terça-feira, 22 de dezembro de 2009

OS PRESIDENTES (1)

Das tarefas difíceis para um homem de bem, uma delas é ser presidente de clube de futebol. Digo tarefa, porque no caso do Pará, os estatutos dos clubes são parecidos e em todos eles reza que Presidente e diretores não recebem nada. Ao contrário, tem é que botar o seu. Se não tiver é hostilizado e no mínimo recebe o nome de "liso". O complicador é que muitos querem ser presidente ou dirigente para usar o cargo como trampolim social ou político.
Hoje os três principais clubes são administrados por pessoas que parece a vaidade está acima dos projetos do clube do coração. É, porque é certo que pelo menos os presidentes de Remo e Paysandu torcem por seus clubes. Amaro Klautau é torcedor tradicional do Remo e Luis Omar é "doente" pelo Paysandu. Já Fabiano Bastos, gosta do clube, é frequentador semanal, embora não torça pela Tuna.
Amaro assumiu no princípio do ano como um revolucionário, embora políticamente seja tão atrasado quanto seu partido, o PSDB. Prometeu que faria um time que seria campeão com 15 dias. No mínimo aloprou, não sabe nada de administração, ou então pensa que todo mundo tem o nariz furado de maneira errada. Resultado é que não formou time nenhum e não ganhou o Campeonato Paraense. Aí criou nova história: iria botar o Remo na Série D, embora a vaga fosse do S. Raimundo. Falou, viajou, mas deu com os burros n'água. Não botou nem na "E", porque essa nem sequer existe. Enquanto isso, a sede campestre do Clube foi vendida, foram pagas algumas continhas e o buraco continuou. Só que maior e mais embaixo.
Por último teve a idéia "genial" de vender o Baenão. Conseguiu com alguns repórteres levar a ideía à Imprensa e reuniu com o Conselho Deliberativo mostrando a proposta. Acontece que a primeira proposta era no valor de 40 milhões, que seriam 15 para pagar dívidas do clube e os 25 para fazer um estádio muito superior ao Baenão, "embora fora do centro de Belém". E ia mais adiante: "só vamos entregar o Baenão quando nos entregarem o estádio novo em pleno funcionamento".
Acontece, que na reunião do Condel do Remo, o pretenso interessado apareceu com uma proposta de apenas 33 milhões, que seriam tipo 14 para aquisição do terreno e 19 para construção do estádio. E o comprador exigiu logo começar a trabalhar na demolição do Baenão.
Aí o bicho pegou. Tudo que o Presidente havia falado foi de água abaixo. E os 7 milhões? e o estádio pronto? E as dívidas do Clube como serão pagas? Não vai sobrar nada para alguma benfeitoria? Foram várias perguntas que Conselheiro, beneméritos e GBSs fizeram entre si.
Moral da história: tudo vai ser decidido no próximo ano, e pelo andar do bonde, o Condel não vai aceitar a proposta do Presidente, que para a maioria, é mais um criador de histórias mirabolantes, à procura de enriquecer seu palanque político e que só quer vender o patrimônio que os históricos construíram.

AS MENINAS

Lúcia tem 14 anos. Luciana, 15 incompletos. Irmãs, paraenses, moradoras de rua, mas com família no bairro do Telégrafo. Lúcia, a mais nova, é uma morena bonita, de olhos grandes e castanhos. tem sempre um sorriso no rosto e sabe agradecer quando recebe uma moeda ou um pouco de comida. Luciana é mais fechada. Está grávida de quatro meses, fala pouco e é bastante atenciosa quando se conversa e aconselha. Seu "sim" é um balançar de cabeça.
As duas "residem" no comércio ou pelas ruas do bairro do Reduto. Luciana tem um namorado, pelo menos é o que diz. Um garoto de aspecto fragilizado, que engraxa sapatos. Costumam andar os três pelas ruas da cidade, elas sempre pedindo e ele, sorridente, se aproveitando literalmente das meninas, principalmente de Luciana, de quem diz ser o pai do filho.
Numa dessas noites, ainda cedo, um homem penalizou-se da situação das duas garotas e pagou-lhes lanches dignos, com refrigerante e suco. Indagou das duas se tinham parentes e prometeu ajudá-las. "Temos pai e mãe, sim", respondeu, Lúcia, a mais falante e sorridente.
-Por que, então, vocês estão na rua, é perigoso, não acham?
-Em casa é mais. Nossa mãe bate na gente, por isso a gente saiu de casa - respondeu Lúcia.
É sempre assim. Todos os garotos e garotas têm uma história, que pode ser diferente uma da outra mas culminam sempre com a fuga para a rua. Lúcia e Luciana, falam que não pretendem sair da rua. "É o destino da gente. Vou ter o bebê e seja o que Deus quiser", diz Luciana resignada.
O homem que prometeu ajudá-las com 120 fraldas saiu e deixou uma cédula para as duas garotas. Marcou local e horário, no outro dia, para a entrega das fraldas.
O engraxate, namorado de Luciana, ao ver o homem sair, sorriu e comentou com a garota:
"Vai, pega as fraldas que a gente vende. Dá para pegar uma boa nota. Mesmo porque vai demorar muito para o nenê nascer e quando ele nascer com certeza essas fraldas já vão estar estragadas".
Dito isso, os três saíram pelas ruas do centro de Belém. Sem lenço, sem documentos e com a infância, infelizmente, comprometida.

P.S. Os nomes das garotas são fictícios.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O QUE DÁ PRA RIR...

A Tuna se sagrou campeã paraense de regata 2009. Ganhou bonito, praticamente por antecipação, desbancando Paysandu e Remo. A Águia precisava de apenas um pontinho para vencer o campeonato de 2009, mas venceu os quatro páreos que disputou, embora o chorão do Paysandu, acostumado a fazer as coisas erradas (inclusive perdeu os dois últimos títulos que venceu irregularmente em 2007 e 2008 para o Remo e para a Águia), tenha reclamado e levado um, o feminino, na marra, ficando a Tuna com três vitórias e o perdedor às lágrimas (teria que vencer 10 páreos para levar a Taça, ha, ha, ha!) com sete vitórias. Ao final, a Tuna Luso Brasileira terminou com 24 pontos e o Paysandu com 19.
Como o esporte paraense em geral está meio capenga, desorganizado que só, a Tuna não levou
a taça de campeã 2009. O vice presidente da Federação Paraense de Remo, Altair Bezerra,disse que só poderia entregar o troféu depois que fossem julgados três recursos do Paysandu, na terça-feira. Com a Tuna tudo acontece. Se fosse com um dos dois, o negócio seria deferente!
O hilário da vitória da Tuna na bonita domingueira, foi que não havia nenhum dos 15 diretores do Clube na Estação das Docas. Somente os beneméritos Raimundo Barata, Celestino Vidonho, este escriba que já foi presidente do Clube, Gerardo Von e poucos associados e torcedores, o que caracteriza perfeitamente a situação da Águia no contexto esportivo no momento. Mais hilário ainda foi o presidente do Clube dizer, sem pedir reservas, que não sabia que iria acontecer regata no domingo. Pode?
Daqui, nossos parabéns a todos os que fazem a Náutica da Tuna, que completa 40 títulos de campeã paraense, ou seja é, realmente, a Rainha do Mar.

...DÁ PRA CHORAR

Enquanto a manhã foi de alegria para os verdadeiros cruzmaltinos, a tarde foi de tristeza. Embora tenha lutado bravamente e conseguido vencer a equipe do Independente Tucuruí, a Tuna ficou fora da elite do futebol paraense em sua segunda fase, que se inicia em janeiro 2010. Vencer, porém não somente vencer era a regra, e a Tuna ganhou mas não levou.
Vejo que o momento é de tristeza para os cruzmaltinos, com nosso time ausente agora pela segunda vez consecutiva do Paraense, mas insisto num repensar por parte dos que dirigem o clube hoje. Embora tenha trabalhado para não criticar a diretoria e a equipe, nunca ví com bons olhos a questão do arrendamento no Clube, em especial o futebol. Para os que dizem que não foi arrendamento, insisto em dizer que foi até pior, porque usaram a marca da Tuna, o clube não ganhou nada e ainda sofreu com a desclassificação.
Atendendo a amigos, GBs, beneméritos e associados do Clube, estou preparado para trabalhar pela união dos que compõem, torcem, são associados e respeitam a Tuna Luso Brasileira como instituição centenária do Pará e do Brasil, mas tenho que ressaltar que o que começa errado não tem como dar certo. E o futebol começou errado, com a diretoria querendo não participar do esporte que mais dá mídia ao clube, preferindo entregar a um grupo que, com todo respeito, não mostrou experiência, traquejo, para administrar futebol, e ainda teve como articulador o belga Hugo, um elemento que não sabe nada de futebol e que só quer levar tudo na marra, na arrogância, com o intuito único de aparecer e se dar bem. E ainda é um tremendo pé frio, pois em 2007 se meteu com o Pinheirense e deixou a equipe de Icoaraci fora das disputas do Paraense.
Todos sabem que cooperativa é coisa séria e nunca se soube, na verdade, como funcionaria a cooperativa dos jogadores da Tuna. Daqui deste espaço, questionei a divisão do dinheiro arrecadado e do compromisso de cada atleta, pois sem salário certo não se pode cobrar trabalho de ninguém. Outro fato é o caso do treinador. Visivelmente, entre os "cooperados", tinha atleta que não possuia a menor condição física de jogar. Mas jogava. Então, presume-se, que Carlos Lucena não tinha total autonomia na escalação da equipe.
Torço pela decisão, embora ache que foi tardia, do presidente Bastos em recorrer jurídicamente contra a entrada do vitorioso Cametá na primeira fase do Campeonato Paraense. Ele, como advogado, sabe que o erro existe mas quem errou, convidando o Cametá, foi o presidente da FPF, o coronel Nunes, que faz parte do Conselho Deliberativo da Tuna (agora não sei quem colocou!) . Só sei que o coronel Nunes e a FPF sempre trabalharam por Remo e principalmente Paysandu. Pela Tuna nunca. E não será agora que ele deixará que a Tuna "mele" o Paraense 2010. Digo que nunca ajudou a Tuna porque vejam as quantias que os dois devem a FPF e a "madrasta" nem se preocupa em cobrar. Mas se a Tuna dever uma "merreca" as cobranças e ameaças por parte do setor financeiro da mesma serão quase semanalmente.
Para finalizar, conclamo ao presidente Fabiano Bastos que analise bem o que vai fazer. Porque embora a própria Federação já tenha reconhecido o erro, repito, não será fácil a Tuna ser reconduzida. Poderá gerar, caso a Tuna vença, um imbróglio jurídico porque na verdade todos os times foram prejudicados, uma vez que o Cametá foi o grande vitorioso da primeira fase com 21 pontos, portanto eliminou muitas equipes. Então vai ser uma corrida maluca de protestos que só um novo campeonato poderá resolver. E será que com sua autoridade de presidente da FPF o coronel Antonio Carlos Nunes vai deixar que isso aconteça? Por não acreditar nisso é que é melhor que nós cruzmaltinos choremos. É nosso único consolo.

P.S. E aquele gol do Ananindeua aos 45 minutos do segundo tempo, de pênalte (que não houve) não cheirou mal? Não lembra uma façanha barbalhista? Anotemos o nome do árbitro para saber se ele, aproveitando o período, vai viajar levando consigo uma bela mala...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

MARICOTINHA DO RIO SUBAÉ

Chico Buarque de Hollanda certa feita confessou, depois de umas caipirinhas, que adorava quando Maria Bethânia cantava suas músicas. Chico sempre foi sisudo, mas esta confissão seus amigos mais próximos garantem que foi espontânea, de coração, pois , segundo um destes amigos, Chico vê na interpretação de Bethânia "todo o sentimento que ele pôe quando escreve uma música".
O que Chico Buarque sente quando ouve Bethânia interpretando suas músicas, deve ser o mesmo que o poeta de Vila Isabel, Noel Rosa, sentia quando ouvia Aracy de Almeida cantar seu repertório. Aracy, tinha um jeito todo especial de cantar e quando interpetava Noel se entregava mais, a ponto de muitos comentarem que tinham um caso, fato sempre negado pelos dois. A realidade é que Aracy foi para Noel o que Bethânia é para Chico.
Bethânia, na verdade não é somente a cantora preferida de Chico Buarque. A intérprete baiana, irmã de Caetano Veloso, possui um jeito diferente de cantar, de ser, de intepretar, fazendo chegar aos corações apaixonados ou não, alegres ou tristes, sua voz com a suavidade de uma pluma. Assim, a "Abelha Rainha" vai embalando corações, amores firmes e despedaçados, agradando gregos, troianos e baianos por quase cinco décadas.
E Chico que se cuide, pois outros monstros sagrados seus colegas como Djavan, João Bosco, Almir Sater, Ivan Lins, Guilherme Arantes e Caetano Veloso já deram sinal que a musa de Santo Amaro, da beira do rio Subaé, é também a preferida deles. E, lá de cima, o mestre Gonzaguinha avisa que o "Pássaro proibido" Maria Bethânia é também rainha de seu "Sol Vermelho".

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O PIJAMA PARA QUEM MERECE

O que este blog havia previsto aconteceu. Assim como FHC, Almir Gabriel, definitivamente vai vestir o pijama. E felizmente bem longe de Belém, em Bertioga -SP. O velho médico saiu bastante arranhado da porfia, principalmente porque alguns de seus escudeiros, que ele inclusive considerava como fiéis, foram para outra gaiola tucana, deixando o idoso Almir, como ele mesmo se definiu,"relegado à própria sorte", como diriam os repórteres policiais.
Das decepções de Almir, uma delas é com Mário Couto, que havia, como ele, ameaçado deixar o partido caso fosse Jatene o escolhido. Só que Couto, Flexa e outros tucanos de menos plumagens, sentindo que o ex-governador já estava praticamente fora do páreo, resolveram aderir para não ficarem com as "penas de molho" em futuro próximo.
Agora o homem que foi o responsável pelo massacre de Eldorado de Carajás, assim como seu colega Hélio Gueiros, responsável pelo massacre da ponte sobre o Rio Itacaúnas, em Marabá, retira-se definitivamente da vida pública.
Depois da decisão que escolheu seu ex-pupilo Jatene para ser o candidato do PSDB, o ex-governador Almir Gabriel comentou com um (também ex-) assessor: "fui discriminado por ser idoso. Tudo bem. Mas não sou velho. Velho é o Hélio Gueiros que tem 84 anos. Eu tenho somente 77". O Vic, amigão do Arruda, como ele do DEM, sussurrou a um colega: "já vai tarde".

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

AGUIA DE ASA QUEBRADA

A situação da Tuna Luso Brasileira na primeira fase do Campeonato Paraense de Futebol ficou complicada. Para ser mais preciso, muito complicada. Das sete partidas disputadas a Águia venceu apenas três, empatou uma e perdeu três, estando com 10 pontos na tabela, portanto em quarto lugar ao lado de Time Negra, Ananindeua, ambos também com 10 pontos e Vila Rica encostado nos três, com 9 pontos.
Desde o primeiro jogo deu para perceber que a equipe da Tuna é bastante limitada. Na verdade o time não é ruim, tem bons atletas, jogadores experientes e até com vontade de vencer, como é o caso do zagueiro Sérgio, o meia Marcelo Lemos, Jóbson, etc. Mas isso não é suficiente para se ganhar um torneio rápido, que puxa muito do atleta, com jogos duas vezes por semana e alguns até fora da cidade. Isso requer um organograma de trabalho mais completo. O organograma da Tuna, ao contrario, é bastante complexo.
Na formação da cooperativa, que confesso não tive acesso, imagino que deva ter os chamados cabeças, os que comandam. Só sei que João Luis, Sérgio, Jobson e o próprio Lucena fazem parte. Mas isso não é o suficiente. Cheguei a comentar aqui neste espaço que achava estranho o Flores ser o preparador físico, porque ele próprio falou há dois anos que não queria mais trabalhar com preparação física, "quero ser treinador", disse. E de repente o Flores volta com todas suas limitações para a Tuna.
Questionei também a arrecadação e coloquei em discussão com alguns companheiros cruzmaltinos, quanto que entra por mês ou por jogo, quem é o tesoureiro, como é feita a divisão e outras coisas mais, como o que iria acontecer quando não houvesse renda. E quando o time perdesse, como já perdeu, como ficaria a situação dos que dependem totalmente do "bicho"? Falei que seria importante nessa hora uma verba certa para que os jogadores entrassem naquela de "sobreviver e lutar para vencer a próxima".
Na primeira vitória o belga Hugo praticamente me afrontou, dizendo "viu, presidente? era isso que queria fazer com você. Você não quis!" Só respondi uma coisa: "calma seu Hugo. Ainda não conquistamos nada. Vamos torcer para o time continuar vencendo.!"
Na derrota para o Time Negra, o ví de cxabeça baixa. Quase pergunto: "E aí, seu Hugo. O que está havendo?" Mas me segurei, porque quero evitar polêmicas, mas continuo achando que ele em termos de administrar clubes de futebol pode ser muito bom no país dele. Aqui não. Esse negócio de se trabalhar sem a certeza de que vai receber é complicado. Alguns atletas até que podem superar algum tipo de problema financeiro, mas a maioria com certeza não consegue.
Vou continuar torcendo, esperando que consigamos reverter a situação com pelo menos uma vitória sobre um dos dois melhores do torneio, apesar de um dos jogos ser fora. Mas volto a afirmar, futebol é coisa séria. Não é só para aparecer na TV, nas rádios e jornais com balela, não. O time da Tuna, com respeito a todos que estão brigando, não tem compromisso, porque não tem salário, falta comissão técnica e uma funcionalidade realmente profissional.
Não se pode colocar um supervisor de futebol que não conhece a área, pois nunca jogou bola nem trabalhou em uma equipe de futebol. E se o Hugo quisesse realmente ajudar faria uma proposta decente, se comprometeria a dar uma boa quantia mensal e mandaria os dirigentes da cooperativa correrem atrás do que faltasse. Mincharia, merreca, "ponta", venda de camisas não adiantam muito para uma equipe de futebol, pois jogador também é pai de família.
O cineasta e ator americano Spike Lee fez um filme chamado "Faça a coisa certa".
Infelizmente,ao que parece vamos sofrer mais um ano. Porque a Tuna não fez a coisa certa.

domingo, 13 de dezembro de 2009

GRACILIANO E O MERDAFONE

A Imprensa tira o maior barato com algumas frases ou palavras que o presidente Lula está sempre a improvisar em seus pronunciamentos. É válido e deve ser noticiado, porque o Presidente é notícia e é interessante se saber o que fala e o que pensa. Agora usar hipócritamente uma frase ou palavra para fazer política barata, vou entrar no mérito da pornografia, é uma tremenda sacanagem. E foi o que fizeram os jornais de grande circulação do Brasil, que usaram a simples merda do Lula, numa porção do produto em tamanho familiar. Alguns deram até manchetão.

Causou indignação um comentarista de TV que passou 8 minutos falando no assunto,parecendo que Lula havia falado algo tão constrangedor quanto Fernando Henrique quando presidente , que disse "que aposentado é vagabundo", ou mais recentemente, quando vomitou a indelicadeza que "Lula escolheu sua candidata a sucessora na dedada". Como foi o Dr, Fernando Henrique, ninguém comentou, acharam até engraçado. Mas o Lula...

O assunto me traz à memória um fato acontecido com o escritor Graciliano Ramos, alagoano autor de "Memórias do Cárcere".No citado livro, em que o escritor narra suas experiências na cadeia no Rio de janeiro, ele conta que para se comunicar com os outros presos, usou um antigo vaso sanitário da cela em que ficou. Depois de "higienizar”a velha sentina , Graciliano meteu de com força a boca na dita cuja que a partir daquele momento passou a ser uma irradiadora de tudo que acontecia na cadeia, numa comunicação não muito moderna, mas bem excêntrica, ou melhor "sui generis". O aparelho de comunicação que ficou famoso na cadeia de Ilha Grande, ganhou o sugestivo nome de "Merdafone".

Como se vê, quando o assunto é importante, muitas vezes a merda ou um derivado seu pode e deve estar presente. E tirar o povo da merda, depois que os inimigos deste mesmo povo não tiveram competência ou vontade política de tirar, é algo por demais sério.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

21 anos sem o deputado João Batista

João Carlos Batista foi daqueles políticos que podemos dizer, de uma linhagem em extinção. Paulista de nascimento mas paraense por adoção, Batista, como era conhecido, fincou residência com sua família em Paragominas, onde iniciou seu trabalho político com camponeses.
Sempre preocupado com a situação dos trabalhadores rurais, Batista, de família humilde, veio para Belém estudar, onde militou no movimento estudantil, emprendendo batalhas inesquecíveis pela meia passagem.
Era o início da década de 80 e João Batista, vendo a situação do trabalhador rural cada vez mais crucial, ao formar-se em direito, resolveu seguir o mesmo caminho de outro grande militante de esquerda, Paulo Fontelles. Como advogado de sindicatos rurais, Batista construiu uma base política sólida, em municípios como Dom Elizeu, São Domingos do Capim, Garrafão do Norte, Tomé-Açu e, principalmente, Paragominas, onde era querido pelos trabalhadores rurais e respeitado e temido pelos latifundiários.
Eleito deputado estadual em 1986, João Batista se notabilizou como um político diferenciado dos demais. Seu gabinete parecia mais um acampamento de trabalhadores rurais, pois todos os dias, a toda hora tinha gente para falar com ele. E Batista recebia a todos sem distinção.De repente, na AL, aconteceu um corre e corre, com os deputados querendo se esconder. Era uma delegação de índios que desejava ser recebida por qualquer deputado. Como a maioria temeu o grupo, o deputado Batista os recebeu tranquilo, passando horas conversando com os idígenas marcando audiências com autoridades, enfim, resolvendo os problemas dos índios Tembés, que viram no jovem deputado uma referência para resolver os problemas que viviam.
Mesmo correndo risco de vida, inclusive com seu pai sendo baleado por pistoleiros, Batista não se intimidava. No mês de novembro de 88, subiu ao plenário da Assembleia Legislativa várias vezes para denunciar as ameaças de morte que vinha sofrendo. Alguns parlamentares, achando que o deputado exagerava, chegaram a sorrir. Mas João Batista tinha razão. Ele sabia do perigo que corria, pois todos os finais de semana visitava comunidades rurais e vivenciava o clima de intranquilidade que reinava no interior.
No dia 6 de dezembro, no início da noite, o deputado João Carlos Batista chegava em sua residência com a companheira Sandra e a filha Dina. O cruel assassino, de tocaia, acertou o deputado que tombou fatalmente. Sua filha ainda foi baleada, mas felizmente, nada sério.
Hoje, quando são completados 21 anos do frio assassinato, João Batista ainda sobrevive na mente de trabalhadores rurais, políticos e daqueles que acompanharam sua valente trajetória de lutas.
Seu irmão Pedro Batista, já lançou dois livros sobre a vida do Deputado que se tornou um mártir pela reforma agrária.
No ensejo das comemorações do aniversário de morte do deputado Batista, a viúva Sandra Batista, hoje vice-prefeita de Ananindeua, coordena debate hoje no Auditório da SEFA às 18:30h, tendo como palestrante o Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Cláudio Puty e com a participação de várias lideranças políticas como o presidente do PT Estadual, João Batista; vereador Ademir Andrade; presidente do PC do B, Neuton Miranda; secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Fábio Figueiras, além de dirigentes do MST, Fetagri e Fetaf. Apesar de 21 anos de seu assassinato, João Batista vive!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

2009, O ANO DO FUTEBOL CARIOCA.

O carioca amanheceu com o sorriso mais largo, tomando um banho de felicidade, iniciada na tarde de ontem. Depois de convalescer na UTI do futebol brasileiro durante vários anos, sem ganhar e sempre lutando para não cair (e às vezes até caindo!) para a segunda divisão, eis que os times do Rio felizmente ao apagar das luzes de 2009 deram um fantástico sinal de recuperação, trazendo de volta para um dos maiores amantes de futebol do País, o povo carioca, a certeza de haver enxergado uma luz no fim do túnel.
Tudo começou com o Vasco da Gama, que depois de amargar em 2008 uma queda para a Série B do Brasileiro, herança maldita deixada para Roberto Dinamite, com um elenco não muito caro mas com muita força de vontade de diretoria, Comissão Técnica e atletas, levou a taça de Campeão , e com uma atuação ímpar, sempre bem colocado na tabela de classificação desde o início do Campeonato. O Vasco fez tudo direitinho e culminou com a conquista do título por antecipação, o que demonstrou a superioridade do clube da Cruz de Malta.
O América, de Chico Anísio e do falecido pai de Romário, também conseguiu o título da Segundinha e voltou para a elite do Cariocão. O bom é que Romário, para cumprer uma promessa feita ao pai, parece vai conseguir fazer do Ameriquinha um grande time, pronto para fazer bonito no Campeonato de 2010.
Os outros três que disputaram o Brasileiro da Série A, infelizmente começaram de mal a pior. Para se ter uma idéia da recuperação de todos, no mês de agosto a situação dos três era a seguinte: Fluminense com 92 por cento de chances de cair; Botafoogo com 43 por cento e Flamengo com 17 por cento. E o mais importante: os três em crise, inclusive o Fluminense chegou a passar onze rodadas sem vencer.
Algo precisava ser feito, e com a cabeça fria os dirigentes das três grandes equipes do futebol brasileiro trocaram de técnico, fizeram algumas contratações e a virada começou. Andrade, de coordenador das categorias de base passou a ser o treinador efetivo a pedido dos próprios atletas. Cuca voltou ao Flu e contando com o talento de Fred, que chamou a situação à responsabilidade, conseguiu tirar o clube das laranjeiras da boca do lobo. Já o Botafogo, foi mais uma questão de sorte (tem gente que diz que o melhor Pai de Santo é o do Bota), pois quando se pensava que ele estava bem, ele vacilava e ficou nessa até a última rodada.
Mas enfim, os dois se salvaram e o Flamengo... Ah, o Mengão! Este , epois que Andrade assumiu passou por uma verdadeira reviravolta, principalmente porque coincidiu com o retorno do "vovô"Petckovic, que rodou a baiana em todas as partidas, mostrando que está ainda apto para jogar em 2010. O Fla levou o título e todas as honras de campeão com justo merecimento, porque soube aproveitar todas as oportunidades, em casa e fora do Maracanã, com união, talento e vontade de vencer de toda a equipe.
Os loiros vão para o futebol carioca pelo soerguimento acontecido principalmente a partir de outubro, com uma magistral subida de pontuação de todos e com a possível redenção daquele que, juntamente com o Paulista, formam o que há de mais belo no "association"l brasileiro. Parabens aos cariocas e salve o Flamengo. Agora só resta torcer para a rande Tuna Luso Brasileira fazer sua parte pelas bandas de cá e fechar 2009 com chave de ouro!

domingo, 6 de dezembro de 2009

HEXA DO FLAMENGO; VITÓRIA DA HUMILDADE

O futebol tem uma força popular inexplicável. Sociólogos estudam mas não conseguem explicar como o chamado esporte bretão arrebanha tantos aficcionados. Os mais eufóricos afirmam que se troca de mulher, de marido, até de sexo, mas de time de futebol ninguém troca. E torcer pelo Flamengo é mais ou menos assim. O cara sofre, chora, xinga, briga,apanha, bate, mas no dia de jogo está la. O Flamengo de Rubens, Dequinha, Pavão, Zico, Adílio, Claudio Adão. Júnior, Nunes e tantos outros craques que fizeram nossas cabeças chegou lá, neste 2009. Na verdade foi sofrido, porque o Mais Querido -do Brasil ou do mundo?- fazia uma campanha das mais medíocres, chegando, na primeira fase, a ficar entre os possíveis degolados para a Série B.
Foi aí que entrou em campo a figura do presidente Márcio Braga, um flamenguista dos mais autênticos que resolveu dar oportunidade ao ex-craque da geração de ouro do Fla, Jorge Luiz Andrade da Silva, ou simplesmente Andrade. O velho e tarimbado ex-volante que brilhou ao lado de Zico e Adílio dentre outros, que estava sendo aproveitado nas categorias de base e uma vez ou outra era jogado na fogueira para "tapar um buraco" deixado por um treinador demitido.
Andrade assumiu e o Flamengo continuou procurando técnico. Ganhou a primeira, a segunda e foi ganhando. Da situação de quase rebaixado o Flamengo ascendeu para os primeiros lugares e, nas últimas rodadas deram mole e aí só deu pro urubu.
Humilde, calmo, amigo dos jogadores e falando a língua dos boleiros, Andrade chegou lá. Diferentemente de treinadores falastrões que só vão a campo de terno e gravata de grife, Andrade falava só o necessário e na questão salarial, ao contrário dos salários milionários de outros técnicos, ganhava mais ou menos 10 por cento do que ganha Adriano. Mas se impôs pela personalidade e pelo grande caráter que sempre demonstrou a seus comandados. Ao ser inquerido se já era campeão na véspera do jogo, foi categórico: "temos chances e vamos trabalhar para vencer"
O Flamengo foi hexa. Como coloquei mês passado neste espaço, apostei no Mais Querido porque sempre confiei na competência e, principalmente na humildade de Andrade.
Fica mais uma vez provado, que não é necessário um treinador de renome e usando ternos bem cortados para ganhar título. É necessário sim, trabalho sério e humildade. E isso o Andrade provou, ganhando títulos como jogador e agora como treinador. Parabéns à nação Rubronegra.

GATOS, (TAMBORINS) & SAPATO

Houve um tempo, no Rio de Janeiro, que a partir de agosto começava de com força a caça aos gatos. Nos dias de hoje, um bichano vivo valeria o equivalente a 20 reais e no câmbio negro tipo 30 mangos. Para os que desconhecem a história, vou revelar. É que nesse tempo não existia Ibama, ONGs protetora de animais, tampouco a velha Sociedade de Defesa dos Animais tinha alguma força ou influência para impedir que os membros de Escolas de Samba, principalmente a turma da percussão, pegassem os bichanos para usar o couro para tamborim. E haja gato morto. Os que tinham seus gatinhos de estimação, nesse período, escondiam os bichos.
No início dos anos 80, uma casa muito especial se destacava na Doca. Era o tempo dos papos românticos nos fins de tarde e começo de noite. O local, para os saudosistas, era o gostoso "Gato & Sapato", onde além de celebrar-se a vida com maravilhosos drinques, e chopps, alimentava-se de papos dos melhores, pois as grandes cabeças da cultura, jornalismo e arte de Belém se concentravam em mesas variadas.
Confesso que nunca mais comí tão delicioso bolinho de queijo com recheio especial como o feito no "Gato", como também sinto a carência de casa tão estruturada e aconchegante, embora bem pequena. Foi no "Gato & Sapato" que conheci e ouvi pelam primeira vez os dois grandes artistas paraenses, Nilson Chaves e Vital Lima.
Felizmente, hoje já não se mata gato para fazer o estridente tamborm dá o seu recado na avenida. E Infelizmente, não temos mais o "Gato & Sapato para tristeza os que amam um chopinho com bolinho de queijo nos fins de tarde.

O bicho pegou para DucioMAL

Com a esperada cassação de Duciomal, o pessoal de sua tropa de choque, no mesmo dia, começou a mobilização para desfazer o que 90 por cento da população de Belém aprovou assim que estourou a bomba. Pois é, a diferença de torcer e dar certo é que é complicado, porque desde que assumiu, o prefeito Duciomal só tem causado raiva ao belenense, até mesmo aos seus eleitores mais fanáticos. Mas isso não significa que pela vontade do povo ele perderia o mandato. No caso, o fato se consumou por processos oriundos do período da campanha, quando o tal Duciomal não economizou o dinheiro público,"soltando dinheiro pelo ladrão", fez o que fez e agora o bicho pegou para o seu lado.
Alguns advogados que conhecem a situação de Duciomal, entendem que o prefeito de Belém, não demora está de volta. Tudo bem. Isso pode até acontecer. Mas só a vergonha que o prefeito mais enrrolado que Belém já teve está passando, fará com que ele tome nas próximas horas um delicioso chá de "Semancol" e não saia mais candidato a nada. Belém, com certeza, está torcendo por isso.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

MARIA DA PENHA DARIA UMA PEIA EM ROBIN WILLIANS

Quem é cinéfilo sabe que Robins Willians é talvez uma dos maiores mestres do cinema atual. Quem não viu "A sociedade dos poetas Mortos", "Uma babá quase perfeita", "Bom dia Vietnam", "O pescador de ilusões", "Patch Adams", dentre outras obras primas em que ele deu uma verdadeira aula como ator principal? O ator americano, natural da terra da máfia, Chicago, foi usuário de droga nos anos 70 e 80, sendo considerado "barra pesada".
Seu envolvimento com a cocaína quase acaba com sua carreira de ator e com sua vida, principalmento por constar em sua biografia que participou da festa em que morreu de overdose o ator e comediante Jonh Belushi, em 1982.
Mesmo com essa mancha em sua carreira, Robins Willians, graças ao excesso de talento como ator, conseguiu se superar e hoje é respeitado no mundo do cinema.
Por ter tido uma vida ligada às drogas, não foi surpresa para nenhum brasileiro o julgamento que ele fez da vitória do Rio de Janeiro para as olímpiadas de 2016. Num lance da mais pura infelicidade, Willians, quando participava do "Late Show", um dos mais populares programas da TV americana, vomitou que o Rio de Janeiro havia ganho o direito de sediar as Olímpiadas de 2016 por ter levado para o local da escolha " 50 stripers e meio quilo de cocaína".
Deduz-se que Robins Willians, na ocasião em que participava do programa, deve ter cheirado alguma coisa, ou seja, mesmo que ele se proclame curado da droga, deve ter tido um revertério e muito doidão agrediu o Rio de Janeiro e o Brasil com suas palavras idiotas.
Se isso não aconteceu, então Robins Willians deve estar sofrendo de um mal que está afetando muita gente no Brasil e no mundo: a inveja. Por ter a presença da apresentadora Oprah Winfrey e da primeira dama americana Michelle Obama na reunião do sorteio, ambas de Chicago, portanto conterrâneas de Robins Willians, o ator achou que os americanos iam levar a melhor e conseguir desbancar o Brasil. Quebrou a cara!
Desrespeitou todo um trabalho que envolveu um grupo de pessoas que teve Pelé, João Havelange, vários atletas brasileiros, governador e prefeito do Rio e o próprio presidente Lula, que um conterrâneo seu, Barack Obama, considera o "Cara", e que por isso mereceu ser vitorioso.
Robins Willians deveu. Uma história de muita arte, talento para dar e vender não pode ser manchada por atitudes preconceituosas. Willians deveria ter curtido o seu pó pra lá e respeitar o Rio de Janeiro e o Brasil. Se fosse aqui, ele tranquilamente poderia pegar uma peia da "Maria da Penha".

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

BRASIL CONTRA OS GOLPISTAS

Enquanto Obama demonstra que não é o que se esperava, Lula cada vez mais se solidifica como um democrata de posições firmes. É o que ficou caracterizado no pleito de Honduras, no último final de semana, quando os EUA, através do porta-voz de seu Departamento de Estado, deram apoio ao pleito e reconheceram o eleito, Porfírio Lobo. A posição americana foi seguida por nações como Peru, Costa Rica e Panamá. Já o Brasil, através do presidente Lula declarou que "não reconhecerá o presidente eleito por Honduras, por tratar-se de um processo eleitoral coordenado por golpistas". O Lula, na oportunidade, reafirmou que a posição do Brasil já havia sido tomada há tempos, e que não tinha que repensar nada.
As eleições em Honduras não chamaram a atenção da população, mesmo que o presidente golpista, Roberto Micheletti, tenha insistido em seu pedido ao povo que prestigiasse o pleito. O fato de somente pouco mais de 60 por cento da população hondurenha ir às urnas, demonstra a insatisfação do povo com o golpe e a não recondução de Zelaya ao poder.
Enquanto isso, outros países já demonstraram não apoiar o presidente eleito. Os primeiros a se manifestarem, depois do Brasil, foram Argentina e Venezuela, que pretendem, inclusive, discutir o fechamento da embaixada em Tegucigalpa.
O Congresso hondurenho vai decidir se o presidente deposto, Manuel Zelaya, voltará ao poder até a posse do novo mandatário eleito, em final de janeiro. Porém, Zelaya, através de sua assessoria, já declarou que não retornará ao cargo, pois isso só "legitimaria o golpe".
A posição do Brasil, hoje um esteio na América Latina e no mundo, é valorosa e, segundo palavras do próprio presidente Lula, "manter nossas convicções sobre determinadas coisas é importante, porque serve de alerta para outros aventureiros".