A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, do PSDB, está vivendo uma verdadeira via crucis. Depois de ser apontada em pesquisa a pior gestora estadual do País, Yeda vive agora um problema maior com seu vice, Paulo Afonso Feijó, do DEM, que prometeu falar tudo que sabe, dia 26 de outubro na CPI aberta para apurar irregularidades praticadas por agentes públicos gaúchos. Segundo Feijó, seu partido"defende investigações de quem quer que seja", numa alusão de que não vai dar moleza à governadora e falar tudo que sabe. Feijó ameaçou inclusive apresentar documentos que tem em mãos, que deixarão ainda mais a governadora em maus lençóis, embora ela já esteja com todo o povo gaúcho querendo a sua saída.
A governadora Yeda, preocupada com o que pode fazer seu vice em sua ausência, está desistindo até de viagens internacionais, o que sempre fez com grande prazer, para evitar que Afonso Feijó assuma em seu lugar. Já o vice, decidido a jogar água no ventilador, diz não estar nem aí. "Não me interessa assumir nada. Só quero a verdade". A crise gaúcha me faz lembrar Leonel Brizola, que foi governador do Rio Grande do Sul, sua terra, embora tenha sido governador do Rio de Janeiro em dois mandatos, onde residiu depois de sua volta do exílio e se fortaleceu para sair candidato à presidência . Em l983, quando foi empossado governador do Rio de Janeiro, Brizola nomeou seu vice,o professor Darcy Ribeiro, como secretário de Educação. Indagado por vários repórteres porque de imediato estava nomeando o professor Darcy Ribeiro como Secretário, se ele era um homem que poderia sempre assumir em suas viagens, um ótimo conselheiro, ou seja, seria mais útil como vice propriamente dito. Brizola, como sempre rápido em suas respostas, foi incisivo:"meu filho, vice não faz nada. E por ter muito tempo vago, conspira. Prefiro o professor Darcy trabalhando. Taí Yeda, quem mandou tu não arranjares um trabalho para o Feijó?
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