terça-feira, 10 de novembro de 2009

SALVEM OS LOUCOS

O louco é um gênio? Ou todo gênio é meio louco? Tudo indica que as duas perguntas possuem respostas idênticas. São muitos os chamados gênios que mostram o seu lado de louco. Um dos exemplos é Woody Allen. O cieneasta ex-marido de Mia Farrow, deixou a mulher para viver com a filha. Calma, era filha de criação! Na época, Allen foi tido como tarado, pedófilo e recebeu o xingamento de... louco. Loucura ou não, Woody está hoje setentão com a ainda jovem "filha".
Pelas bandas de cá, o nosso baiano Raul Seixas, fez (quase) todas loucuras na vida que Deus lhe deu. Escreveu frases fantásticas e músicas que vinte anos depois de sua morte ainda fazem a cabeça das novas gerações. Mas tem duas que todos adoram: "Maluco Beleza" e "Rock das Aranhas", segundo ele na época, "uma singela homenagem às minhas conterrâneas Gal Costa e Maria Bethania" Mestre Seixas gostava de levar a vida à sua maneira, como um louco.
Uma de suas frases mais famosas sobre a loucura diz que "a arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal". Genialmente louca.
O poeta português Fernando Pessoa foi um dos tradutores da obra do também poeta americano Edgar Alan Poe, autor do belo poema "O Corvo". Poe introduziu o terror e a morte em seus poemas e contos. Morreu em circunstâncias misteriosas, depois de uma bebedeira. Foi encontrado com roupas que não eram suas e em estado deplorável. Alguns biógrafos afirmam que Poe por toda a vida teve uma certa relação com a loucura.
Já o nosso Machado de Assis, fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras e embora autodidata considerado nosso maior escritor, tem entre suas grandes obras o conto "O Alienista", considerado um de seus melhores escritos da maturidade, publicado no livro"Papeis Avulsos", em 1882, quando Machado já passava dos 40 anos. Alienista é qum cuida de loucos, mas o alienista de Machado é muito mais que isso, é um absurdo humano, ou melhor, de como os homens são absurdos. No livro. Dr. Simão Bacamarte mostra seu esforço para conceituar e curar
a loucura dos dementes da Casa Verde, nome do manicômio, onde se destacavm loucos clássicos como Garcia, que não falava para evitar que o mundo se acabasse, daí se comunicar apenas com escritos; Falcão que afirmava ser a estrela dalva; o homem abandonado pela mulher, que procurava por salas e corredores ela e ao amante, embora o tenha assasinado, e João de Deus, que afirmava ser Deus. É a loucura na obra de Machadinho.
De tanto falar em loucos e loucura, confesso já estar louco para terminar este texto. Principalmente porque estou ouvindo, ao longe, a música "Espelho meu", de Sílvio Brito, justamente a parte em que diz: "Salve os loucos, salve os loucos, tomo a dimensão de quem não tem razão pra ser normal. Sou débil mental". Arre!

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