anos, era sempre assediada no trabalho pelos colegas, pois comentara sua situação para a amiga Cleuma, ela deixou vazar e eles também notaram que o marido não a estava mais apanhando no trabalho.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Vamos tomar uma hoje Márcia. O Regi não vem mesmo te apanhar -convidou Cleuma.<br />
De pronto ela aceitou, mesmo porque estava chateada com sua situação, pois Regi não mudara.</div>
<div style="text-align: justify;">
E foram para um barzinho na Primeiro de Dezembro. Sentaram, pediram uma cerveja, depois outra. Tomaram seis cervejas. Os homens e mulheres não tiravam os olhos das duas, principalmente de Márcia, que chamava atenção pela roupa colada e as curvas perfeitas. Márcia não dava muita bola. Cleuma, que estava separada há mais de um ano, ainda sorria, mas Márcia não queria dar chance ao possível ciúme de seu marido.<br />
<br />
A SEPARAÇÃO<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Chegou em casa pouco depois das 23 horas. O marido ainda não chegara. Ligou a TV e ficou vendo um filme. Algumas cenas lhe chamavam atenção. Um casal apaixonado, se beijava e se acariciava. Chegaram a fazer sexo. Ela pensou em sua vida, nos seus desejos, no fantasma da traição. As horas passavam e Reginaldo não chegava. Márcia ficou quase sem roupa e adormeceu no pequeno sofá.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando Reginaldo chegou não a acordou, mas ela notou algum barulho e logo se levantou, foi pra cama e nada reclamou.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como da vez da briga, na madrugada acordou, foi ao banheiro e depois foi direto na cueca do marido. Sentiu um perfume estranho e um forte cheiro de sexo, guardou a cueca, mas se segurou.</div>
<div style="text-align: justify;">
No outro dia, sábado, foi trabalhar um pouco mais tarde. Reginaldo foi mais cedo. Nem se falaram.</div>
<div style="text-align: justify;">
Saiu mais cedo do trabalho e dessa vez foi ela quem convidou Cleuma para sair. Foram para a casa da amiga, no bairro de Canudos. Lá por volta das 16 horas foram para um Pagode. Dançou horrores. Um rapaz que se apresentou como cabo da PM foi quem mais dançou, pediu licença e sentou com elas na mesa. Beberam, conversaram, falaram de sus vidas. Por volta das 22 horas, o pagode já estava esfriando porque começara cedo, o rapaz convidou ela para irem em outro local. A amiga disse que ela poderia ir. Sem pensar duas vezes, Márcia deixou a amiga Cleuma em casa e no mesmo táxi rumou com Juliano, o rapaz, para um bar. Beberam mais de meia noite. </div>
<div style="text-align: justify;">
Juliano estava decidido que naquela noite ficaria com ela. Bastava ela permitir.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sou casada. Embora em crise com meu marido, sou ainda mulher dele.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mas você me disse que estão brigados, que ele chega sempre tarde... -retrucou Juliano.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Verdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ficaram calados por alguns segundos, e decidiram, depois de beber mais uma cerveja, que iriam sim para um motel.</div>
<div style="text-align: justify;">
Márcia e Juliano passaram a noite parecendo um casal em sua primeira noite de lua de mel. O sexo foi a tônica da noite. Juliano, com mais ou menos 40 anos, não deu sossego à Márcia, que também foi a mulher que ele pediu a Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Você foi a melhor mulher que eu conheci, na vida Márcia. Linda, bom papo e maravilhosa no amor -disse Juliano.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Você também é demais. Foi tudo maravilhosos, tudo de bom -disse ela.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ficaram até às 7 horas da manhã. Tomaram café e ela foi direto para a casa de Cleuma.<br />
<br />
AS BRIGAS E UM NOVO AMOR<br />
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Conversou com a amiga e perguntou se poderia passar o final de semana na casa dela. Disse que ajudaria no almoço.</div>
<div style="text-align: justify;">
-A casa é sua amiga. Vamos fazer um churrasquinho e comprar umas cervejas -festejou Cleuma.</div>
<div style="text-align: justify;">
Márcia não comunicou com o marido nesse dia. Passou o domingo muito bem, contou tudo para a colega, elogiou Juliano e na segunda feira cedo foi trabalhar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na chegada, na porta do prédio, encontrou Reginaldo em pé, à sua espera.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Bonito pra senhora, né? Dois dias na sacanagem. Negue agora? -arguiu ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não vou negar nada. Passei o domingo na casa de minha amiga. Você não fica direto com outras mulheres? Suas cuecas estão sempre cheia de "perfume" de mulheres da rua que você anda por ai? Por que eu tenho que aguentar isso? Não sou santa, não, mano! -jogou diretamente na cara de Reginaldo.</div>
<div style="text-align: justify;">
A discussão ia ficar mais feia, mas o zelador do prédio pediu que ela entrasse e que ele por favor fosse tratar desse problema na casa deles.</div>
<div style="text-align: justify;">
À noite, Reginaldo chegou mais cedo em casa, e esperou a mulher. Quando chegou Márcia foi direto para o banheiro, tomou banho e foi para seu quarto. Ele a acompanhou e tiveram uma conversa séria. Quando Reginaldo levantou a voz, ela retrucou no mesmo tom. Irritado, ele tentou agredi-la, mas ela se defendeu. Ele deu-lhe um empurrão, ela caiu, levantou e conseguiu pegar uma figa de madeira que ficava na penteadeira e deu em sua cabeça.</div>
<div style="text-align: justify;">
Reginaldo caiu e o sangue jorrou. Ela nada fez pra acudi-lo, embora ele aos gritos pediusse socorro à vizinhança. Dois senhores o acudiram, levando Reginaldo ao Posto de Saúde. Alguém avisou à Policia, pois pensaram que ele também tivesse feito algo mais sério com ela.</div>
<div style="text-align: justify;">
terminou que Márcia foi levada ao Posto Policial para se explicar. O plantonista achou melhor deixar ela detida. Reginaldo, enquanto isso, foi levado para o Pronto Socorro, poi seu caso foi mais grave. A pancada abriu uma brecha em sua cabeça e necessitava de pontos e alguns exames.</div>
<div style="text-align: justify;">
A noite foi toda consumida com esses problemas. Parentes de Reginaldo o acompanharam e Márcia, praticamente só, teve somente a presença de Cleuma e de sua patroa, dona Anita, que conseguiu que a liberassem por ser uma pessoa de boa índole e Regi não apresentar perigo de morte.</div>
<div style="text-align: justify;">
Márcia não voltou mais para casa, a não ser para trocar as fechaduras, trancar e esperar a decisão de como ficaria a casa. Mas decidiu que não ficaria mais com Regi.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quase um mês depois, ela se encontrou com Reginaldo e decidiram que ela ficaria com a casa e pagaria durante 12 meses uma certa quantia pra ele. A decisão, por orientação de seus patrões, foi lavrada em cartório.</div>
<div style="text-align: justify;">
Reginaldo foi morar com Samira, uma garota que ele já curtia há um bom tempo. </div>
<div style="text-align: justify;">
Márcia voltou pra sua casa, depois de um acordo de não aproximação dela com o ex-marido de menos de 100 metros. Preferiu ficar um período solteira, namorando Juliano, segundo ela sendo muito fez em todos os aspectos, "mas por ora não quero viver junto, não".</div>
<div style="text-align: justify;">
Um ano depois, passou a morar com Juliano, que conseguiu se divorciar da ex- e propôs casamento a ela . "Vamos experimentar vivendo juntos primeiro", disse. Tô ainda arrasada com o que houve. mas como gosto de você, vamos experimentar. Com seis meses juntos, ficou grávida e teve um linda menina. Um ano depois do nascimento de Yasmim, a filhinha, casou com Juliano, a quem hpje considera o homem de sua vida.</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-17183921426482269362019-02-07T09:47:00.000-08:002019-03-04T09:46:28.323-08:00UM FINAL NADA FELIZ<div style="text-align: justify;">
Renato estava de passagem por Belém. Vinha de Recife, convidado que foi pelo amigo Antonio, também pernambucano, que morava aqui já há algum tempo. A proposta era passar uns 10 dias, pois estava aproveitando que havia saído de um emprego, mas gostou tanto da cidade, que resolveu ficar um mês. O dinheiro que trouxera já era para ter acabado, mas como o amigo Antonio pedira para ele deixar o hotel e o hospedara em sua casa, a grana estava rendendo mais que dobrada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Todos os dias tinha um passeio. Ou ia só ou com Antonio, que saia do trabalho às seis da noite e sempre se encontrava com o amigo. Era um dia no Trapiche, outro no Ver-o-peso, num boteco do centro da cidade. Renato adorava quando iam para Icoaraci. Achava a Vila Sorriso um local diferente. "É perto do centro da cidade, mas tem uma vida própria, e as garotas são lindas", comentava quando alguém lhe perguntava porquê de gostar tanto da Vila.<br />
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UMA GATA DIFERENTE<br />
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<div style="text-align: justify;">
Um dia, à tarde de uma sexta, foi para um bar na Doca. Sentou só. Perto das 19h chegou Antonio e notou que o amigo estava em uma mesa com uma jovem muito simpática. Pediu licença e falou com Renato que foi logo lhe apresentando Marcela. Moça bem clara, de olhar forte, sorriso tímido, e muito comedida, o que demonstrava que era desconfiada. Antonio sentou, conversou mas em poucos minutos Marcela pediu licença e voltou para a mesa onde estava com uma amiga e o namorado desta.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Quem é a gata, Renato? -perguntou curioso Antônio.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Conheci agora. Chamei aqui, não quis vir, mas depois veio. Acho que não resistiu ao meu charme -brincou sorrindo Renato.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Olha cara, pelo traje e pela educação, isso não é moça da periferia, não. Tem cara de quem é bem nascida -garantiu Antonio.</div>
<div style="text-align: justify;">
E de fato Marcela era, como analisou Antonio, bem nascida. De uma família tradicional, seu pai era militar da aeronáutica, já falecido. Ela vivia com a mãe e um sobrinho de seis anos, filho de sua irmã. Era a filha caçula, estudava, mas sua mãe queria mesmo era que ela casasse, pois não queria morrer sem ver sua filha mais nova muito feliz.</div>
<div style="text-align: justify;">
Minutos depois da chegada de Antonio, Renato foi convidado por Marcela para ir pra sua.mesa Antonio preferiu não atrapalhar e ficou sozinho, assistindo o show de dois cantores da terra.</div>
<div style="text-align: justify;">
No outro dia, Renato marcou com Marcela e foi, desta feita, sozinho para o Bar. Ficou com ela até tarde e, por volta das 23 horas um carro veio apanhar a moça. Uma mulher ao lado do motorista desceu, Marcela lhe apresentou Renato, se despediu deste e entrou no veículo. Renato foi para sua casa de ônibus, já tarde.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os dois continuaram a conversar diariamente. Se encontravam à noite quase todos os dias. O namoro se evidenciava e Marcela quis levá-lo em sua casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mamãe está querendo lhe conhecer -convidou Marcela a Renato.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Você não acha que ainda é cedo? -retrucou ele, como quem não quisesse ainda conhecer a sogra.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Claro que não. Ela não quer que eu fique saindo com desconhecidos. E até você conhecê-la é um desconhecido -ponderou Marcela. -Pelo menos para ela -completou.</div>
<div style="text-align: justify;">
E os dois marcaram para irem conhecer a mãe de Marcela. Ao descerem do táxi, meio tímido, Renato foi apresentado à dona Augusta, mãe de Marcela.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Renato fique à vontade. A Marcela fala muito em você -falou dona Augusta toda solícita</div>
<div style="text-align: justify;">
-Obrigado. Estava esperando esse dia. Gosto muito da Marcela e ela insistiu para que viéssemos, felizmente deu certo hoje -agradeceu Renato.<br />
<br />
O GRANDE SEGREDO<br />
<br /></div>
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Depois dalí os encontros foram sempre na casa de Marcela. Renato, que recebera uma proposta de emprego, recusara, a conselho de dona Augusta. -O salário você falou que é muito baixo. Espere uma coisa melhor. Enquanto isso, você fica dirigindo pra mim que eu lhe pago melhor -disse dona Augusta, querendo cada vez mais conquistar Renato.</div>
<div style="text-align: justify;">
Renato já era um membro da família. Aos domingos, era natural irem para Mosqueiro ou Salinas. Não interessava o período, dona Augusta queria sua filha caçula feliz.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Estou numa idade que para mim, Marcela é que é importante. A felicidade dela é a minha! -dizia sempre dona Augusta para os amigos que viam o sorriso no rosto dela e de Marcela.</div>
<div style="text-align: justify;">
Antonio, por sua vez, só via Renato à noite, quando este chegava já bem tarde.</div>
<div style="text-align: justify;">
-A mãe de Marcela quer que eu durma lá, já reservou até um quarto, mas eu não quero. Acho que é muito comprometimento -dizia Renato para o amigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Fosse tu eu dormiria. A mulher não convidou, rapaz? -dava corda Antonio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Marcela estava realmente enamorada. Nunca havia namorado uma pessoa para ficar tão agarrada, tão dependente.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Acho que Renato é o homem da minha vida -confidenciava Marcela à Ritinha, sua irmão mais velha.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Acho ele simpático e muito educado -completava Ritinha.</div>
<div style="text-align: justify;">
Renato ganhava assim o carinho de toda a família de Marcela. Se era dona Augusta, os paparicos eram visíveis. O sobrinho, Claudinho, sapeca, só se tranquilizava quando Renato brincava com ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
O rapaz quando estava com Antonio, confidenciava que tinha medo de dizer para Marcela que era casado e separado. Que havia uma ex-mulher em sua vida e que tinha inclusive um filho, de cinco anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tá ruim pra eu sair dessa. Ela confia em mim, gosta de mim. A família dela é muito legal, mas eu não tenho coragem de confessar pra ela que sou separado, que não posso casar, que tenho um filho. Tá pegando pra mim! -lamentava-se Renato, se mostrando impaciente com a situação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Foi numa tarde, quando os dois estava em Icoaraci, tomando uma água de coco, que Renato resolveu abrir o jogo para Marcela.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Meu amor, tenho que lhe contar um segredo que trago comigo e que está me perturbando -confessou Renato.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Fale, amor. Quero saber de tudo de você -falou Marcela, embora um pouco preocupada.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Venho de uma relação, que acabou há seis meses. Não tenho mais nada com ela, mas tenho um filho. Um garotão de cinco anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Meu Deus. Por que você não falou antes, Renato?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Estou falando agora. Estamos namorando só há três meses. Então não acho que escondi nada -respondeu.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ta certo, ta certo, e onde está essa mulher, essa criança?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Está com ela, em Recife. Pretendo ver em breve, porque afinal é meu filho, né?</div>
<div style="text-align: justify;">
Os dois, depois dessa rápida conversa, decidiram voltar pra Belém. Renato dirigia com a cabeça cheia de pensamentos. Imaginava como seria a relação doravante. Como dona Augusta iria reagir quando soubesse? E a Marcela, iria aceitar a situação? Ela, que sonhava em casar de véu e grinalda!</div>
<div style="text-align: justify;">
Foi Marcela quem quebrou o gelo. -Olha, temos que falar para a mamãe. E se possível hoje -disse Marcela.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Tudo bem. Eu por mim, resolvo hoje também. Tem que saber como ela está. Você não acha melhor conversar sozinha, depois me passar a reação dela? -perguntou Renato.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Pode ser. Mais tarde, antes de dormir eu converso numa boa com ela.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ok. Mas é importante que você também já tenha decidido o que fazer, pois eu não tenho nem como me divorciar agora -lembrou Renato à namorada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dona Augusta recebeu a notícia muito tranquila. -Minha experiência já dizia que o Renato era ou pelo menos já tinha sido casado, minha filha -garantiu.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Nossa, como a senhora adivinhou mamãe?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Como te falei, filha: minha experiência de vida me dizia isso -completo dona Augusta.</div>
<div style="text-align: justify;">
No outro dia Renato chegou cedo e foi muito bem recebido por dona Augusta -Oi, filho. Tudo bem?</div>
<div style="text-align: justify;">
-cumprimentou.</div>
<div style="text-align: justify;">
--Tudo certo, dona Augusta</div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que a Marcela tem novidades para você -disse.</div>
<div style="text-align: justify;">
Qual será a novidade? -pensou se perguntando Renato.</div>
<div style="text-align: justify;">
Marcela foi receber o namorado com um sorriso. A mãe havia entendido tudo e até se oferecido para trazer o filho de Renato para Belém.</div>
<div style="text-align: justify;">
-A mamãe recebeu a notícia tranquila. Perguntou se eu gosto mesmo de você, se quero casar com você. Respondi que queria! -disse Marcela sorrindo para o namorado.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ok. Estou feliz por ela ter entendido -sorriu Renato.<br />
<br />
O CASAMENTO<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os dois decidiram que ficariam noivos duranre a semana. Ao receber a noticia, dona Augusta de um presente aos dois: um fim de semana só deles dois em Fortaleza. mandou Renato apanhar as passagens e marcar para sairem de lua de mel antes do casamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sua mãe não existe, Marcela -falou emocionado.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mamãe quando gosta é assim -garantiu Marcela.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os dias em Fortaleza foram maravilhosos. Todos os dias Marcela falava com a mãe, dizendo de sua felicidade de estar a lado do homem amado. Conheceram vários lugares: foram à Canoa Quebrada, Morro Branco, Cumbuco e outras localidades. A Praia do Futuro era u dos cenários quase diário deles quando não estavam pelo interior. Todas as tardes passavam se deliciando pelos locais turísticos da capital alencarina.</div>
<div style="text-align: justify;">
Renato estava maravilhado com tudo aquilo. Não imaginava que existisse uma pessoa como dona Augusta, que tudo fazia para agradar a filha caçula e de tabela a ele..</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando retornaram de Fortaleza o casal foi surpreendido com a notícia dada por dona Augusta: -vamos marcar o casamento de vocês já para o próximo mês.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mas mamãe eu não estou grávida para ser assim tão apressado! -estranhou Marcela</div>
<div style="text-align: justify;">
-Minha filha eu quero que vocês casem logo. Eu quero netos! -disse dona Augusta.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao receber a notícia Renato nada falou. Mas como Marcela, estranhou a pressa de dona Augusta.</div>
<div style="text-align: justify;">
Correu para dar a noticia a Antonio, o amigo de quem estava praticamente isolado.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Rapaz não sei o que deu na velha, mas ela quer que casemos já no próximo mês!</div>
<div style="text-align: justify;">
-Égua bicho, e pelo que vejo, nem emprego tu tens, né? -perguntou Antonio.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não tenho emprego certo, mas fico direto trabalhando para a sogra, e toda semana ela me dá uma grana boa! -garantiu Renato sorridente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse dia, os dois amigos comemoraram como não faziam há muito tempo. Beberam muitas cervejas por conta de Renato. Marcela ligou umas três vezes para casa de Antonio pra falar com o futuro marido. Mas Renato preferiu não atender. Explicaria tudo depois.</div>
<div style="text-align: justify;">
Renato voltou perto das 19 horas para a casa de Marcela, onde já estava praticamente morando. Dona Augusta preparara um quarto para os dois pombinhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas a cabeça de Renato não era tão fria como ele deixara transparecer para o amigo Antonio. Tinha várias preocupações. Mas a principal era de como seria o casamento, já que era casado nos dois, civil e católico.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Como vamos fazer pra casar, se já sou casado? -perguntou à noiva.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Deixa que a mamãe resolve isso. Você sabe que ela tem muito conhecimento - lembrou Marcela.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dona Augusta, conhecida nas rodas sociais, com amizade que ia de juízes a cartorários, tentava resolver o problema do divórcio de Renato.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Meu filho há quanto tempo você já separado? -perguntou à Renato.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Já está quase fazendo um ano, dona Augusta.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Você não quer logo dar entrada no seu divórcio? Não se preocupe que eu banco tudo -disse a sogra.</div>
<div style="text-align: justify;">
-A senhora é quem sabe.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Então vamos marcar uma cerimônia em família em minha casa enquanto tramita os papéis do divórcio. Mas vocês para todos os efeitos já serão casados. Pronto! -determinou dona Augusta.</div>
<div style="text-align: justify;">
E foi o que foi feito. Menos de um mês depois, num sábado à noite, a casa foi toda enfeitada com flores vermelhas. Renato ganhou um terno novo feito por um famoso alfaiate da cidade. Marcela esnobava um vestido branco, abeto ao lado, com detalhes de ouro na parte superior. Uma coroa enfeitava seu belo cabelo, penteado num salão exclusivo para ela, que foi penteada por cabeleireiros especializados em casamento.</div>
<div style="text-align: justify;">
Renato demonstrava um nervosismo natural. Nunca tinha visto tanta gente elegante junta. Era cada senhora com o vestido mais rico. Eram só os familiares de os amigos e amigas mais íntimos da família e de Marcela.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por volta das 20 horas entrou um senhor de smoking, cabelos meios grisalhos e um livro nas mãos. Era um famoso advogado e membro da sociedade que, ele soube logo, faria o casamento. Não era juiz, mas para os presentes, estava fazendo aquele casamento social, na própria casa da noiva, para sair nos jornais e impressionar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Antonio, o grande amigo de Renato, estava presente. Alugou um terno, pago por Renato, que estava com uma grana boa para o dia do casamento, e foi pra festa. Era o único "parente" de Renato presente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os primeiros meses de casado de Renato foram também de quase total desaparecimento da casa e pressuposto da convivência com o amigo Antonio. Até mesmo os telefonemas que dava uma ou duas vezes por semana para saber como estava o amigo, acabaram. Renato alegava, quando Antonio ligava e conseguia falar com ele, que Marcela era ciumenta.<br />
<br />
O DESESPERO E A FUGA<br />
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<div style="text-align: justify;">
-Rapaz é demais. Tô que não aguento. Não posso dar um passo que ela quer saber. Cruz credo -reclamou quando Antonio conseguiu que se encontrassem para tomar uma, em seu aniversário.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mesmo? É, sendo assim, te entendo!</div>
<div style="text-align: justify;">
Conversaram, beberam, mas Renato pouco falou do real problema que estava vivendo. Sem coragem para desabafar, continuava com sua sina de conviver com o ciúme doentio e o controle de suas ações por parte da mulher e de dona Augusta, que não se metia, mas aceitava que a filha "controlasse" o marido.</div>
<div style="text-align: justify;">
Desde o último encontro entre os dois, Renato passou a ligar com mais assiduidade para o amigo. Conseguia fugir e até se encontrar uma e até duas vezes por semana com Antonio. Numa dessas vezes, Renato se abriu e confessou que não aguentava mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Vou embora. Vou sumir daqui, cara. Tá complicado pra mim. Me sinto um prisioneiro. Não saio de casa a não ser com a Marcela ou a mãe dela. Não tenho liberdade pra ir nem no comércio sozinho. Tô frito. Tenho que me mandar de qualquer maneira -sentenciou Renato.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sem nada entender, mas procurando compreender a repentina decisão do amigo, quis saber o que estava realmente acontecendo entre Renato e a esposa. Renato preferiu não falar muito sobre o assunto intimo com sua mulher, mas marcou uma visita à casa de Antonio para o dia seguinte.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por volta de meio dia, Renato avisou a Antonio que iria para sua casa mais ou menos às 14 horas. </div>
<div style="text-align: justify;">
-Prepara uma cerveja que vou pra tua casa e vais ter uma surpresa -disse para Antonio.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Já estou te esperando Não vou nem trabalhar hoje a tarde.</div>
<div style="text-align: justify;">
Antonio mandou comprar seis cervejas. Pediu para a vizinha Natercia fazer umas calabresas para tirarem o gosto e esperou a chegada do amigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por volta das 14,30h Renato chegou. Trazia uma maleta e uma sacola pequena. Ficaram tomando gelada e conversando. Renato se abriu totalmente com o amigo. Disse que na verdade nunca gostou de Marcela ao ponto de casar.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Acho que errei porque me empolguei -confessou ao amigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sim, mas o que tu queres fazer? -indagou Antonio</div>
<div style="text-align: justify;">
-Vou embora. Volto pra Recife hoje mesmo. Saio daqui direto pro terminal. Não vou falar pra ninguém; só tu sabe disso! -garantiu Renato.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aquela foi a tarde cujo tempo mais demorou a passar para Renato. Olhava para o relógio toda hora. Havia comprado passagem para as 18,30h. </div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto aguardava a hora de partir, Renato metia a carra na gelada. Já tinham comprado mais meia dúzia de cervejas e já estava acabando. Decidiram, como já era 16,30h, comprar mais três.</div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto isso o telefone da casa de Antonio tocava toda hora. Já tinha tocado uma seis vezes. Ele quando atendia dizia que não tinha noticia alguma do amigo Renato. Na última vez que Marcela ligou, ele disse que iria sair para resolver um problema. Ela disse0lhe que estava preocupada, que iria no IML e até no aeroporto. -Tenho que encontrá-lo! -repetia marcela a roda hora.</div>
<div style="text-align: justify;">
Renato preferiu sair da casa de Antonio por volta das 5,30. Pegou um ônibus e chegou ao terminal antes das 18 horas, Conseguiu embarcar sua maleta e sua pequena sacola e ficou observando uma possível chegada de Marcela. Não queria ter a surpresa de encontrar a mulher tentando lhe impedir de partir.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por volta das 18,10 entrou apressado no veículo que iria direto para Recife. De longe, o amigo Antonio ficou a lhe observar, já que sem saber, seguiu o amigo e ficou na espreita de uma possível surpresa que ele poderia ter. Precisamente às 18,32 o ônibus de Belém pra Recife partiu. Com ele levou Renato e o final do sonho de amor de Marcela. </div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-51934847791649004982019-01-25T10:32:00.000-08:002019-03-04T10:01:43.343-08:00LINDINHA, A GATA ENCANTADA<div style="text-align: justify;">
Júnior nunca demonstrara ser um apaixonado por animais. Tudo bem que quando ouvia histórias de cachorros, gatos e outros animais domésticos, ria e batia sempre uma certa curiosidade em ter um bichinho para ver como era criar um animal. Às vezes ele ajudava uma amiga ou amigo quando precisavam ir ao veterinário. E só. Seu temor maior era porque como sempre residiu em apartamento, pensava duas vezes quando lhe ofereciam um para criar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Foi Ana, uma amiga sua, namorada de Carlos, quem praticamente o obrigou a ficar com uma gatinha mestiça de siamês com vira lata, marrom e branca, que aparecera perto de sua casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Fica com ela Júnior. A coitada vive na rua sendo perseguida por cachorros e gatos maiores. É novinha, tem poucos meses de vida, não tem nem um ano e parece já estar gestante, a mamãe que falou. Faz essa caridade com esse pobre animal! -implorou Natália ao amigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Impossível, mana. Lá em casa não tem nem local pra ela ficar. Moro com meus pais em apartamento, e tem três quartos: um meu, outro do meu irmão e um dos meus pais. Não dá pra ela ficar em nenhum deles, né? -respondeu Júnior, deixando claro que enfrentaria uma situação difícil se pegasse a gata.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, mesmo enfrentando toda essa problemática, Júnior ficou penalizado com a situação da gata. Foi pra casa e imaginou uma situação positiva para a bichana. Imaginava a gata sendo molestada por gatos de rua e até perseguida por cachorros. Chegou a oferecer a amigos, pessoas de seu trabalho, da faculdade, mas ninguém queria.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Já tenho dois gatos em casa -disse-lhe Clarissa.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Porra, lá em casa é uma verdadeira creche de animais. Tem passarinho, um gato e um cachorro já com quatro anos. Ainda bem que eles conseguem viver sem brigas -respondeu desconversando Robson, colega de Júnior da faculdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Todos os dias, quando chegava em casa, Júnior tentava falar com seus pais e seu irmão sobre a gata. Procurava um meio de tirar a gatinha da rua, dos perigos que a rua oferece para todos, e para os animais muito mais ainda. </div>
<div style="text-align: justify;">
Pensou até em abrigá-la em seu próprio quarto. Tentaria mantê-la escondida de seus pais, somente para fazer um bem. Pensou várias horas na noite. Mas ao mesmo tempo imaginava nas despesas com veterinário, nos gatinhos que iriam nascer, onde ficariam? E como ele conseguiria alimentar a gata e a todos os pequenos?<br />
<br />
UM LAR PARA A GATA<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De tanto pensar, Júnior de repente teve uma ideia: o quarto de empregada, que desde que Anita havia saído estava praticamente sem uso, a não ser como uma despensa. Pensou com seus botões: "a mamãe só usa o quarto que era da Anita para estender roupa. Ou então para guardar alguma coisa que não se usa. Acho que dá para a gata ficar lá" -raciocinou.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não pensou duas vezes, decidiu arriscar. Ligou para Natália e pediu pra ela pegar a gata, dá um banho que ele à noite talvez fosse pegá-la. </div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse dia Júnior chegou em casa depois das 23 horas. Sua mãe já estava dormindo e seu pai na sala via o final de um filme. Entrou pela porta da cozinha e se dirigiu quase que sorrateiramente para o ex-quarto de empregada. Seu pai estranhou sua demora para aparecer na sala e foi ver o que havia, mas não desconfiou de nada. Viu apenas que Júnior tinha trazido uma caixa. -Que é isso? -perguntou-lhe o pai. -Nada -respondeu Júnior seguro.</div>
<div style="text-align: justify;">
Muito cedo, dona Jane, mãe de Júnior, ouviu um barulho esquisito no quarto que servia como despensa, e foi ver. -Que é isso, quem trouxe esse gato pra cá? -perguntou assustada. Como ninguém respondeu ela foi logo com os meninos, Douglas e Júnior. -Mamãe, foi eu que trouxe, mas só por uns dias -se acusou Júnior. -Na segunda feira eu devolvo. É de uma amiga, porque ela está se mudando e não tem como cuidar. Mas me responsabilizo por ela -garantiu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Júnior saiu logo de casa para providenciar uma caixa para a gata fazer suas necessidades, comprar uma vasilha para por a comida e a água e o principal: ração para o animal, que a partir daquele momento passou a ter uma residência fixa, pelo menos até a palavra final de seus pais.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse dia, a gata passou o tempo todo no quarto. Ninguém ousava chegar perto dela. A fama de ser da rua amedrontava a todos. Menos ao Júnior, que chegava perto, dava comida, deu até banho. A gata não o estranhava, mas com os outros tinha comportamento diferente, olhava muito desconfiada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Passaram-se os dias e Júnior não falava em levar a gata de volta. A gata, enquanto isso, já começara a andar pela casa. Um sofá, que ficava no quarto de Júnior, foi para o hoje quarto da gata, que ganhou o nome de Lindinha. </div>
<div style="text-align: justify;">
Dona Jane e seu Mário, os pais de Júnior, em poucos dias passaram a sentir um certo afeto pela gatinha. Daí começaram a pensar em ficar definitivamente com a gata. Era notório que Lindinha começava a conquistar a todos da casa. Desta feita, foi fácil e unânime a decisão da permanência da gata na casa. Até Douglas, irmão mais novo de Júnior, sempre meio arredio, se pegava sempre brincando com a gata.<br />
Com pouco mais de um mês em sua nova residência, Lindinha ganhou o carinho definitivo de todos.<br />
Quem tem ou já teve um gato ou uma gata de estimação sabe o quanto esses felinos são carinhosos e gostam de também receber muito chamego. indinha é assim: esperneia, se deita, pula, e tem sempre para todos da casa um olhar de amor, de carinho, parece estar sempre pedindo colo, chamego.<br />
Seu Mário, o pai, sempre foi o mais apegado com gata, que a cada dia demonstrava estar mais perto de ganhar seus filhotes, embora Júnior, definitivamente, era o predileto de Lindinha. Mas foi seu Mário, também, além de ser quem mais se preocupava em colocar a comida da gatinha pela manhã e à noite, foi quem fez a descoberta que Lindinha não bebia água na vasilha que havia sido comprada especificamente pra isso. -Ela só bebe na torneira, ou seja, só quer água corrente -dizia o pai de Júnior estranhando o comportamento da gata.<br />
<br />
LINDINHA, A GATA, E SUAS MANIAS<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A realidade é que Lindinha rejeitava e não bebia água de maneira nenhuma na vasilha. Era sempre vista e retirada de um dos banheiros bebendo água na pia.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Tudo bem, mas no meu quarto eu não quero. Ela pode beber em qualquer pia, mas na do meu banheiro não -deu o veredicto dona Jane. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mas Lindinha era teimosa. E apesar de já ficar em cima da mesa, nas cadeiras, no sofá da sala sem ser incomodada, era sempre retirada de um dos banheiros da casa, do casal ou dos meninos. Ela não queria de maneira nenhuma usar a pia do banheiro do quarto que lhe foi destinado e onde estava sua caixa com a areia para as suas necessidades. Parecia querer marcar terreno, mostrando que tudo na casa era seu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lindinha com seu charme encantava a todos. Já sentava com seu Mário no sofá da sala, com dona Jane quando ela ficava zapeando e sempre estava nos braços de Júnior, que era quem mais a paparicava e era também o mais chameguento por parte dela. Douglas era o menos ligado à ela, mas vez por outra era visto brincando com a gatinha.<br />
<br />
NASCIMENTO E MORTE DOS FILHOTES<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com mais ou menos dois meses na casa de Júnior, Lindinha deu a luz a quatro gatinhos. No outro dia após o nascimento, já amanheceu um morto. Ela não largava os gatinhos, protegia até de olhares, mas talvez por inexperiência, eles não conseguiam mamar adequadamente. Tanto que três dias depois de nascidos só restava um gatinho. O pequeno era arrastado pela mãe que parecia superproteger entendendo que de seus quatro filhos, só restava um.</div>
<div style="text-align: justify;">
Depois de uma semana o gatinho já se arrastava de um lado para outro. Era uma luta para ninguém pisar no minúsculo animal, porque ele se metia em todos os lugares. Só parava quando sua mãe o arrastava para dar de mamar. </div>
<div style="text-align: justify;">
Crescendo, o gatinho observava sua mãe que ficava na varanda do apartamento. Ela parava, olhava para baixo, para cima, observando os passarinhos ou outros bichinhos voadores. </div>
<div style="text-align: justify;">
Um dia, o gatinho desapareceu. Quando sentiu falta do filho, Lindinha ficou correndo de um lado para outro procurando o filho. Mas a notícia veio logo depois pelo interfone. Foi o porteiro quem deu a notícia de que o corpo do pequeno gatinho fora encontrado sem vida. Ele, inocentemente, se jogara do nono andar e morrera.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lindinha não se cansava de andar perdidamente pelo apartamento. E estranhava até ao Júnior. Ia para a varanda e olhava lá de cima, parecendo querer se jogar à procura do filho.</div>
<div style="text-align: justify;">
Passou vários dias assim. Mas com alguns dias a tristeza passou. A gata voltara a brincar mais com todos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Poucos meses após perder seus filhos, Lindinha começou a passar a noite em claro. Chorava, miava quase a noite toda. Ninguém conseguia dormir com o choro da gata. Júnior consultou a várias pessoas e falaram que ela estava no cio. -Todo cuidado é pouco. Ou dá injeção ou castra -falou sua amiga Clarissa. E foi o que foi feito. Lindinha foi levada a um veterinário que a castrou. A gatinha sofreu vários dias, foi feito curativo, mas enfim Lindinha estava sã e salva, tranquila.<br />
<br />
LINDINHA, O XODÓ DE TODOS<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, um ano depois, Lindinha é um membro da família. Todos os dias às seis da manhã ela está na porta do quarto de seu Mário aguardando que ele ponha sua comida e depois abra a torneira para ela beber água. Após estar alimentada e matar a sede, Lindinha fica à espera de que os moradores da casa um a um se levante para pular em cima, querendo carinho. Júnior ainda é o bem amado dela. Simplesmente porque a põe nos braços e libera sua cama pra ela dormir quando ele não está. É cheirosa, presta atenção a tudo e sempre se senta ao lado de quem está vendo TV na sala, principalmente seu Mário.</div>
<div style="text-align: justify;">
-É uma criança. Brinca, presta atenção a tudo, reclamava quando não lhe dão atenção, é uma gata encantadora. Aliás, uma gata encantada.</div>
Essa é Lindinha.Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-70732217337750256132019-01-22T11:30:00.000-08:002019-01-23T09:54:02.806-08:00UMA HISTÓRIA DE AMOR<div style="text-align: justify;">
-Onde estou? -Que lugar é esse? -Quem me trouxe aqui? -perguntava Joana assustada sem entender como foi parar naquele lugar, para ela estranho.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Calma, calma. Está tudo bem, foi eu quem lhe trouxe. Sou o Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Quem é você? Por que me trouxe pra cá? -Indagava Joana quase em lágrimas.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Estávamos em um bar, eu em uma mesa e você estava em outra, sozinha. Já era bastante tarde, o bar estava fechando e você cochilou. Me preocupei e achei melhor trazer você pra minha casa -respondeu Fernando um pouco assustado com a reação da moça.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Me leve embora, por favor -pediu Joana ao rapaz.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ok -respondeu Fernando -e continuou: -Você não quer tomar uma banho?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não, não -respondeu Joana apresada.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Tenha calma. Já que você não quer, vou eu tomar um banho e depois vamos. Se quiser tomar um café, tem pronto. Pode pegar -ofereceu Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
Joana estava abatida. De ressaca e com a cabeça zumbindo. Havia discutido com a mãe na noite anterior e resolveu sair para relaxar. Tomou várias doses de caipirinha, bebida destilada que não tinha costume de beber e não aguentou Ficou só o bagaço. Embriagada foi ajudada pelo jovem Fernando, que a levou para sua casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
A casa de Fernando era realmente humilde. Bem diferente da de Joana, um apartamento de três quartos que seu pai, separado de sua mãe já há alguns anos, havia comprado pra família.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Vamos -chamou Fernando. -Onde você mora? -perguntou.</div>
<div style="text-align: justify;">
-No bairro do Marco, mas pode deixar que eu vou só -respondeu. -Queria saber se você usou preservativo comigo, pois não lhe conheço e de repente estou na sua casa, na sua cama...</div>
<div style="text-align: justify;">
-Pode ter certeza que não lhe toquei -respondeu Fernando, demonstrando sinceridade.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não acredito -respondeu Joana. -Os homens são todos canalhas -garantiu.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Pois é, acho que eu escapei, pois não lhe toquei de forma alguma. Lhe levei para minha casa para não deixá-la à mercê de bandidos que andam pela noite e como você não estava bem seria alvo fácil. Seu celular está ai e se você tiver dinheiro na bolsa, pode pegar, porque eu nem abri -garantiu o jovem, enquanto saíam do pequeno quarto onde ele residia nos fundos de uma residência na Cremação.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Te agradeço. É porque sou muito desconfiada, cismada com os homens. Tenho 21 anos e só tenho levado cacetada de pilantras. Pior que briguei com minha mãe, mas ela está coberta de razão, pois me envolvi mais uma vez com uma pessoa errada -confessou Joana, mais calma.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os dois caminharam para uma parada de ônibus onde Fernando rumaria para o comércio, onde iria ver umas coisas.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Vou para minha casa. Mais uma vez te agradeço e queria, se você puder me dar, o seu numero -pediu Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Olha, tranquilo. Você dá um toque pra eu pegar o seu, ok? -sugeriu o jovem.</div>
<div style="text-align: justify;">
Joana foi pra sua casa de cabeça fria, pois tinha certeza que Fernando tinha sido um anjo em sua vida. Imaginou se o rapaz não a tivesse levado pra sua casa teria sido alvo fácil para os bandidos.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sim, dona Joana onde a senhora passou a noite? -perguntou sua mãe, dona Ester. -Mais uma vez</div>
<div style="text-align: justify;">
na farra? -completou quase agressivamente a ainda jovem senhora mãe de Fernanda.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mamãe, deixe eu descansar um pouco. Depois conversaremos -pediu a jovem já um pouco recuperada da noite anterior.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tinha ido dormir tipo 2 horas da manhã. Dormira bem, mas a ressaca de caipirinha mexeu com sua cabeça que estava pra explodir.</div>
<div style="text-align: justify;">
Já era perto das 11 da manhã, ensolarada e bonita de sábado. Joana estava deitada mas dormiu muito pouco. passou a maior parte do tempo acordada, pensativa na discussão que tivera com a mãe e com o porre que tomara. Imaginava que cara bacana tinha sido o Fernando. Por que ele não se aproximara dela, não abusara dela? Será que ainda existem homens assim? -pensava sem parar com seus botoes.</div>
<div style="text-align: justify;">
Estava desnorteada. Não sabia bem o que fazer. Tinha brigado com o ultimo ficante, pois o cara não a levava ela a sério e tinha inclusive dado em cima de uma de suas amigas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Parara de estudar. Tinha trancado a faculdade faltando apenas três semestres para concluir. Já estava parada de estudos há quase um ano. Queria continuar, mas não sabia se era bem isso que queria.</div>
<div style="text-align: justify;">
Resolve ligar para sua melhor amiga. -Renata? tudo bem mana?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Oi Jô. Que houve, com você mana? -perguntou. -Sua mãe me ligou duas vezes, até meia noite de ontem. Onde você se meteu? -insistia Renata</div>
<div style="text-align: justify;">
-Tomei um porre, queria ficar só. Fui arar na casa de um carinha aí -respondeu Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Cruzes! -admirou-se Renata. -E como foi isso? -indagou.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Nem eu sei. Só sei que o cara me tratou muito bem, não mexeu comigo, me deixou hoje cedo na parada de ônibus e estou intacta, com celular e tudo mais -contou Joana à amiga, que também sorria admirada.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Vamos sair hoje? -convidou Renata -Queria saber toda a história.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não mana. Hoje não -respondeu Joana. -Tenho que ter uma conversa com a mamãe hoje e vou definir minha vida -respondeu a amiga, desconversando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sim Joana, o que foi que houve que você passou a noite fora, não me atendeu no celular... Fiquei como louca, estava dando um tempo pra ir na polícia -perguntou dona Ester, sua mãe.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mamãe a sra. não me entende. Estou no maior sufoco e a sra. só cobra de mim -desabafou Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Eu não lhe entendo, né? Está no sufoco. Engraçado que eu recebo uma pequena ajuda de seu pai e tenho que trabalhar, pagava parte de sua faculdade, você trancou e eu que não lhe entendo! -reclamou dona Ester.</div>
<div style="text-align: justify;">
E continuou no sermão: -Que que você quer? Ficar com esses oportunistas que ficam com você lhe usando e abusando e não pensam em nada? -jogou na cara sua mãe. -É isso? -perguntou.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mamãe não vamos discutir mais. Vou dar um jeito na minha vida. Já decidi que vou de qualquer maneira arranjar um trabalho, dispensar sua mesada. Quero, se for o caso, arranjar um outro lugar pra ficar -disse Joana decidida.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Minha filha não é assim -falou mudando o tom dona Ester. O que quero na verdade é que você crie juízo, fique bem, veja com quem se mete e volte a estudar. Acho que já está bom de farra, brincadeira -arrematou dona Ester.</div>
<div style="text-align: justify;">
Joana calou-se, foi para a sala ver TV e pensar no que realmente queria e iria fazer.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pegu o telefone e ligou para Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Oi, quem é? -perguntou Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Oi, é Joana. Queria lhe agradecer e dizer que você foi uma pessoa muito legal me levando pra sua casa e me salvando de ser alvo de bandidos. Muito legal mesmo! -agradeceu Joana mais tranquila e com a cabeça menos doida da ressaca matinal.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Que é isso. jamais poderia deixar você num local daqueles sozinha. Já era mais de uma da manhã e tranquilamente o perigo estava à nossa espreita -garantiu Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
Você mora só? -perguntou Joana -Sim, meus pais são do interior. Trabalho e estudo aqui, por isso moro naquele cafofo que com certeza você não gostou. Só uso mais pra dormir mesmo -respondeu justificando Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Vou gravar seu número aqui. Podemos marcar pra nos encontrarmos e batermos um papo.? Até tomar umas, contanto que não sejam tantas como ontem -convidou o rapaz.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ok. legal. Não te preocupa que o que aconteceu não vai se repetir. Ontem foi um caso especial. Não costumo beber caipirinha. Gosto mesmo é de uma cerveja -respondeu Joana aceitando o convite.</div>
<div style="text-align: justify;">
Marcaram para o outro dia, à tarde, num bar perto da Doca.</div>
<div style="text-align: justify;">
O domingo estava ensolarado, parecendo o dia anterior. A promessa era de um dia bom, dava praia, piscina e passeio ao ar livre. Embora o mês fosse dezembro, não havia sinais de que a chuva aparecesse para atrapalhar qualquer encontro, mesmo que fosse ao ar livre. Fernando na verdade não gostava muito da Doca. Preferia um bar mais periférico, onde pudesse conversar sentindo a brisa do tempo paraense, onde aquele calor dá sempre vontade de beber mais uma gelada. Mas como como a proposta do local foi de Joana e era o primeiro encontro, foi.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sinceramente como quando acordei ontem fiquei com medo. Pensei que tinha sido estuprada, abusada, roubada e tudo mais. Jamais imaginei que você não teria feito algo comigo -confessou Joana, agradecida pelo bom comportamento de Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Imagina. Sou de uma origem humilde, não tenho maldade -disse Fernando. -Eu também sou -quase interrompeu Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os dois conversaram sobre tudo. Casa, família, estudos, amor. Joana contou que trancara a faculdade de Bioquimica que fazia, e estava prestes a terminar. -Estou até pensando em voltar a estudar - falou. Lembrou dos atritos com a mãe e do desejo de trabalhar e morar só.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Olha Fernando -disse Joana já meio íntima -acho que tenho que dar um jeito na minha vida. Já tenho 21 anos, nunca trabalhei, vivi sempre ás custas de minha mãe, e pior que reclamo muito. Tenho que rever muitas coisas -disse baixando a cabeça Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Joana eu trabalho desde cedo. Vim pra Belém pra continuar meus estudos. Sou de Tomé-Açu, onde meus pais são pequenos agricultores, me mandam um pouco de dinheiro, mas preciso trabalhar, porque você sabe, a gente bebe um pouco, tem um cinema, e isso eles não podem bancar. mMas estou bem -garantiu o rapaz.</div>
<div style="text-align: justify;">
Trocaram alguns carinhos mas em forma de olhares e nas mãos; nada de beijos e marcaram outro dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na semana seguinte os telefonemas foram muitos. Fernando demonstrava muito interesse por Joana. A moça retribuía, ligando duas ou três vezes ao dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Acho que estou gostando do Fernando, Renata. O cara é uma figura diferente, bom caráter -dizia empolgada Joana à amiga.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Vai fundo mana. Se o cara é legal e tu se sente bem, vai firme -aconselhava Renata.</div>
<div style="text-align: justify;">
A conversa entre Fernando e Joana evoluía e dava um certo ar de avanço entre os dois. Joana já havia até desistido de sair de casa, por ora. Também havia já conversado com a mãe que iria procurar emprego e retornar à faculdade de Bioquímica.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Minha filha, você tem todo meu apoio. Só não entendo porque você não trás esse rapaz aqui, o Fernando, Queria conhecê-lo. Afinal, você é minha única filha e preciso saber com quem você anda -apoiava e ao mesmo tempo reclamava dona Ester.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mamãe vou trazer o Fernando aqui. Mas não pense que ele é rico. É uma pessoa simples, não tem carro como alguns de meus amigos, está estudando, se forma daqui há um ano em Odontologia. Mas é um cara que eu parei nele. Gente do bem -garantia empolgada Joana, sob o olhar incrédulo da mãe.</div>
<div style="text-align: justify;">
Joana e Fernando continuaram se encontrando, agora com mais assiduidade. Quase todos os dias o casal estava junto. Fernando aguardava o convite da namorada para ir em sua casa, conhecer dona Ester.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Será que sua mãe vai gostar de mim, Joana? -questionava Fernando. -Sou um cara simples, do interior, minha família já te falei, é do meio rural, mas são gente de bem -garantia o rapaz.</div>
<div style="text-align: justify;">
Foi num sábado, pela manhã, depois dos dois se encontrarem, que Joana convidou Fernando para ir em sua casa. O rapaz estava na maior expectativa, não sabia como começar a falar com a mãe de sua amada.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Espero não ficar nervoso perante sua mãe. Você diz que ela é rígida -explicava temeroso Fernando para Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Olha, é mas não é. Uma pessoa que hoje eu vejo como justa, que só quer o meu bem. E você pode ter certeza, é o meu amor -se declarava romanticamente Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao chegarem no apartamento de dona Ester, bem aconchegante, Fernando foi muito bem recebido pela mãe de Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Olá, Fernando. Muito prazer -cumprimentou dona Ester.</div>
<div style="text-align: justify;">
-O prazer é meu, dona Ester, Já a conhecia de nome e de fama. Joana fala muito bem da senhora -respondeu Fernando um pouco nervoso, mas feliz por conhecer a sogra.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os três sentaram, logo depois almoçaram e depois a conversa continuou. Dona Ester quis saber a cidade natal de Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Joana falou que você é de Igarapé-Açu, né? -perguntou dona Ester.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não. Sou de Tomé-Açu -corrigiu Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Tomé-Açu? mas eu também sou de lá, de Quatro Bocas! -admirou-se dona Ester.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Minha família mora entre Quatro Bocas e Tomé-Açu, que é a sede -disse admirado Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dona Ester ficou paralisada por alguns segundos. Não estava entendendo tanta coincidência. Aquele rapaz parecia ter alguma coisa de familiar para ela. Pegou um copo de água pra si e ofereceu também para Fernando e para a filha. Enquanto bebia a água, quis saber da família de Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Meu pai é um modesto agricultor, planta pimenta do reino e outros culturas em Tomé-Açu e minha mãe do lar -respondeu Fernando, falando também o nome e sobrenome de seu pais.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dona Ester mudou de cor. Pediu licença e saiu para seu quarto, alegando sentir-se um pouco mal.</div>
<div style="text-align: justify;">
O casal ficou sem entender muito o rápido mal estar de dona Ester. Fernando ficou calado. Joana sorriu com o canto da boca, mas resolveu ficar na sala conversando outro assunto com o namorado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dona Ester permaneceu em seu quarto pelo restante do dia. A filha saiu com o namorado para um passeio. Preferiram não falar sobre dona Ester, sua surpresa. Mas na verdade, ambos ficaram encucados com a reação da mulher quando ouviu os nomes e sobrenomes dos pais de Fernando.<br />
De volta pra casa, já à noite, Joana se reolheu para seu quarto.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mamãe o que houve? por que a sra reagiu daquela maneira quando o Fernando falou o nome da família dele? -indagou meia perplexa Joana no outro dia cedo, quando acordou e sua mãe já estava na mesa à sua espera para o café da manhã.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Minha filha é uma longa história que eu nem sei se devo contar. Mas sinto que tenho o dever de lhe falar -disse dona Ester.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Por favor, mamãe. Estou sem entender nada -insistiu Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Minha filha, a mãe de Fernando, Lia, foi minha colega de infância. E namorou com seu pai antes de nos casarmos. Ela foi inclusive a primeira namorada do Lucas, seu pai, quando ambos tinham mais ou menos 15 anos. Lucas namorou com a Lia durante uns quatro anos, até que brigaram, acabaram e poucos meses depois começamos a namorar e com um ano depois nos casamos -contou dona Ester.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sim, mas onde é que o Fernando e eu entramos nessa história? isso é passado, é coisa de vocês! -arrematou um pouco irritada Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Saí de Tomé-Açu para estudar, o Lucas só veio depois de mim. E os comentários da época diziam que Lia ficou grávida e o pai da criança era o Lucas. Se for verdade, o Fernando tem muita chance de ser seu irmão. É uma coincidência novelesca, mas o fato tem que ser apurado, pois a Lia, na verdade teve três filhos. Um deles pode ser seu irmão -enfatizou dona Ester.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sim, mas não se sabe a verdade, se a primeira gravidez de dona Lia foi o Fernando e se realmente era filho do papai -argumentou Joana, apesar de demonstrar um pouco de preocupação.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não tenho como descobrir. Seu pai não está mais conosco e eu nem sei onde ele mora. Só quem pode falar o que realmente houve e quem é o pai de Fernando ou de um dos outros filhos de Lia é a própria Lia ou seu pai, Lucas, se conseguirmos localizá-lo. Pra mim ele sempre negou -garantiu dona Ester.</div>
<div style="text-align: justify;">
Joana saiu de casa encucada com a parafernália que foi a história de sua mãe e seu pai na juventude. Não sabia como conversar com Fernando. Nesse dia rodou pelo comércio e no final da tarde resolveu voltar pra casa. Fernando havia ligado duas vezes, mas ela não atendera. À noite, atendeu à ligação do namorado.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Oi amor. Desculpa não ter te atendido. Estava meio grilada e resolvi dar um balão pelo comércio. Mas está tudo legal agora -explicou Joana ao namorado.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mas o que houve? Não dá pra conversar agora? -insistiu Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não, amor. Melhor amanhã. Vamos ter mais tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Marcaram para almoçar no dia seguinte. Foram a um pequeno restaurante perto da casa de Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
Joana contou toda a história que a mãe lhe repassara para o namorado, que ouviu atônito. -Mas como pode isso? -indagou Fernando sem entender nada.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Quer dizer que seu pai namorou com a minha mãe na juventude? mesmo? É isso? Sua mãe tem certeza do que falou? -indagava insistentemente Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Olha, ela só não tem certeza se você é filho do meu pai. Isso só quem pode falar é sua mãe -garantiu Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
Fernando achou melhor não ligar para sua família. Marcou para irem, os dois, à Tomé-Açu onde conversariam com sua mãe. Mas depois imaginou que o assunto era meio complicado para conversar lá com seu pai presente. Não sabia qual seria a reação dele. Resolveu que chamaria sua mãe, Lia, para vir a Belém. Para isso inventaria alguma coisa, para não adiantar nada sobre o assunto.</div>
<div style="text-align: justify;">
E foi o que fez. À noite, de sua casa, ligou para a mãe dizendo que precisava conversar com ela, apresentar-lhe sua namorada. -Sai mais em conta a sra vir aqui, pois a gente indo o custo é bem maior. E a sra me visita, né? -tentou convencer Fernando sua mãe.<br />
Lia aceitou o convite e garantiu que se encontrariam em uma semana. Ela viria resolver alguns assuntos e passaria dois dias com o filho.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mamãe essa é Joana, minha namorada -apresentou Fernando à sua mãe, Lia.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Oi Joana. De minha parte é um prazer. O Fernando já estava na hora de arranjar uma namorada fixa, certa -comemorou dona Lia.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Muito feliz de conhecer a senhora. O Fernando fala muito da senhora. Estávamos programando isso já há tempos -completou Joana sorridente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Conversaram por mais de uma hora. Foram buscar as origens de cada um. Até que chegaram na família de Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mas você nasceu em Belém ou em Tomé-Açu? -indagou Lia, depois de Joana dizer que tinha parentes na terra dela.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não. de Tomé-Açu é minha mãe e meu pai -respondeu quase suspirando Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mesmo? Qual o nome deles? -perguntou Lia.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Meu pai é Lucas e minha mãe Ester -respondeu Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dona Lia ficou calada. Depois de alguns segundos perguntou como ia a mãe de Joana.<br />
-Poxa. Como o mundo é pequeno, né? Acho que conheço sua mãe -garantiu Lia. -Como está ela?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Minha mãe está bem. Meu pai é que não vemos há muito tempo -respondeu Joana.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dona Lia já imaginou mais ou menos o assunto. Quando Joana falou o nome de Ester e Lucas ela compreendeu o que o filho queria saber. E foi logo adiantando:</div>
<div style="text-align: justify;">
-Meu filho pode ter certeza que você não é irmão de Joana. Os boatos e mexericos da época sobre o filho que poderia ter sido de Lucas, infelizmente recaíram sobre minha primeira gravidez, que é sua irmã Patricia, que pode ter certeza é filha também de seu pai, Jonas. Realmente, o meu envolvimento com Lucas foi muito grande, quase cinco anos. Mas os boatos não tinham fundamento, eram só fofocas sobre minha primeira gravidez. Lucas já tinha outra namorada, a Ester e eu já estava com seu pai. Patrícia é sua irmã legitima, por parte de pai e mãe. E pode ter certeza que eu falo isso pra Ester, porque nunca tive raiva dela, apesar de não nos falarmos há muitos anos -declarou peremptória dona Lia.</div>
<div style="text-align: justify;">
O peso havia saído da cabeça do jovem casal. Imediatamente ligaram para dona Ester e Joana deu a noticia. Marcaram para irem no outro dia na casa da mãe de Joana. Lia aceitou de primeira.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Nunca tive raiva de você, Ester. Fomos amigas de infância. Lucas não deu certo comigo e parece que também não deu com você. Mas é a vida. Espero que nossos filhos sejam felizes. Adorei sua filha e espero que seja minha nora -finalizou Lia abraçando a velha amiga.</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-14148394106371810532019-01-16T09:59:00.001-08:002019-01-18T06:04:49.331-08:00CONVERSA DE BOTEQUIM<div style="text-align: justify;">
Os quatro amigos se encontravam sempre às quartas feira para iniciarem os trabalhos etílicos do final de semana. Era um hábito que já tinha pelo menos oito anos. Formavam um grupo ideal, com discussões que iam de musica para futebol, passando pela política e chegando até à família, já que dos quatro, três eram casados e tinham filhos na adolescência. Victor, o mais jovem, 32 anos, tinha saído da Universidade há três anos, onde quase jubila, mas enfim concluíra o curso de sociologia. Era poeta e metido a escritor. Estava sem trabalho e politicamente sempre tinha uma posição bem avançada, quase radical e sempre batia na tecla de que só as reclamações e choradeiras não eram suficientes para mudar. Achava que tinham que lutar mais, ir pras ruas. Torcedor de Tuna e Vasco, se achava um bom entendedor de futebol, mas era sempre o mais gozado, porque seu time, dos três grandes do Pará, era tido como o terceiro, o mais sofrido e o que tinha menos títulos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Samuel, o Samuca, era o assumido comunista do grupo. Advogado, sem escritório próprio, usava o escritório de um colega. Prestava serviço como contratado a dois sindicatos de trabalhadores rurais no interior, e de uma associação de pescadores. Contra tudo e contra todos, era outro crítico do sistema. Vindo do heroico PCB, estava sem partido, não sabia se se filiava ao PT ou atendia apelo de alguns amigos que resolveram aderir ao PC do B.</div>
<div style="text-align: justify;">
Gildo era indeciso politicamente. Dizia que foi do MR8 nas décadas de 70, 80, mas na verdade não estava filiado, aliás nunca se filiara a partidos. Se autoproclamava de esquerda, mas nunca assumiu ser um militante comunista. Preferia evitar, segundo ele, a pecha. Mas nas greves da categoria -era professor do ensino médio- estava sempre presente e era um dos que mais agitavam.</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Geraldo era o mais calmo. Só falava o necessário e tinha passado mais de um mês sem se reunir com os amigos. Um problema sério de coluna o afastara um período do grupo e até do trabalho da agência onde trabalhava como corretor de automóveis.</div>
<div style="text-align: justify;">
Samuca era sempre quem puxava as discussões. Polêmico, gostava de exercitar sua veia de homem de esquerda, daqueles que viam erros em todos os setores. Elogio era uma palavra fora de seu dicionário.</div>
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<div style="text-align: justify;">
-É impossível viver em um país e em um estado onde sempre quem manda é a direita. Sinceramente, como já joguei a toalha em termos de credibilidade nesse país. Em meu estado é até pior. Aqui não acontece nada de novo. Essa direita podre não muda. principalmente em termos de direitos de trabalhador -reclamava Samuel, que aos 43 anos já tinha feito dois concursos públicos, passado nos dois mas nunca fora chamado. Alegava que era sua ficha "de comunista" que não deixava nada fluir em seu favor.</div>
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<div>
<div style="text-align: justify;">
-Eu concordo plenamente com você, porque a verdade é que esses caras não olham nem pelos servidores públicos, quanto mais para trabalhadores comuns. Queria que eles tivessem a hombridade de pelo menos dar aumentos corretos para os servidores estaduais e municipais; pagassem o piso dos professores, por exemplo, que trabalham com educação, necessidade fundamental para todo ser humano, e que aqui ganham uma miséria - concordava reclamando Gildo, professor do ensino médio, com 15 anos de magistério e ainda pagando aluguel.</div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
E continuou: -Se minha mulher ganhasse um pouquinho mais e eu recebesse o piso salarial nacional de professores, nossa vida era bem melhor, meu camarada -garantiu.</div>
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<div style="text-align: justify;">
-Égua, vocês reclamam pra caramba. Que dirá eu, que no momento estou vivendo praticamente ás custas do que ganha minha mulher? E tenho que dar graças a Deus, porque moramos numa casa que ela ganhou do pai. Se não fosse isso, a bronca era mais feia -reclamou Geraldo, o mais pacato dos quatro amigos.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Geraldo estava encostado de benefício, com problemas sérios de coluna. Na concessionária de veículos onde trabalhava, estava ameaçado de ser despedido, o que o deixaria ainda em pior sua situação, pois ganhava um pequeno salário mais a comissão nas vendas, Como não estava vendendo, o salário só dava para pagar a luz, o IPTU e comprar pequenas coisas de casa. O grosso mesmo era sua esposa que punha em casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Eu quero é ver é a merda feder. Amigos, se o povo não se movimentar, acho que isso aqui vai voltar a ser uma ditadura, como em passado recente. Nunca vi um governo pensar nos mais pobres. Tenho pouco mais de 30 anos e sinceramente como não vejo perspectiva neste país. Tu já pensou aqui no Pará? Só dá PMDB ou tucano. Não muda essa história nunca. E no Brasil é tucano e tucano. Esse boca de suvaco do FHC que se dizia de esquerda é um falso. Está aí governando só pra rico, quer privatizar tudo e lascar ainda mais a todos nós. Gosta de posar de estadista, mas não passa de um vendilhão das riquezas nacionais. Vocês vão ver. Vai terminar conseguindo vender a Petrobras, como fez com a Vale, com a Companhia Siderúrgica Nacional e outras grandes empresas. Não tem compromisso com nada. Só com o bolso dele e dos seus -reclamava Victor, destilando todo o seu rancor nos gestores da nação e do Pará.</div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
A cerveja rolava e o papo fluia normalmente. Já eram quase 23 horas. </div>
<div style="text-align: justify;">
-Hoje eu tô afim mesmo é de dançar. Sair daqui, já que vocês são todos enrolados, eu vou pro Palácio dos bares, pegar uma gata e desfrutar do amor -mudou de assunto Victor.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ok. Tu és solteiro mas te lembra que tu tens filho. Cuidado com a Naza. Ela me disse que tu nem vais ver o garoto, espertão -sapecou Samuca sorrindo para o jovem Victor.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Rapaz, eu até que assumo. Mas não posso fazer muita coisa agora não, né? Estou fazendo um estágio, e o que recebo não dá nem pra gelada. Mas tô ligado. Assim que as coisas se ajeitarem - o que não acredito muito agora! -vou dar a pensão do garoto. Só não quero mesmo é papo com ela. Perturba muito. É estressada demais -rebateu Victor, decepcionado com sua própria situação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por volta das 23,30h os colegas se despediram. Marcaram para se encontrarem no sábado, na pelada, que na verdade era mais um pretexto que sempre encontravam para tomarem mais umas geladas e baterem o saudável papo. </div>
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Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-36797690104592186012019-01-14T12:48:00.000-08:002019-01-25T06:18:06.863-08:00AMOR NA IGREJA<div style="text-align: justify;">
José Luiz é o que pode se chamar de "homem certinho". Nunca bebeu, nunca fumou, não gostava de festa, tinha poucos colegas, sua única diversão sempre foi torcer por seu time, o Paysandu. Do tempo do rádio portátil, Ze Luiz, como todos o chamavam, adorava torcer pelo seu time sozinho, numa rede ou debaixo do pé de açaí na sua querida Igarapé Miri. Poucas vezes veio a Belém, e quando vinha era para resolver algum problema de sua mãezinha, dona Natércia, já idosa e com muitos problemas como Artrose, pressão alta e diabetes.</div>
<div style="text-align: justify;">
Foi seu primo, Adonias, quem o convidou pra vir morar em Belém. Zé Luiz não queria de maneira nenhuma vir pra capital. </div>
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-Rapaz, eu não conheço nada no Belém. Que que eu vu fazer lá? -perguntava sempre ao primo Adonias quando este ia lá em Igarapé Miri, onde a família tinha um sítiozinho e umas plantações de açaí.</div>
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-Tô te falando que é legal, rapaz. Já tô em Belém há oito anos, tenho minha casa no Jurunas e te digo: só quero vir em Igarapé Miri passear -dizia Adonias todo pávulo com o que já havia conseguido na capital.</div>
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Foi no começo do ano 2000, depois de tanta insistência do primo, que Zé Luiz veio pra Belém. Como não tinha casa pra morar, ficou mesmo na casa de Adonias, que era três anos mais velho que ele -25 anos- mas já estava casado e a esposa estava inclusive esperando o primeiro filhinho.</div>
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Adonias adorava uma cerveja, mas quando estava com pouco dinheiro, tomava mesmo era uma cachacinha, sem cerimônia. Gostava de beber em casa, pois casado há menos de um ano, era um chamego só com a esposa, Ana Lúcia, uma morena cor de jambo, cinco anos mais nova que ele, muito simpática, sorridente, alegre, apesar de evangélica daquelas que não perdia um culto sábado e domingo numa igreja do bairro.</div>
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-Queria que Adonias se convertesse, Zé Luiz. Acho bacana o homem que não bebe. Ele é um homem muito bom, o problema é essa bebida. Às vezes, mano, ele bebe tanto que vai dormir parecendo uma criança. Só acorda no outro dia de tão bêbado -dizia para o parente, que ouvia tudo calado, pois não queria causar problemas para o primo e amigo que o havia trazido para Belém.</div>
<div style="text-align: justify;">
Zé Luiz, através do conhecimento de Adonias, foi trabalhar numa fabrica de palmito, no Jurunas mesmo. Adonias era uma espécie de gerente da fábrica, homem de confiança do dono e conseguiu que Zé Luiz ganhasse logo e início um salário mínimo, que não era lá essas coisas, mas a carteira era assinada e ainda ganhava toda semana umas compotas de palmito picado, que ele como não gostava muito, vendia para uma taberna no bairro.</div>
<div style="text-align: justify;">
A medida que crescia a barriga de Ana Lúcia ela mais insistia para o marido Adonias deixar a bebida e se converter. Também insistia muito com o primo dele, Zé Luiz, para entrar na igreja. Só que ele era católico igual à avó e à mãe e nem gostava de conversar sobre o assunto. Cortou logo a conversa quando a esposa do primo mais uma vez foi assediá-lo para entrar na igreja: -Não dá mana. Minha mãe nunca me perdoaria se deixasse a igreja católica -respondeu pela segunda e última vez, fazendo com que Ana Lúcia não mais insistisse sobre o assunto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas bastou Ana de Nazaré, a filha do casal, nascer, para o coração de Adonias amolecer. Como a esposa parou de ir na igreja evangélica por um período, pediu para o marido seguir seus passos, fazer sua cobertura como obreira.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Você tem que cobrir minhas faltas na igreja. Sou uma serva, não posso deixar de frequentar o templo. Vá com o pastor e diga que eu tive neném e procure fazer as obras da igreja. Por favor, amor. Faça isso -implorava Ana Lúcia, ainda de resguardo, ao marido.</div>
<div style="text-align: justify;">
E Adonias foi. Falou com o pastor e com mais ou menos uma semana de frequência à igreja, ja virou um fervoroso obreiro. E obreiro daqueles que todos os domingos ía cedo para participar da evangelização e até nos trabalhos mais árduos da igreja.</div>
<div style="text-align: justify;">
Zé Luiz a tudo assistia e nada falava. Via o primo transformado: outrora doente por futebol, Paysandu como ele, agora um fanático pela igreja, que discutia até com os antigos amigos da cerveja sobre as vantagens de ser um obreiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Hoje eu estou mais feliz. Estou limpo. Não deixei de torcer pelo Papão, mas pouco me interessa se ele perde ou ganha. Meu compromisso é com a minha igreja -dizia sempre que um amigo lhe cobrava o porquê de haver deixado de beber uma cerveja nos finais de semana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Rapaz não faz mal beber uma cerveja, um vinho. isso até ajuda na saúde.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Tá maluco? Isso é pecado, mano. Eu tô fora! -respondia sempre quando alguém lhe cobrava presença.</div>
<div style="text-align: justify;">
A filha de Adonias e Ana Lúcia, a pequena Ana Nazaré, ficava taludinha e seus pais estavam cada vez mais afinados com a igreja. Com quatro meses da filha, Ana Lucia se preparava para voltar a frequentar a igreja: agora na companhia do marido pretendia ir aos cultos aos sábados e domingos. Adonias, entrara de férias e com o dinheiro que havia recebido ia comprar um novo terno e dar uma boa parte como dízimo para a igreja.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Por que tu não faz uma reforma nessa casa, Adonias. Eu te ajudo -perguntou Zé Luiz ao primo, mesmo tímidamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Pra que isso, rapaz? A casa está boa, nós estamos vivendo muito bem aqui. Quem precisa de ajuda é a igreja pra fazer um trabalho melhor com os mais pobres -respondeu Adonias ao primo Zé Luiz.</div>
<div style="text-align: justify;">
No domingo, o casal foi para a igreja com a bebê Ana Nazaré. Zé Luiz ficou em casa sozinho. Ouvia uma música no rádio, cozinhava e se preparava para assistir a um jogo de seu time, o Paysandu na televisão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por volta das 13 horas os dois voltaram e a comida já estava pronta, preparada por Zé Luiz, que mostrava sempre ser prestativo, quando necessitavam. </div>
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-Poxa Zé você é o máximo. Tenho que te agradecer esse apoio. A partir de amanhã vou fazer uns trabalhos em Mosqueiro, para a igreja, aproveitando este mês de férias. É que um grupo evangelizador está fazendo umas missões pra lá e eu vou ajudar trabalhando. Só volto à noite, mas todos os dias vou estar aqui. Você se quiser poderá vir almoçar aqui em casa. A Ana Lúcia vai ficar aqui e tranquilo dá para você vir em casa ao meio dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não Adonias. Fico na fábrica. Faço refeição por lá mesmo. Não quero dar esse trabalho pra Ana -disse Zé Luiz.</div>
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Muito cedo, do outro dia, Adonias foi pra Mosqueiro. Tudo por sua conta. Transporte, estada no distrito, alimentação. Queria de qualquer maneira ajudar o pastor Hélio e o pedido da esposa, que queria que ele fosse um obreiro respeitado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Passou a primeira semana e já na segunda, Zé Luiz vai um dia tipo 13 horas em casa. Foi pegar um documento. Chegando, não encontrou Ana Lúcia. que segundo a vizinha, havia ido na Igreja ajudar nas obras a pedido do pastor Hélio. Zé Luiz achou estranho tanta dedicação, o marido de um lado, a esposa do outro, e num horário em que precisava dar maior atenção à filha bebê. Mas como a opção era deles, nada falou. Passou mais de meia hora em casa e Ana Lucia não apareceu.</div>
<div style="text-align: justify;">
À noite, preferiu não falar nada para o primo, e notou que Ana Lúcia também não comentara. Para ele era estranho, porque Adonias ficava desde que entrava em casa, falando de como havia sido o dia em Mosqueiro. -Fizemos isso, aquilo, Foi um dia de glória -dizia empolgado o primo fervoroso.</div>
<div style="text-align: justify;">
No outro dia, Zé Luiz foi novamente em casa no mesmo horário, 13 horas. Ana Lúcia novamente não se encontrava. Ele preferiu não perguntar nada a vizinha. Tomou banho, trocou de roupa, pois não iria trabalhar à tarde, e se dirigiu para o comércio, onde iria resolver um problema de sua mãe.</div>
<div style="text-align: justify;">
No caminho, passou na igreja e viu Ana Lúcia com a bebê nos braços, que saia do templo, conversando com o pastor Helio. Sentiu um clima de muita afinidade entre os dois. O pastor quase encostando seu rosto no da esposa de seu primo. Zé Luiz achou a atitude dos dois muito esquisita, estranha, mas mais uma vez preferiu ficar na sua. Como Ana Lúcia não o havia visto, ele à noite, não falou nada para o primo sobre o que tinha presenciado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Adonias continuava com sua missão de obreiro em Mosqueiro. Ana Lúcia, segundo uma vizinha comentou com Zé Luiz, todos s dias estava na igreja, na hora do almoço. Era das 12 até perto de 15 horas.</div>
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Zé Luiz na verdade ficara encucado com o que havia presenciado. Já existia até comentários sobre Ana Lúcia e o pastor Hélio, homem jovem, na faixa dos 38, 40 anos, alto e com um forte sotaque sulista. Segundo soubera, inclusive pela boca do próprio primo Adonias, pastor Hélio era casado, mas a esposa não estava em Belém. Soube também que enquanto a esposa não chegava, pastor Hélio vivia na igreja, onde também dormia e trabalhava seu rebanho de homens e mulheres. Homens que ele sempre deslocava para missões em Icoaraci ou Mosqueiro, onde a congregação estava também construindo uma igreja; enquanto que as mulheres ele determinava que tinham que cuidar das coisas da igreja do bairro do Jurunas. Ana Lúcia era uma delas, serva fervorosa, ao ponto de sair de sua casa todos os dias para servir à igreja. Zé Luiz já estava segurando a historia há quase 10 dias, período este que coincidia com o trabalho que o primo Adonias fazia em Moqueiro, aproveitando as férias.</div>
<div style="text-align: justify;">
Um dia, uma terça feira, Adonias veio para casa mais cedo. Havia faltado um material em Mosqueiro e ele veio para avisar ao padre Hélio para comprar a tempo de chegar no outro cedo no bucólico distrito de Belém. </div>
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Ao chegar em casa, por volta de 12,30h não encontrou a mulher nem a filha. Esperou uns 15 minutos. Como a esposa não chegou, resolveu perguntar à vizinha, dona Arlete, se ela sabia onde Ana Lúcia tinha ido, se havia deixado algum recado.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não sei meu vizinho. Pode ser que ela tenha ido à igreja -disse dona Arlete quase gaguejando, temendo o pior.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ok vizinha. Obrigado. Vou esperar mais um pouco -agradeceu Adonias.</div>
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Ana Lúcia só chegou por volta das 14,30h. Adonias, embora impaciente, resolveu não perguntar muito, mesmo porque Ana foi logo dizendo que tinha ido resolver um problema da filha. Mas com seus botões estranhou muito, principalmente porque a mulher entrou em casa com um tipo de marmita térmica em uma sacola.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Que houve homem, não estavas em Mosqueiro? -perguntou Ana Lúcia. </div>
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-Faltou material. Tive que vir pra avisar ao pastor. Vou até lá com ele.</div>
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À noite, Adonias contou para o primo Zé Luiz o acontecido. Estava tenso, não conseguiu segurar. Zé Luiz não falou nada do que sabia ou pelo menos suspeitava. Não tinha essa índole de dedurar ninguém. Mas ficou com uma certa pena do primo. Imaginava que Adonias estava passando por um problema muito sério.</div>
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A verdade é que Adonias ficou muito desconfiado. Porém, mesmo assim, no outro dia foi cedo para Mosqueiro. A cabeça era um zumbido só. Por que a mulher tinha chegado tão tarde e com uma marmita? Para quem ele levara aquela comida? As perguntas se multiplicavam. Sua cabeça girava. mas preferiu dar tempo ao tempo.</div>
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Continuou por mais dois dias indo cedo para Mosqueiro. Depois de muita insônia e dor de cabeça, decidiu que na sexta feira não iria<br />
Foi na fábrica pegar um restante do dinheiro das férias. Conversou com o pessoal e pouco mais de meio dia foi para casa. Convidou o primo Zé Luiz para ir com ele, tendo o mesmo aceitado. Não foram pra casa. Rumaram direto para a igreja. Lá chegando, viu a igreja fechada, então foi pelo lado e notou a porta da igreja do quarto que o pastor dormia levemente encostada. Na companhia do primo, empurrou e a cena que presenciou nunca mais sairia de sua cabeça. Pastor Hélio estava completamente despido e Ana Lúcia sem calcinha e tirando o sutiã. Adonias avançou para cima do pastor, que correu despido com a calça na mão, fugindo pela porta dos fundos, pegando seu carro e desaparecendo desesperado. Zé Luiz tentava acalmar o primo, mas este enlouquecido peguntava à esposa o que significava aquilo.</div>
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Ana Lúcia só chorava, enquanto a pequena Ana Nazaré, parecendo entender tudo que acontecia, também abriu o berreiro. Zé Luiz conseguiu acalmar e sentar o primo. Ana Lúcia, em prantos só dizia que não sabia o que havia acontecido. </div>
<div style="text-align: justify;">
-Não era eu. Algo se apossou de mim. Do meu corpo. Meu Deus me ajude! -gritava desesperada e aos prantos a mulher de Adonias.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Conversa é essa, Ana. Você me traindo com esse pastor safado. E eu me matando por essa igreja e por esse bandido em Mosqueiro! -gritava nervoso Adonias.<br />
-Não fale assim de mim. Você bem sabe que se tenho culpa, você também tem -respondia Ana Lúcia.</div>
<div style="text-align: justify;">
O casal saiu da igreja em silêncio quase sepulcral, graças aos esforços de Zé Luiz, que pediu que Ana tentasse acalentar a filha, que chorava desesperadamente. Ana Lúcia com muita luta conseguiu acalmar a filha e seguir para casa.<br />
Os primos tomaram outro rumo. Foram para um bar. Adonias, que havia praticamente abandonado a bebida, só tomando vez por outra um vinho, nesse dia encheu a cara. Tomou todas. Zé Luiz, que não bebia, nesse dia companhou o primo na cerveja. Os dois choraram e lamentaram a situação do casal e principalmente da criança Ana Nazaré.<br />
Chegaram em casa, Ana não estava. Segundo a vizinha, dona Arlete, ela arrumara uma mala e havia saído. Mas deixara um bilhete de poucas linhas.<br />
" Estou indo embora. Pra mim basta. Fiz o possível para ficar a seu lado. Mas o amor que sinto pelo Hélio foi mais forte e venceu. Não se preocupe com nossa filha. Vai ser bem cuidada e breve darei notícias". Ana Lúcia.<br />
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Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-34427487474275766922019-01-10T13:23:00.001-08:002019-01-10T13:55:00.633-08:00COM CARINHO E COM AFETO<div style="text-align: justify;">
A noite para aquele grupo parecia mesmo uma criança. Os cinco bebiam desde as quatro da tarde, já era mais de 10 da noite e tudo parecia muito bem, tudo normal, a não ser alguns aconchegos e o papo já famoso de Rui Gonçalves, velho boêmio do bairro da Marambaia, conhecido pelos mais antigos parceiros desde os anos 70, como Rui Cheiroso.</div>
<div style="text-align: justify;">
Rui era tranquilo, gostava de uma porrinha, um carteado, dominó e era o cobra da sinuca. Tinha sempre dinheiro, mas na realidade não se sabia em que trabalhava. Uns diziam que era seu avô que bancava; outros, que a mãe tinha umas casas alugada e sustentava o filho único.</div>
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Unhas sempre pintadas, cabelos com bastante brilhantina -Rui era do tempo do óleo Glostora e não relaxava, andava sempre com o cabelo brilhando, na maior pínta.</div>
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Carro não tinha, mas para as distâncias maiores andava em sua bicicleta, sempre enfeitada e com direito a luz atrás para evitar acidentes. Sua conversa era sempre na base de muitas gírias, quase todas bem antigas, dessas que não se ouve mais; mas era educado e não tinha envolvimento com coisas erradas. -Meu lance é só o meu cigarro e o gelo", gostava de deixar bem claro.</div>
<div style="text-align: justify;">
Rui era cavalheiro, e adorava reverenciar as mulheres, sempre usando um carme de bom malandro.</div>
<div style="text-align: justify;">
-A gente poderia fazer um rolê para outras paragens, né gatas? O Cheiroso aqui está muito afim de emendar pela noite, inclusive poderíamos ir daqui pra Icoaraci. Tem ambientes simpáticos por lá, que com certeza dá pra gente curtir. Tá afim Fernando? -indagou Rui para o amigo que com ele estava com as três garotas. </div>
<div style="text-align: justify;">
-perfeito meu mano. Acho que as gatinhas vão querer acelerar com a gente. Vamos pegar um táxi -concordou Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
As três garotas, Cláudia, Alice e Nazaré eram todas do bairro vizinho, a Nova Marambaia. Haviam saído para o comércio e lá perto da Igreja das Mercês, encontraram Rui e Bernardo, e como uma delas, Cláudia, conhecia Rui, pararam, começaram a conversar, fora convidadas a tomar uma gelada. Tomaram três cervejas no Ver-o-peso e depois foram para mais perto de casa, a Marambaia, onde no momento decidiam se iam ou não para Icoaraci. Alice era a mais nova das três, tipo 25 anos, solteira, mas com namorado. Nazaré era também jovem, 31 anos, era casada, e segundo falava para as amigas, estava em litígio com o marido, que era motorista de ônibus. Já era casada há oito anos e dizia que não estava mais dando certo. </div>
<div style="text-align: justify;">
-Sinceramente como não aguento mais aquele traste que eu tenho em casa. Homem que não valoriza a mulher que tem. Chega em casa todo dia tarde da noite e ainda bebido. Nunca me leva pra canto nenhum, e pra me dar dinheiro pra comprar algo pra mim e pra meu filho, é um sufoco. Tenho que tirar do bolso quando ele está dormindo. Credo de vida! -se lamentava.</div>
<div style="text-align: justify;">
Rui achou que estava dado o bote. Não queria Cláudia por ser, segundo ele, muito amiga e mesmo o Fernando já estava de olho. Alice era novinha e ele, já com 52, preferia uma mais madura, segundo ele, e experiente.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sabe Naza, me amarei em você. Pena você ser casada. Poderia ser a mãe dos meus filhos! -disse em tom de galanteio Rui.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Pena que já sou operada e filho já basta o meu bebê de sete aninhos. Sobre ser casada, tem uma vírgula ai. Estou em tempo de quase separação. Não estou legal com o tal lá! -respondeu Nazaré sorrindo.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Realmente, tem homem que não merece o bibelô que tem em casa. Tenho certeza que você é uma santa, além de ser linda mulher, daquelas que o cara fica arriado, como estou! -arrematou Rui,</div>
<div style="text-align: justify;">
Cláudia, que era conhecida de Rui, decidia se iam ou não para Icoaraci. Fez sinal para as colegas que levantaram o dedo dando positivo. Agora era acertar o táxi, pois de ônibus não era muito legal, não.</div>
<div style="text-align: justify;">
Bernardo, até que já havia concordado. mas sentindo que talvez as meninas descem pra trás e como estava com dinheiro mas não podia estourar muito, pois tinha despesas em casa, propôs a Rui para irem para outro bar no mesmo bairro.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Taí. Tô dentro! -gritou Alice ao ouvir o convite de Bernardo. -Leva eu também! -emendou Cláudia. Nazaré completou: Tô no jogo! E saíram os cincos de táxi para outro bar, mais perto da Tavares Bastos.</div>
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Já era quase 23 horas quando Nazaré -a única realmente que era comprometida, igual a Bernardo, que também era casado mas não tinha essa de horário -começou a se beijar com Rui. Beijos e abraços, toques mais sensuais, numa paixão inesperada meio louca tomou conta dos dois. Alice observava a amiga e cutucava Cláudia, que tentava das tentativas de Bernardo. -A doida pirou! -comentou Alice com Cláudia, que sorriu e gesticulou com a cabeça.</div>
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Cláudia terminou cedendo ao charme de Bernardo, que entrou de chapa na morena. Tava tudo feito. Só Alice estava sobrando. Disse logo que não entraria em nenhuma brincadeira, tipo três mulheres e dois homens. -Ainda não aprendi a gostar de mulher! -disse a mais jovem das três garotas, deixando claro que sua onda era outra. -Fico na minha e vocês curtam à vontade! -definiu Alice.</div>
<div style="text-align: justify;">
Decidiram que pegariam um táxi, deixariam Alice perto da casa dela e iriam os dois casais para um motel. -Melhor a gente dá a grana para ela ir, já que não quer ficar com a gente! -arrematou Bernardo.</div>
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-Não! Deixamos ela no caminho e vamos viver nossas vidas! -finalizou Rui decidido.</div>
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Já se preparavam para pegar um táxi, quando um carro parou perto deles. Do veículo desceu um homem, muito rápido e demonstrando estar meio transtornado, quase gritando, rumou em direção á Nazaré.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sua puta,agora você me paga! -disse o homem, tentando agredir a mulher, que se esquivou de qualquer maneira.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Calma, amigo. Qual problema? -perguntou Alice, puxando o valentão pelo braço.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Que que você quer, sua piranha? -perguntou agressivamente o homem. -Essa vagabunda aí é minha mulher! -apontou para Nazaré. -Sim, e ela não pode beber uma cerveja comigo, meu namorado e o namorado da minha amiga? Você por acaso é dono dela? E por que fica chamando ela de puta, vagabunda, me difamando e agredindo todo mundo? -e partiu pra cima do valentão, já que era a mais nova, mas também a mais alta e demonstrou ser muito corajosa.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Camarada, manera aí. Fica frio, não provoca. Tu tá maluco? -perguntou Rui na tranquilidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Tu chega, não conhece as pessoas, agride minha amiga, a mim... Já pensou se o namorado dela não fosse tranquilo? Sabia que ele é policial e poderia encher tua cara de bala, otário? -gritou Nazaré, cheia de moral deois da ação da amiga Alice e do esperto Rui.</div>
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Mário, o marido valentão, baixou a cabeça, pediu desculpas,, olhou para a mulher, nada falou e foi saindo de fininho. Desapareceu na noite, deixando os cinco amigos na tranquilidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
O táxi chegou, Alice sentou ao lado de Rui, Nazaré no banco traseiro numa ponta, Cláudia na outra e bernando no meio, imprensado pelas duas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em vez de deixarem Alice no meio do caminho, foram os cinco para a Locomotiva, onde fizeram a festa. Sorriram muito e agradeceram tudo ao valentão marido de Nazaré.</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-83592822549394560392019-01-09T11:12:00.001-08:002019-01-09T11:12:12.617-08:00NAMORO (OU AMIZADE) EM COTIJUBA<div style="text-align: justify;">
O popopô deslizava sorrateiro pelas águas da Baía do Guajará com destino à Ilha de Cotijuba. A viagem, até que não foi demorada, mas para os que são temerosos de andar de barco, lancha ou até de navios, dá um friozinho na barriga, principalmente quando passa por galerias -e olhe que são muitas!-</div>
<div style="text-align: justify;">
fazendo com que os mais medrosos arregalem os olhos assustados e as crianças abram o berreiro. Tem marmanjão que ameça até pular do barco, preferindo se arriscara nadar do que morrer afogado num possível naufrágio. . Pense!</div>
<div style="text-align: justify;">
Na ilha de Cotijuba, onde outrora funcionou um presídio de onde surgiram várias histórias atribuídas a um governador militar, certamente algumas lendas, os passageiros do barco, muitos em sua primeira viagem à bonita região, se deslumbravam com a paisagem ainda bem natural e tentavam entender como viviam os nativos moradores do paraíso.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Aqui a gente vive como Deus quer. Mas não falta muito pra gente ser feliz, não -garantiu Jonas, um morador que trabalha numa das charretes que leva os turistas e veranistas às praias.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mas que é bonito é -arrematou Alice, paraense de Bragança, que já conhecia Belém mas nunca havia ido na famosa ilha.</div>
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Cotijuba fica defronte à Icoaraci, funciona também como distrito dormitório, uma vez que parte da população trabalha em Belém. O nome, segundo a história, foi dado pelos índios Tupinambás, e significa "Trilha dourada".</div>
<div style="text-align: justify;">
Muitos seguiram para as praias em grupos, que eram formado por seis, cinco, quatro e até três pessoas. Poucos foram os casais que seguiram, principalmente para a praia mais famosa e também a mais distante, a "Vai-quem-quer". O nome, segundo os moradores de Cotijuba, foi dado devido mesmo a distância da praia, ainda bem natural, apesar de algumas pequenas pousadas e casas particulares, mas com uma estrutura suportável para o ambiente bucólico do lugar.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Em Vai-quem-quer tem gente que pratica até nudismo, mano -garantiu Jonas, que se preparava para levar um pequeno grupo em sua charrete para a bucólica praia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na chegada a Vai-quem-quer Ana, Paulo, Juca e Niceia, quatro amigos de Belém que já conheciam à praia, não ficaram em pousada. Preferiram alugar uma barraca grande e armaram mesmo bem perto da praia.</div>
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Na primeira noite em Vai quem-quer foi maravilhosa pra os quatro amigos. Ana e Paulo já eram formados em Fisioterapia, enquanto os outros dois amigos, Niceia e Juca, se preparavam para entrar no ensino superior.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Um ambiente desses faz a gente pensar em tanta coisa, em tantas fantasias, em tantas bobagens -falou Paulo, olhando para Niceia, sob o olhar da amiga Ana.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Olha -disse Ana-, por mim eu não tenho preconceito com nada, e pode ter certeza que eu hoje vou tomar todas, inclusive já peguei minha garrafa de vodca. Já tome duas doses pequenas, mas queria que alguém se habilitasse a fazer uma batida. tenho limão na bolsa -completou.</div>
<div style="text-align: justify;">
-É pra já -disse Niceia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Paulo e Juca tomavam uma cerveja em lata que haviam levado. Como era pouca, logo se acabou e eles emendaram na batida. Enquanto isso, as meninas já estavam com todo gás, de biquíni e prontas até para um delicioso banho noturno. </div>
<div style="text-align: justify;">
Por volta de 23 horas a praia do Vai-quem-quer já estava povoada por pelo menos uma 15 pessoas. </div>
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Casais passeavam juntos, amigas desfilavam de duas peças e até mesmo só com a parte de cima do biquíni, com muita tranquilidade, paz e despreocupação, pois ninguém estava ali pra vigiar ninguém.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ana caminhou sozinha para a beira da praia. Já tinha bebido várias doses de batida de vodca com suco de maracujá e adoçante. Quando os três deram pela falta da amiga saíram em seu encalço, dois para um lado Niceia e Paulo- e Juca pelo outro. Encontraram a moça sentada sozinha na beira da praia, copo de batida vazio ao lado, pés descalços e bem à vontade sem a parte superior do biquini, ou seja fazendo, na calada da noite, um topless.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Menina, estávamos te procurando -falou Niceia que, acompanhada de Paulo, foi logo sentando ao lado da amiga. Um forte abraço com direito a selinho marcou o reencontro dos amigos. Juca, só apareceu uma meia hora depois, certo de que os amigos já haviam se encontrado.</div>
<div style="text-align: justify;">
O banho de mar noturno foi providencial para eles que já estavam bebidos. Niceia, que havia bebido menos, ficou cuidando de todos para que não acontece nenhum acidente no banho.</div>
<div style="text-align: justify;">
Adormeceram na praia, dormiram abraçados, Juca com Ana e Paulo com Niceia. Não haviam combinado nada, apenas bebiam e conversavam, mas quando o sono chegou houve um súbito aconchego parecendo bem natural, embora com os aparentes pares trocados, apesar de serem todos amigos e ninguém ter compromisso com ninguém.</div>
<div style="text-align: justify;">
No outro dia, saíram cedo logo ao raiar do sol, para a barraca. felizmente estava tudo tranquilo, não haviam mexido em nada. Pouco conversaram. Após trocarem de roupa, rumaram à procura de um bem café da manhã. </div>
<div style="text-align: justify;">
Juca foi o primeiro a se manifestar: "Que que houve ontem, pessoal? Qual foi Paulo, por que você ficou agarrando a Niceia, seduzindo-a até que dormiram juntos"?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Nada a ver. Nem me lembro. mas se rolou alguma coisa, podes crer que não houve intenção -respondeu Paulo. E continuou: "Aliás, não sabia se você era namorado dela ou coisa parecida".</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não sou nada. Apenas pensei uma coisa na nossa vinda e aconteceu outra -respondeu Juca, sorrindo e quebrando o gelo.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Pois eu não pensei nada e o que aconteceu foi ótimo, Juca, E você Niceia, gostou da noite? -indagou </div>
<div style="text-align: justify;">
Ana sorrindo. -Gostei e quero repetir. E fica tranquilo, Juca. Pode ser com você. Afinal somos todos amigos, aqui ninguém namora ninguém, é só amizade. Quanto mas colorida melhor -completou uma Niceia nem parecendo a moça calada, quase tímida que chegara à Cotijuba.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os quatro saíram abraçados, foram a uma pequena birosca, compraram bebida e voltaram pra barraca onde conversaram até tarde, juntinhos, comemorando a bela amizade entre os quatro.</div>
<div>
<br /></div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-1420293935054809232019-01-08T09:51:00.001-08:002019-01-08T09:51:47.754-08:00DESTINO IMPREVISÍVEL<div style="text-align: justify;">
Seu Américo, que na realidade era tenente da Aeronáutica, queria que os três filhos seguissem, como ele, a carreira militar. Os meninos, Stelio, Silvano e Sandro estudaram em colégio militar e religioso. Cariocas, de Realengo, eram meninos tidos como bonitos, bem criados e muito educados. mesmo filhos de pais classe média, faziam amizade com todos, embora não fossem de sair para a rua pra jogar futebol, empinar pipa e outras brincadeiras naturais que todos garoto de bairro coloca em primeiro lugar da vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aos 15 anos de Stelio, o mais velho, vieram para Belém. O pai, já reformado, montou ma empresa de material de construção para ão ficar parado.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Quero que meus filhos estudem, se formem. Já que não querem seguir a carreira militar, que era um de meus sonhos, tudo bem. O destino das pessoas quem manda é elas. Eu queria, mas nem o Stelio, que <span style="background-color: yellow;">é</span> o meu primeiro, quer, paciência -resignava-se seu Américo, pai dos meninos. Um homem ainda muito jovem, com menos de 50 anos. Aposentara-se da Aeronáutica por causa de problemas na coluna, o que lhe fazia sentir muitas dores. -Mas não vou me operar. Não quero ficar aleijado -falava sempre para os poucos amigos que tinha feito em Belém, terra de sua esposa, dona Carmem.</div>
<div style="text-align: justify;">
Com 17 anos Stelio concluiu o segundo grau e, compenetrado que era nos estudos, fez o Convênio e enfrentou o vestibular para Engenharia Civil, sonho dos pais e também dele, um craque em matemática.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não foi daquela vez que seu Américo e dona Carmem comemoraram a chegada á universidade do filho primogênito. Não reclamaram muito, mas entre si, demonstraram insatisfação, mesmo porque Stélio, souberam, estava namorando uma menina do Convênio, Rita, da mesma idade dele.</div>
<div style="text-align: justify;">
Rita era morena, educada, demonstrava muito carinho por Stelio, que correspondia. os pais quando descobriram atribuíram á moça o fracasso no vestibular.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não sei por que seus pais reclamam de você não ter passado. os meus ao chiaram muito, não. Somos muito jovens ainda, temos a vida toda pela frente -tentava conformar o namorado Rita, demosntrando experiencia nos seus 17 anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Já Stelio ficara triste por não ter passado, conversara com a mãe, que falara sobre o namoro, garantindo que isso iria prejudicá-lo novamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Pode ter certeza, meu filho, se você não parar com esse namoro, vai se dar mal de novo. Primeiro os estudos, depois o namoro -insistia dona Carmem, preocupada em ver o filho muitas vezes pelos cantos da casa, cabisbaixo. E de uma coisa ela tinha razão: bastava Stélio brigar com Rita, ter uma pequena discussão, que ele ficava triste e nem comer direito, comia.</div>
<div style="text-align: justify;">
No Cursinho Stelio procurava fazer sua parte e garantia que Rita não lhe atrapalhava. Resolveram até fazer um acordo: "vamos estudar juntos e passar esse ano no vestibular, você pra Odontologia e eu pra Engenharia. Vamos mostrar ao papai e à mamãe que temos responsabilidade. Mesmo porque, papai já garantiu o meu carro s eu passar. Já pensou, com 18 anos eu ter meu carro? -sonhava acordado o jovem Stélio com sua amada Rita, já pensando nos passeios que fariam dentro de pouquíssimo tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Stelio decidiu que iria passar no vestibular. Não era somente pela promessa do carro, que ele sabia que o pai cumpriria, mas era porque tinha um compromisso também com Rita, que não pretendia fiar por baixo na empreitada e chegar à Universidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Veio o vestibular e os dois fizeram. Stélio demonstrava um certo receio, puro nervosismo ele mesmo admitia, porque em seu íntimo tinha certeza de que estava preparado. O mesmo acontecia com Rita. Era uma das primeiras da classe. Dedicada e atenta aos professores. Nas noitadas que antecederam às provas, ficavam juntos e até aproveitavam alguns intervalos para namorar. </div>
<div style="text-align: justify;">
Seria praticamente impossível que os dois mão tivessem sucesso.</div>
<div style="text-align: justify;">
Conferiram o gabarito e o resultado foi positivo para Stélio. E muito bem colocado. Um dos primeiros. Nota altíssima. Rita bateu na trave, mas não deu. Chorou um pouco, mas conformou-se.</div>
<div style="text-align: justify;">
Para Rita, seu amado passando já era o suficiente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Seu Américo e dona Carmem fizeram uma grande festa para comemorar o sucesso do filho Stélio no vestibular para Engenharia Civil. O primeiro dos três filhos já estava encaminhado. -Graças a Deus minhas preces foram ouvida -agradecia a fervorosa dona Carmem. Seu Américo ficou radiante que até tomou um vinho, já que não era de beber.</div>
<div style="text-align: justify;">
No outro dia entregou a chave ao filho Stélio, que já tinha carteira. O Fiat Uno estava na concessionária para o próprio filho, que já possuía carteira, ia pegar. Stélio agradeceu muito, beijou os pais, e fi pegar o carro. Sua intenção, segundo falara, era dá uma primeira volta com a namorada Rita.</div>
<div style="text-align: justify;">
Chave nas mãos, documento do carro, Stélio ruma à locadora e pega o veículo, na cor que sempre sonhara. Bege, bem clarinho. Entrou, sorriu e saiu dirigindo. Quando chegou mais ou menos no terceiro quarteirão depois da locadora, um caminhão apressado o pegou de cheio. O carro desgovernado deu de encontro a um muro, fazendo Stélio ser cuspido à uma distância de quase três metros. Os que presenciaram o terrível acidente, garantiram que Stélio teve morte imediata. Como o fato aconteceu numa parte central da cidade, perto do bairro do Umarizal, Stélio foi socorrido mas todos foram unânimes em dizer que já chegou no PSM sem vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
A notícia chego logo para s pais que correram para o local e viram o estado do carro zero quilômetro: todo destruído. Pelo que viram, logo entenderam que era praticamente impossível Stélio ter sobrevivido. Rumaram ao PSM e receberam a triste notícia do falecimento do filho. Dona Carmem não suportou e desmaiou. Seu Américo teve um pique de pressão e tece que ser atendido às pressas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ritinha só soube duas horas depois. Através de uma amiga que lhe participou por ter ouvido no rádio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os dois irmãos de Stelio, Silvamo e Sandro, inconsoláveis, tiveram que cuidar de todos os procedimentos para o velório e enterro do irmão querido. </div>
<div style="text-align: justify;">
Dois meses depois os pais de Stélio voltaram definitivamente para o Rio de Janeiro. os filhos, Sandro e silvano, permaneceram ainda até o final do ano em belém, para conclusão dos estudos. Depois rumaram para o Rio. </div>
<div style="text-align: justify;">
A família ficou praticamente destruída com a morte prematura do primeiro filho. O casal, segundo alguns amigos, se recolheu a uma Chácara no estado do Rio. Perderam -Seu Américo e Dona Carmem -um pedaço de suas vidas. Os dois outros filhos deram sequência ás suas vidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ritinha passou por maus momentos. Parou de estudar, só voltando dois aos depois. Formou-se em Odontologia como era seu sonho.</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-83073577415641667792019-01-07T11:05:00.000-08:002019-01-15T09:27:10.270-08:00A DAMA DO VER-O-PESO<div style="text-align: justify;">
Quem frequentou a antiga feira do Ver-o-peso, na década de 90, antes da reforma feita pelo prefeito da época, Edmilson Rodrigues, deve ter conhecido ou pelo menos visto muitas vezes, a Adélia. Morena baixinha, corpo esguio, cabelo cacheado, era frequentadora diária da velha feira. Adélia dançava, bebia, sorria e transava com o cliente que lhe interessasse. Alguns diziam que se prostituía,. Tudo indicava que Adélia fazia vida no Veropa de guerra. Porém, era querida por todos e simpática, principalmente quando não estava bebendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ninguém sabia na verdade sua origem, se tinha familiares, se tinha filhos, se tinha residência. Alguns comentavam que Adélia havia sido casada, mas separou-se "não se acostumou a viver presa", como falava as suas amigas de copo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando estava sem beber -e isso era raro!- Adélia era a simpatia em pessoa. Fazia pequeno mandados e era comum vê-la fazendo as unhas "mão e pé" em algum lugar da feira.</div>
<div style="text-align: justify;">
Suas roupas caiam bem em seu corpo esguio. Shortinho curto, blusinha que deixava sempre a barriga de fora e o cabelo longo e solto em cachos brilhosos. Era vaidosa e sempre estava bem vestida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Adélia era jovem, pouco mais de 20 anos. Sorria sempre que alguém tirava uma graça, mas virava uma fera e discutia feio quando alguém falava de seu time de coração, o Clube do Remo.</div>
<div style="text-align: justify;">
De repente Adélia desapareceu. De um minuto para outro a bela morena, adeira cativa na feira, não foi mais vista. Uns diziam que ela havia ido para uma boate que havia sido inaugurada na Cremação. Outro garantia que havia visto a morena na Feira da 25. Na verdade, Adélia havia desaparecido mesmo. E com certeza não tinha acontecido nada de mal com a aquela que muitos chamavam de Dama do Ver-o-Peso, pela sua simpatia e pelo jeito simples de se comunicar com quem ela conhecia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Adélia tinha clientes fixos. Fábio, que muitos diziam que era vice prefeito de uma cidade do interior era um deles. Sempre estava com ela, pelo menos uma ou duas vezes por mês, quando vinha de sua cidade no arquipélago do Marajó, para Belém.</div>
<div style="text-align: justify;">
Fábio era frequentador sempre de uma mesma de barraca, e quando começou a sentir falta de Adélia, passou a procurá-la por todo Ver-o-peso, de barraca em barraca. Ninguém informava o paradeiro da garota. As informações eram sempre desencontradas. Chegou a ir por três vezes, dois dias seguidos, na Feira da 25 na intenção de encontrar sua morena lá. Tudo em vão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Uma das vezes, já desencantado com a procura em vão há bastante tempo, Fábio embriagou-se e chorou como uma criança desmamada em uma mesa. Embriagado, caiu por cima da mesa equase acidenta, pois na queda quebrou algumas garrafas de cervejas que se avolumavam na mesa depois de quase um da inteiro. "Queria pelo menos saber onde ela estava, com quem estava. Eu prometi que iria viver com ela" -disse o apaixonado Fábio, conhecido como vice prefeito, para a dona do bar no Ver-o-peso.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dessa declaração de amor quase em público de Fábio surgiram vários boatos. Um deles foi de que Adélia tinha engravidado e havia ido para Cachoeira do Arari, onde pretendia ter seu bebê junto com sua família.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mais uma estória. Tudo lorota. Pessoas que conheciam Adélia mais a fundo desmentiram o boato dizendo que a morena era realmente do Marajó, mas de Ponta de Pedras, segundo uma moça que apareceu e se identificou como prima dela, que sempre vinha a Belém e que já a havia procurado em vão e garantiu que lá pelo interior Adélia não tinha dado as caras.</div>
<div style="text-align: justify;">
Passado pouco mais de dois anos, o Ver-o- peso já estava em suas novas instalações, muita gente nova, novos barraqueiros, mas com muitos remanescentes da velha feira ainda em atividades, uma tarde aparece uma moça muito bem vestida, com joias vistosas e uma cabelo muito bem cuidado. Muitos juravam que ela era muito parecida com a Adélia, talvez pela altura e pelos traços, embora essa estivesse com uma aparência bem diferente, bem mais fina, bem cuidada. Nos dois primeiros dias que foi ao Veropa, bebeu todas e sempre acompanhada de um senhor loiro, olhos claros, aparentando uns 45 anos. </div>
<div style="text-align: justify;">
-Sou capaz de jurar que aquela moça morena com aquele gringo é a Adélia -garantiu uma senhora antiga barraqueira.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Pior que parece pra porra -disse seu companheiro, também veterano na feira.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas ninguém se aventurava a perguntar, embora os mais afoitos tentassem saber se ela falava português ou se tinha "a língua enrolada", como dizem.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mais ou menos no quarto ou quinto dia seguido, pulando de barraca em barraca, és que a morena com seu gringo a tiracolo, foi numa barraca de uma velha conhecida. Chegou por volta das 13 horas, comeu uma porção de gó frita, pediu uma gelada e só falava com seu companheiro na língua dele, que ninguém sabia se era inglês ou outra. </div>
<div style="text-align: justify;">
Já perto das 19 horas. o gringo já estava legal, e a morena que alguns juravam ser Adélia, não perdia a pose, embora já demonstrasse um ar de que o peso da bebida estava chegando.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Conheço isso aqui como a palma de minha mão -soltou de repente, em bom português bem paraense a morena para a dona do bar. -Vivi pelo menos oito anos de minha vida nesse Ver-o-peso, só que não era assim, era escroto todo! -continuou.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Meu Deus, não me diga que você é quem eu estou pensando -disse a dona da barraca</div>
<div style="text-align: justify;">
-Sou sim. Sou a Adélia mesmo. Reconheci a senhora também, desde segunda feira, o primeiro dia que vim aqui. Só que estava criando coragem pra falar. A senhora sabe, né, minha vida hoje é outra -</div>
<div style="text-align: justify;">
completou a hoje a vistosa e elegante morena, meio grogue, mas bastante consciente do que falava.</div>
<div style="text-align: justify;">
Daí foi só abraços e beijos. O gringo sorria muito, embora não entendesse nada. Alba, a dona da barraca, foi logo comunicar aos mais antigos e ao marido que não estava na hora, que Adélia estava na área, "no nosso Ver-o-peso querido".</div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse dia a festa continuou até perto das 23 horas e seria por conta da empolgada e feliz barraqueira dona Alba, se Adélia não tivesse interferido e praticamente ordenasse que era por conta dela. -Meu marido é quem vai pagar tudo. Ele quem me encorajou de falar. Como prêmio, vai pagar gelada para todos os amigos que vierem, pode convidar -gritava uma feliz Adélia, que aos amigos, embora com a voz um pouco embaraçada pela contou sua nova vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Moro há quase três anos na Holanda. Graças a Deus e ao meu marido holandês minha vida mudou.</div>
<div style="text-align: justify;">
O conheci aqui mesmo, numa tarde, não estava nem bebendo. Ele começou a me olhar, conversamos, começamos a beber e dai vocês imaginam o resto. Confesso pra vocês que deve ter sido a primeira vez que senti prazer em fazer amor. Muito delicado, cheiroso e sem me exigir nada, o Jordan me conquistou de primeira e eu também o conquistei, né? -confessava uma Adélia sorridente, sensível, feliz e muito humana, misturando chorro e riso de emoção ao rever pessoas de sua época de "Dama do Ver-o-peso. </div>
<div style="text-align: justify;">
Jordan, o marido holandês, pouco falava. Preferia sorrir, demonstrando participar daquele êxtase de felicidade de uma ex-pobre moça que praticamente renasceu para a vida, mas que não perdera sua origem humilde. </div>
<div style="text-align: justify;">
No outro dia Adélia só foi no Ver--peso para se despedir das velhas conhecidas. Ia para o Marajó, Para Ponta de Pedras, onde não ia desde que deixou Belém, embora mantivesse contato cm sua família, principalmente pai e mãe. "Vou aproveitar uns dias com minha família", disse à dona Alba.</div>
<div style="text-align: justify;">
Desde que fora para a Holanda , Adélia estava ajudado seus pais. Conseguiu comprar uma boa casa para os velhos e montou uma venda para seu irmão garantir uma renda para seus pais.</div>
<div style="text-align: justify;">
A antiga Dama do Ver-o-peso agora era uma dama realmente. A sorte ou o amor, batera em sua porta. E ela, como boa, marajoara, não deixou passar. Hoje era a sra. Jordan, residia na Holanda e tinha cidadania holandesa e europeia.</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-11663457648913216492019-01-04T13:22:00.001-08:002019-01-11T11:19:22.774-08:00PÃO COM MANTEIGA<div style="text-align: justify;">
Olívio da Silva não parava de perguntar as horas a todos os colegas de trabalho. Malandro diplomado, como ele próprio dizia, não falava pra ninguém, mas tinha um encontro marcado na boca da noite, mais ou menos entre as seis, sete horas,</div>
<div style="text-align: justify;">
-Égua mano, dá oito mas num dá sete horas! -resmungava a todo momento.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tipo seis e meia saiu do trabalho e se dirigiu a um dos colegas, o Mário:</div>
<div style="text-align: justify;">
-Enfim, vou encontra minha gata, que está saindo do trabalho.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Onde ela trabalha? - perguntou Mário.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Lá pra baixo, perto da Prefeitura.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Égua, tu vais de a pé daqui do Reduto até lá? Deve ser um femão, não? -perguntou sorridente Mário.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Das boas. Ainda não estamos juntos, mas me ajuda muito. Namoramos já há uns dois meses, e quase todo dia pego ela na saída - sussurrou sorrindo Olívio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mário foi com Olívio caminhando do bairro do Reduto, da fábrica de beneficiamento de castanha onde trabalhavam, até perto da Prefeitura de Belém. Antes, pararam num bar e tomaram três cerpinhas, que era para dar tempo da garota do amigo sair do trabalho.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ela trabalha em loja do comércio, Olívio? -perguntou curioso Mário, já incomodado com o horário, pois já passava das 19 horas.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Não, não. Calma que ela tá chegando -garantiu um Olívio parecendo já estar vendo sua amada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não demorou e Célia apareceu. Sorridente, cabelo soltou e brilhoso, com um sorriso malicioso, deixando Olívio alegre e Mário sem entender o local de onde a moça desceu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Com uma cara de espanto e sem coragem para nada falar, Mário caminhou com os dois pela 13 de Maio em direção à Presidente Vargas. O amigo de Olívio estava com a cabeça cheia de pensamentos. Por que aquela mulher saiu de um lugar tão estranho? Por que Olívio não me disse onde ela trabalha?</div>
<div style="text-align: justify;">
As cerpinhas que os dois tomaram antes de encontrarem Célia deixaram Mário meio atônito, com a língua coçando para fazer muitas perguntas ao amigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Vamos parar aqui para tomar uma Mário? eu pago! - convidou Olívio parecendo que havia recebido o pagamento do mês. -Bora -respondeu Mário, embora estranhando a atitude do amigo, considerado "mão de vaca", daquele tipo que preferia que pagassem pra ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os três sentaram no Bar do Portuga, já perto da Presidente Vargas. Mário, sempre desconfiado do "moral" que Olívio ganhara depois que Célia apareceu. A gelada rolou solta. Não era mais Cerpinha, mas a de 600ml, da grande. Célia mostrou ser boa de copo, e Olívio nem se fala. Como ele sempre dizia: "beber eu bebo e até amanheço, agora tóxico não é comigo. Mesmo porque, maconha, que a turma vende la no meu bairro vende direto, é tóxico de pobre".</div>
<div style="text-align: justify;">
lá pelas 22 horas já tinham uma 11 geladas na mesa. Mário, que morava em Icoaraci, era quem se preocupava mais com a hora. </div>
<div style="text-align: justify;">
Antes da chegada da conta, Mário foi ao banheiro, demorou uns três minutos, e quando ia chegando na mesa, viu Célia dar umas três cédulas de 50 reais para o parceiro Olívio. Arregalou os olhos espantado, mas na hora, ficou calado. Minutos depois, aproveitou quando Célia foi ao banheiro para satisfazer toda sua curiosidade para perguntar:</div>
<div style="text-align: justify;">
-Ei cara, qual foi essa aí? Vi a gata te dar uma grana. Ela recebeu hoje?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Que nada, mano. Ela recebe é todos os dias. Temos uma sociedade. Todos os dias ela vai trabalhar a partir das 13 horas e fica até seis, sete horas e com isso garante diariamente uma boa grana. Dividimos e assim somos felizes.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Mas como ela consegue ganhar tanto dinheiro em tão poucas horas? É comércio?</div>
<div style="text-align: justify;">
-Na realidade, não deixa de ser, meu caro. Só que ela é a grande mercadoria. Usa esse corpão que Deus lhe deu todas as tardes lá no Xendengo para faturar pra nós. E eu né, meu caro, parei de me preocupar com meu salário na indústria de castanhas. Nem vale recebo mais, porque tenho grana todos os dias -pavulava-se um Olívio desconhecido para o amigo Mário.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Poxa, rapaz, mais isso é prostituição, e tu estás explorando a mulher! -quase gritou alarmado Mário, no momento em que Célia chegava do banheiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Calma meninos, o que está havendo? algum problema? por que vocês estão falando tão alto? -perguntou a namorada de Olívio quase sorrindo, pois escutara o final da conversa dos dois amigos.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Nada. O Mário está estranhando o seu trabalho -respondeu Olívio sorrindo.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Olha Mário, o Olivinho é meu namorado e meu empresário. Ele que organiza nossa vida, nosso dinheiro. Estamos nos preparando para viver juntos. Ele fazendo o trabalho dele na fábrica de castanha e eu no Xendengo. Nem eu nem ele temos ciúmes. Ele me apanha todos os dias, só não domingo, lá perto do meu trabalho, e saímos tranquilos. Sempre tomamos umas e depois vamos nos amar -disse Célia com ar de muita tranquilidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Égua. Muito estranho! -admirou-se Mário.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Por que? Meu querido, isso não estraga. Lavou tá novo. E outra coisa: fica bem limpinho, eu cuido bem pra ele -concluiu Célia,jogando todo seu charme para Olívio e Mário.</div>
<div style="text-align: justify;">
-E eu nunca como "pão com manteiga" porque tá sempre limpinho, e ela sabe que eu sou exigente, não é nega? -garantiu um Olívio risonho expondo toda sua malandragem ao estupefato amigo Mário.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mário preferiu sorrir com o canto da boca, se despediu e correu para pegar quase o "Cristo" de Icoaraci.<br />
<br /></div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-40372237671652628652018-10-18T07:18:00.002-07:002018-10-18T07:18:53.844-07:00CONTRA O ISABELENSE, TUNA TEM QUE PENSAR SÓ EM VITÓRIA<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidNP8XuR8t3Om_hqrIG-ZtjfNkJ0gi13y9_12af5BvRiFeVc4FJH3PHYu3LnAxXdXk55hYuXdi-yoBK7Y0W-bvIKjRic4ivJ55LB9XDMVL7RdnhTUkEj_NtXBsobSy8YJCsY8xVDI6mczU/s1600/BANDEIRA+TUNA.png" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidNP8XuR8t3Om_hqrIG-ZtjfNkJ0gi13y9_12af5BvRiFeVc4FJH3PHYu3LnAxXdXk55hYuXdi-yoBK7Y0W-bvIKjRic4ivJ55LB9XDMVL7RdnhTUkEj_NtXBsobSy8YJCsY8xVDI6mczU/s320/BANDEIRA+TUNA.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="font-size: small;">Essa bandeira tem que tremular sempre forte</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Com seis pontos, a Tuna Luso Brasileira é a líder isolada do Grupo A4 da Segunda Divisão do Campeonato Paraense. A torcida, que compareceu em grande número no sábado no Manguierão, na vitória sobre o Gavião Kiykatejê, esta empolgada, mas é bom ligar sinal de alerta, pois ninguém está anda classificado para a segunda fase.</div>
<div style="text-align: justify;">
Explico: a Tuna mesmo tendo seis pontos e sendo a líder isolada, tem no seu encalço duas equipes. o Isabelense e o Gavião, ambas com três pontos. Daí, é extremamente necessário vencer a próxima partida, que será contra o Isabelense, neste domingo às 15,30 (e não 16 horas como está na propaganda e nas chamadas) ou, na pior das hipóteses, empatar e totalizar sete pontos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Se acontecer uma derrota frente o Isabelense (o que ninguém espera) a Tuna vai ter que torcer para a organizada equipe do Gabião não vença o Atlético Paraense, que até o presente é o time mais fraco do Grupo A4, e se vencer que seja por um escore mínimo.</div>
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Assim, o melhor e mais interessante resultado para efeito de garantir a classificação para a segunda fase é uma vitória. Empate serve, mas devemos sempre pensar em vencer.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sobre o ogo de domingo, que não comentei, devo dizer que não gostei da equipe no primeiro tempo. Se enrolou muito cm ma time inferior tecnicamente. Levou pouco perigo de gol e chegou a sofrer alguma pressão.</div>
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Porém, devo ressaltar que a equipe voltou na segunda etapa totalmente diferente. Procurando atacar pelos flancos esquerdo e direito e pelo miolo de área. Flamel foi um jogador excepcional. Jogou muito que cansou, sendo substituído. lembrou aquele Flamel de velhos tempos. Aliás, é um dos jogadores que temos que trabalhar para que ele fique na equipe, pois é talentoso, tem comando e gosta da Tuna, que foi o time que o lançou no futebol.</div>
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Então galera cruzmaltina, vamos marcar presença e cada qual levar sua bandeira para comemorar mais uma vitória e a classificação para a segunda fase. E não esquecer que o horário é 15,30. Eu mesmo, que entrei na onda das 16 horas, perdi 15 minutos de jogo. Agora não tem mais essa: !5 horas já vou estar lá. </div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-6997572165450007532018-10-11T12:36:00.000-07:002018-10-11T12:36:55.607-07:00UMA VITÓRIA SIMPLES. E BASTA!<div style="text-align: justify;">
Uma vitória. Pode ser simples, um a zero mas se for por um escore maior, melhor ainda. O importante para a Águia do Souza é mostrar personalidade dentro de campo, impor respeito, por ser uma equipe conceituada, centenária e também por estar jogando em casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não conheço o time do Gavião, mas sei que sempre forma uma equipe competitiva. Índios, muito poucos. Os homens brancos já tomaram posse e a equipe com certeza deve ter poucos atletas que fazem jus ao nome do clube.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pelo que tenho acompanhado (muito pouco, porque o departamento de comunicação da Tuna continua sem funcionar), a equipe cruzmaltina vai entrar com a mesma formação que venceu o primeiro jogo em Marabá. Junior Amorim ainda continua na sua luta para conseguir que o ataque funcione. Amanhã é uma grande chance, porque ele há algumas semanas me falo que o campo do Souza não ajudava seu time. Tudo bem. No Mangueirão queremos ver um time jogando melhor e se possivel fazendo os sonhados gols.</div>
<div style="text-align: justify;">
O jogo está marcado para as 16 horas. Estaremos presentes e esperamos que a torcida cruzmaltina prestigie in loco essa partida, que torcemos, seja de vitória tranquila para nós.</div>
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<br /></div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-56242341634459625142018-10-08T12:18:00.001-07:002018-10-08T12:18:58.675-07:00TUNA JOGA SEXTA NO MANGUEIRÃO. VAMOS LÁ!<div style="text-align: justify;">
A vitória da Tuna frente ao Atletico Paraense no último sábado por um escore mínimo de 1 a 0 tem um significado muito importante na corrida pela classificação da Águia do Souza. A partida foi fora de casa e sobre uma equipe, o Atlético Paraense, que segundo comentários da Imprensa esportiva, está bem preparada para esse torneio. Então, temos que valorizar bem essa vitória.</div>
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Alguns torcedores que se fizeram presentes garantiram que a Tuna jogou em, que deixou de marcar uns dois gols. mas gol perdida, vale lembrar, não vale.</div>
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Algumas críticas sobre mais uma Vez o ataque não funcionar. Normal. A secura de gols está acontecendo em todas as equipes.</div>
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Temos que ter esperanças de que os gols vão sair. Se o ataque não fizer, mas o pessoal da defesa se fazer presente, de cabeça ou de falta, não tem problema. Gol de qualquer maneira e até feito pelo goleiro, vale,</div>
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Na realidade, o técnico Junior Amorim já deve ter percebido essa secura de gols no ataque cruzmaltino. Agora é trabalhar. A equipe, nesta segunda partida, já na próxima sexta feira (12) agora em Belém e possivelmente no Mangueirão, vai jogar perante a torcida. O adversário, a boa equipe do Gavião, venceu também a primeira partida e é uma das candidatas à classificação para a próxima fase. </div>
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A Tuna não pode dar mole. Tem que entrar firme, mostrar que quer subir. A torcida promete se fazer presente em peso, aproveitando o feriado da Padroeira do Brasil.</div>
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Vamos torcer e aproveitar para comprar o CD com a nova gravação do Hino da Tuna, um excelente trabalho com as vozes de vários cantores e cantoras da terra, coordenado pelo nosso amigo cruzmaltino Paulinho Mururé, um dos maiores artistas dessa nossa Belém.</div>
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Vamos ao estádio, vamos prestigiar a nossa Águia, torcer com amor. Vou levar meu bandeirão e esperar uma grande vitória.</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-31635648812064720562018-10-03T06:51:00.002-07:002018-10-03T07:20:11.849-07:00TUNA TEM QUE ESTREAR VENCENDO. NÓS MERECEMOS!<div style="text-align: justify;">
A Tuna uso Brasileira estreia neste sábado, dia 6 pela Segunda Divsão do Campeonato Paraense. Mesmo sendo o clube mais antigo do estado e considerada a terceira força de nosso futebol, a Tuna continua desprestigiada pela Imprensa. Os jornais não noticiam como está o time para a estreia, não fazem entrevistas com os jogadores e não ouvem a opinião do técnico cruzmaltino, Júnior Amorim, sobre a real situação da equipe.</div>
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Não se sabe porque essa discriminação visível da Imprensa com a Tuna. A diretoria deveria já ter feito um trabalho para divulgar melhor o que acontece com o clube Tuna uso Brasileira e, principalmente, com a equipe de futebol, repito, prestes a estrear um torneio que decidirá seu futuro no futebol paraense.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por esse motivo, infelizmente, a nação cruzmaltina, que não é das maiores, mas é a mais ferrenha e verdadeiramente a mais fiel, porque o time está nessa pindaíba já há cinco anos e os torcedores continuam fiéis e sempre prestiigiando os eventos futebolísticos, até o presente não sabe qual o time base de Junior Amorim, aliás, conhece-se poucos jogadores do elenco luso.</div>
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Assim, estamos aqui com um olho no peixe e outro no gato, esperançosos de que esse time que não conhecemos estreie bem e ganhe a primeira partida do torneio da Segundinha. Sabe-se que o adversário está bem preparado, como sempre estão as equipes do interior. Mas nossa fé de que a Águia supere logo esse primeiro jogo e venha jogar em casa, no Mangueirão e consiga a sonhada classificação. Afinal, nós já merecemos ela ha muito tempo. </div>
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Pois galera cruzmaltina, os que forem ao Rosenão, por favor entrem no estádio com o pé direito, e vamos trazer essa primeiera vitória. </div>
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São só trés tiros, e não podemos perder um sequer. Tem que ser três vitórias. E mesmo que não conheçamos o time que vai estrear, que façam um bom jogo e, repito, vençam. Nós merecemos!</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-74394619729558904192018-10-01T09:44:00.003-07:002018-10-01T10:25:39.462-07:00MPB PERDE TITO MADI E ÂNGELA MARIA<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/DWofJkCp_gs/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/DWofJkCp_gs?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i>Ângela Maria com Cauby Peixoto cantando "Brigas"</i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
O Brasil perdeu dois grandes ícones da Musica Brasileira na semana passada. Tito Madi e Ângela Maria, morreram com a mesma idade, 89 anos. Tito compôs até o final da vida, inclusive a cantora Nana Caymmi prepara um disco novo com canções inéditas do cantor e compositor paulista.</div>
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Tito Madi começo no final dos anos 40, mas teve seu auge nos anos 50 e 60, embora tenha lançado discos de músicas inéditas nos anos 70, 80 e até já neste século. Foi m dos precursores da Bossa Nova, mas sua especialidade era mesmo o Samba Canção, com letras românticas e cheias de amor. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tito Madi, cujo nome verdadeiro era Chauki Madi, teve uma de suas mais famosas canções, "Chove lá fora", interpretada por nomes como gravadas por nomes como Wilson Simonal, Caetano Veloso, João Gilberto, Maria Betânia e o grupo vocal internacional "The Platters", que chegou a convidar Tito para uma turnê com eles nos EUA. Tito foi amigo pessoal de João Gilberto, com quem fez a passagem do Samba Canção para a Bossa Nova.</div>
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Ângela Maria, cujo nome verdadeiro era Abelim Maria, era carioca do interior de Macaé, e despontou para a musica no inicio dos anos 50. Foi uma das cantoras de maior sucesso da Rádio Nacional, juntamente com Emilinha Borba, Marlene, as irmãs linda e Dircinha Batista, Adelaide Chiozo, Nora Ney e outras. </div>
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Em sua rica trajetória musical e de muitos sucessos Ângela chegou a ser uma das preferidas do cast da Rádio nacional, sendo escolhida Rainha do Rádio em 1954, um ano depois de sua amiga Emilinha Borba ganhar o título.<br />
Com um estilo muito pessoal de interpretar, e com uma voz além de afinadíssima, inconfundível, Ângela Maria influenciou toda uma geração de artistas brasileiros. De Vanderléa a Elis Regina, passando por Ângela Rorô, Fafá de Belém e Simone. </div>
<div style="text-align: justify;">
Conhecida na intimidade como Sapoti, Ângela Maria nunca parou de cantar. Sempre elegantemente vestida, embora já uma senhora de idade, gostava de mostrar que estava bem e sempre cantando. Há poucos anos, exatamente em 2015, fez um Show nacional com seu maior amigo, Cauby Peixoto, tendo gravado com ele vários discos e, a partir do show, um disco com 13 canções.</div>
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Dentre as canções mais famosas estão "Babalu", "Cinderela", "Alma gêmea", Mãezinha querida", Tango pra Teresa" "Ai Mouraria" e muitas outras.</div>
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Ângela Maria era querida por todas as cantoras da chamada MPB de raiz, como Gal Costa, Maria Betânia, Simone e muitas outras. Sua grande amizade foi com Cauby Peixoto, morto em 2016 e com quem foi enterrada no mesmo mausoléu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tito Madi e Ângela Maria deixam uma lacuna das maiores na história de nossa música e do próprio Rádio brasileiro onde brilharam ao lado de grandes nomes que já se foram como Nelson Gonçalves, Linda e Dircinha Batista, Marlene, Dalva de Oliveira, Nelson Cavaquinho, Cartola e muitos outros. </div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-62716510783273148092018-10-01T05:51:00.003-07:002018-10-01T10:29:19.206-07:00TUNA E REMO: UM FRACO "CAÇA NIQUEIS"<div style="text-align: justify;">
O jogo entre Tuna e Remo, no sábado, cujo placar de 1 a 1 mostrou que não passou de um "caça níqueis" com interesse maior para o Clube do Remo -que está numa pindaíba danada, pois parado não consegue faturar-, a meu ver não serviu de nada para a Tuna.</div>
<div style="text-align: justify;">
Depois do jogo amistoso contra o Vila Rica, em que a Tuna jogou mal, mostrou desentrosamento e ao final da partida quase toma um gol, acho que o técnico Junior Amorim deveria ficar treinando em casa mesmo, tentando procurar entrosar melhor o time. Aliás, após a partida contra o Vila, conversei com ele e Amorim disse que "esperasse o time estrear no Campeonato, depois poderíamos cobrar se o time não fosse bem".</div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que essa certeza de que a Tuna vai estrear bem na Segundinha e conseguir a sonhada classificação, seria mais um motivo para não participar desse jogo do sábado.</div>
<div style="text-align: justify;">
De qualquer maneira, ele como técnico deve ter tirado algum aproveitamento, mas a meu ver o time que o Remo apresentou, mais fraco com o Pinheirense e o Vila Rica, não serve de base para nada, e a Tuna não vencer mostrou que o nosso time ainda não está bem ainda. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não vou criticar. Como torcedor apaixonado que sou (e todo cruzmaltino é apaixonado pela Tuna, viu?), vou torcer para que ele consiga formatar uma equipe que possa, bem concatenada, estrear e fazer bonito, com uma bela vitória sobre o Paraense.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ah, ia esquecendo. Não sei por que o presidente João Rodrigues dá tanta trela para o presidente remista. Não sou a favor de nada com Remo e Paysandu, que mostram que não consideram a Tuna de maneira nenhuma. Se o Remo tivesse um pouquinho sequer de consideração, se quisesse que a Tuna voltasse a disputar o Paraense da Primeira Divisão, já que o time azulino está em estado de letargia até o final do ano, emprestaria a maioria de seus jogadores para a Águia entrar bem armada nessa disputa que começa nessa semana. Afinal, seria um agradecimento por tudo que a Tuna fez, cedendo seu campo para os treinamentos da equipe durante a Série C (confesso que não sei se houve ônus ou não).</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas deixa pra lá. Diretoria de Tuna e Remo devem ter motivos para tanta aproximação. </div>
<div style="text-align: justify;">
Eu tô fora disso. Tenho minha posição e minha opinião, mesmo porque, na Tuna de agora tudo é possível, pois muitos acham normal pessoas com camisas dessas duas coisas em nossa sede social, mas como não gosto, não aceito, não falo nada, mas reputo como uma tremenda falta de respeito.</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-82051837891980783552018-09-17T13:21:00.002-07:002018-09-17T13:21:49.525-07:00TUNA TEM QUE ESTREAR VENCENDO<div style="text-align: justify;">
Um dos motivos de minha preocupação, além do péssimo resultado e atuação irrisória da equipe cruzmaltina frente ao esforçado time do Vila Rica, foi que ao comentar com o diretor Vinicius sobre o resultado e a qualidade técnica do time, recebi como resposta: "calma, Marcos. Ainda falta muito tempo".</div>
<div style="text-align: justify;">
Égua. 20 dias é muito tempo para uma equipe que vem se preparando já há dois meses e até o presente não mostrou muita coisa?</div>
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Ou eu estou desesperado porque meu time está fora do Parazão há cinco anos, ou o diretor está tranquilo demais porque deve estar escondendo algum trunfo no bolso do colete.</div>
<div style="text-align: justify;">
O técnico Junior Amorim, também em conversa com este escriba, disse que "podem cobrar dele na estreia contra a Desportiva paraense em Parauapebas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não pretendo cobrar nada de você nem da diretoria Amorim. Ao contrário, eu quero é parabenizar pela primeira vitória e pela classificação. Essa história de cobrar, só se cobra quando o time atua mal ou perde. </div>
<div style="text-align: justify;">
Nós cruzmaltinos queremos é vencer todas as três partidas e conseguir a classificação para esse torneio chato e malfeito que é a Segundinha, que pelo visto, no próximo ano vai ser disputado por 20 clubes, pois não existe critério apara os clubes participarem, ou seja, não existe acesso tipo quarta e terceira divisão. Se qualquer Mané formar um clube lá na Cremação, no Marco ou qualquer outro bairro ou município de Belém, disputa a Segundinha e poderá entrar no Parazão. Quanta sacanagem com os clubes de história de nossa Capital e de nosso futebol!</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6657760164780762306.post-86899005318288978632018-09-17T12:31:00.006-07:002018-09-17T12:31:56.453-07:00TUNA EMPATA SEM GOLS NOVAMENTE: ALERTA LIGADO!<div style="text-align: justify;">
Estive ontem no jogo treino da Tuna Luso Brasileira com o Vila Rica. Que joguinho chato. Daqueles que não dá nem pra você prestar atenção a todos os lances, porque não teve nada de interessante, da pior qualidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
O placar foi pior ainda: 0 a 0. O segundo consecutivo, pois na semana passada a Tuna empatou também com o Sport Belém, do técnico Zé Carlos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Depois da fraca partida, conversando com alguns amigos cruzmaltinos, participamos uns aos outros da nossa preocupação com a equipe. Afinal faltam tipo 20 dias para a Águia estrear na competição que poderá lhe dar direito à voltar ao seleto grupo de times da Primeira Divisão do Parazão e pelo visto o time não está definido, não está concatenado. Pelo menos foi isso que todos viram em campo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na sede social, depois, com alguns amigos, dentre os quais o velho camarada Gerardo Monteiro e seu filho Neto, discutimos o que poderia ser feito, se falávamos com algum diretor, enfim, alguma explicação para o problema do time da Tuna.</div>
<div style="text-align: justify;">
No meio da conversa apareceu p técnico Junior Amorim. O interpelamos e perguntei o que estava acontecendo e demonstrei minha preocupação com a equipe, que havia jogado duas partidas seguidas, com times considerados inferiores, pelo menos na qualidade técnica e no investimento, e não conseguimos vencer e nem sequer fazer um golzinho só.</div>
<div style="text-align: justify;">
Amorim humildemente ouviu nossas ponderações e falou: "sou totalmente contra esses amistosos. Principalmente nesse campo que não oferece condições para ninguém jogar bem, ou seja, quem joga bem passa a jogar mal e quem joga mal passa a jogar regular". (???).</div>
<div style="text-align: justify;">
A meu ver, a desculpa do técnico não parece proceder. Pelo menos no que concerne ele ser contra os jogos-treinos e aceitar fazê-los. Tem que decidir quem comanda o time, quem decide o que fazer, porque na hora do pega pra capar, as cobranças vão ser primeiro pra ele.</div>
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Por que ele não deu a palavra final para a diretoria de futebol que o campo não oferecia condições para jogos, mesmo que fossem amistoso? </div>
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Por que ele aceitar colocar sua equipe em campo e se sujeitar até a perder um jogador pela má qualidade do campo e, por outro lado, ter um resultado adverso, como quase acontece do Vila Rica ganhar a partida?</div>
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Talvez Junior Amorim esteja apostando na estreia da equipe em um campo melhor em Parauapebas e na segunda partida, que segundo o diretor adjunto Vinícius falou a esse escriba que seria no Mangueirão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas mesmo assim não justifica. O técnico é ele, e se o diretor de futebol ou o do Clube querem fazer amistosos, que façam seguindo as orientações do técnico. Se ele (Júnior Amorim) não contrariar a diretoria, que agente as consequências.</div>
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O que se viu foi um time totalmente desarticulado dentro de campo, com o meio de campo perdido e o ataque pior ainda. Jogadores do nível de Flamel e Jaime sem render e fazendo jogadas na base da vontade. Quer dizer, o campo pode ter uma influencia, mas tem outras coisas que precisam ser revistas e corrigidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
E a minha preocupação, como creio que a da maioria dos torcedores que estavam no Souza, é com o pouco tempo que falta para a estreia da Tuna. Será dia 06 de Outubro, em Parauapebas. Esse campeonato da Segundinha, que na verdade é um torneio de três tiros. Perdendo a primeira, a responsabilidade aumenta e terá que vencer as duas últimas.</div>
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O alerta foi dado. É importante que Júnior Amorim não mais aceite fazer esse tipo de amistoso no Souza, pois a meu ver se aceitar a responsabilidade será dele. Não adianta chorar o leite derramado depois. O que tiver que ser feito, tem que ser agora. Antes do início de tudo. São cinco edições do Parazão que não participamos. Ninguém aguenta mais. A Tuna tem história, tem nome. Tem que entrar pra vencer. Pra fazer média não dá mais. Chega de sofrer!</div>
Marcos Moraes de Limahttp://www.blogger.com/profile/16232459980162988418noreply@blogger.com1