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Mário Mangas, com Ismar Araújo, Del da MUC e este escriba em jogo em Castanhal |
A nação cruzmaltina, parentes e amigos foram surpreendidos com a notícia do falecimento, no dia 18 de Janeiro, de nosso companheiro e amigo Mário Luiz Mangas.
A surpresa foi maior porque Mário não estava doente, disputou em Dezembro passado uma eleição à presidência da Tuna, quando mostrou muita euforia e vontade de vencer, não mostrando qualquer tipo de preocupação com saúde. Inclusive semana passada falamos pelo zap sobre a saúde de sua mãe, que estava no CTI, quando estimei melhoras à ela.
O fato é que de repente perdemos o Mário. Estamos tristes, muito abalados pela significante perda do amigo, do colaborador e apaixonado cruzmaltino.
No curto espaço, tipo 11 anos, em que voltou a frequentar a Tuna com sua família, Mário Mangas só fez amigos. Conciliador, apoiador nos esportes amadores e no futebol, Mário Mangas fez seu nome rápido e passou a ser um dos importantes membros da Confraria da Tuna, grupo de amigos que se reúne aos sábados e que participa de todos os movimentos em prol do engrandecimento da Tuna.
Foi assim que há alguns anos, após disputar uma eleição com o também falecido companheiro GB João Rito, Mário acenou para que ajudássemos a Tuna em qualquer esporte amador. Em reunião na própria Confraria, optamos por apoiar a Garagem Náutica. O presidente eleito nos procurou e pediu que fôssemos além da ajuda, ou seja, a gente assumisse a Diretoria Náutica, que seria uma maneira de mostrar nosso maior apoio a Clube. Juntamos todos novamente e decidimos que um de nós seria o Diretor Náutico. Conclamei que fosse ele ou o Gerardo o Diretor. Gerardo disse que não poderia porque viajava muito, mas poderia ficar como Diretor Adjunto. Mário disse que não ficava como diretor porque não ia ter tempo e que teria que ser eu, porque já tinha sido presidente e sabia como funcionava a garagem, etc. Aleguei que era conversa, mas em nome deles e de todos os membros da Confraria, que prometeram ajudar (e ajudaram), aceitei. Assumimos os três a Diretoria Náutica e, modéstia à parte, fizemos um trabalho valoroso e que só engrandeceu a gestão e estreitou mais nossa amizade.
Aos sábados era compromisso fechado ele, com sua esposa Andrea e vez por outra o filho Joaquim, irem à Confraria. Muitas vezes chegavam cansados, porque tinham sempre às sextas, compromisso com a Loja Maçônica. Mas estava sempre lá.
Mário Mangas, de todos os cruzmaltinos que eu conheço, convivi e convivo, foi sem dúvida um dos maiores baluartes. Sem ser diretor e nem mesmo conselheiro, já que o Conselho nunca se preocupou em colocá-lo como um dos seu membros, apesar de tantas vagas que existiram e ainda existem e são preenchidas por não cruzmaltinos. É um fato lamentável, porque ele sempre participou ativamente de tudo na Tuna. Colaborou com setores que vão da Garagem Náutica ao Futebol, passando por Futsal, Futebol Feminino, Social. Mesmo com todo seu trabalho, ninguém, nenhum presidente do Cube ou do Conselho teve a feliz ideia de convidá-lo a ser Conselheiro. A meu ver, se tivesse sido, Mário teria se empenhado e até ajudado muito mais.
Quantos movimentos nós da Confraria idealizamos e fizemos para ajudar o Futebol Profissional, a Garagem Náutica, o Futebol Feminino, o Social? Dezenas. Para isso, era necessário alguns membros da Confraria reunirem e saber quem ficaria responsável pela arrecadação. Para o Mário sempre sobrava um ou mais brindes. E sempre se prestava a colaborar. E que eu saiba, nunca pediu nada em troca.
Seu desejo era sempre ajudar a Tuna. Qualquer setor. Se é para melhorar a Náutica vamos fazer um sorteio. "Que tal uma rifa", sugestionava. "Eu dou uma TV e o Marcos Moraes faz as cartelas", definia e estava feito.
Nós da Confraria, as meninas do futebol feminino, o pessoal da Garagem Náutica, a Diretoria Social, todos devem muito ao coração e ao cruzmaltinismo de Mário Mangas. Não era de muita conversa, se era pra fazer, vamos fazer. As feijoadas da Garagem Náutica, umas cinco que fizemos, todas de pleno sucesso, ele garantia sempre os prêmios e o trabalho dele, da esposa Andrea e dos filhos Joaquim e Juliane.
Adeus Mário Mangas. Confesso que fiquei tão contagiado, que mudei de cor quando soube de sua partida. Veio à minha cabeça toda a nossa luta para ver nosso clube subir; a nossa garra nos campos de futebol, de Belém, do interior; nosso sofrimento de tunantes já cinquentões, sessentões mas torcendo no campo como adolescentes, misturados com os jovens da MUC e de torcedores mais jovens que nos enxergam como veteranos.
A nossa Confraria está menor. Se foi o companheiro Mário Mangas. Nossa torcida ficou desfalcada de um grande torcedor. A Tuna Luso Brasileira perde um grande benfeitor, um colaborador dos mais ilustres e dos mais importantes. Nossos papos, as longas conversas, não terão mais o conciliador, a tranquilidade e o sorriso simpático do companheiro e confrade Mário Mangas.
Mas é importante que se diga: Mário Mangas estará sempre presente em nossas vidas, na vida da Tuna, com sua luz, sua paixão e sua extrema grandeza espiritual.
P.S.: No dia de seu enterro, passei cedo defronte à Tuna e mesmo triste, tive um momento de alegria . A bandeira da gloriosa Águia do Souza estava hasteada em meio pau. Parabéns à diretoria que com o gesto, reconheceu a grande importância do associado, torcedor e grande colaborador Mário Mangas à nossa querida Tuna Luso Brasileira.