Sou um apaixonado pela obra-poética de alguns compositores brasileiros. Dentre eles estão Caetano Veloso, Ivan Lins, Chico Buarque, Belchior. Deste último, Belchior, que acompanho deste o início de sua carreira com "A hora do almoço", aprendi a admirar quase todo o trabalho, a meu ver de vanguarda e de profundo comprometimento com a política, com a literatura, com a poesia.
Por isso é normal muitas vezes acontecer de me pegar cantando as mais diversas canções desse sobralense que resolveu "desaparecer".
Aqui, apresento a belíssima "Conheço o meu lugar", um misto de crônica com poesia mostrada aqui com ilustrações praianas lindas de morrer.
Belchior pode ter desaparecido, problema dele, embora também nosso, que ficamos privados de suas nova e geniais canções e composições. Curtam essa obra de arte de Belchior, acompanhando a letra. Presente do Blog, nesta quinta, véspera de sexta, dia de bom papo, barzinho e de cerveja, porque ninguém é de ferro, tô certo manos?
Conheço o meu lugar
Belchior
O que é que pode fazer o homem comum
neste presente instante senão sangrar?
Tentar inaugurar
a vida comovida,
inteiramente livre e triunfante?
O que é que eu posso fazer
com a minha juventude
quando a máxima saúde hoje
é pretender usar a voz?
O que é que eu posso fazer
um simples cantador das coisas do porão?
Deus fez os cães da rua pra morder vocês
que sob a luz da lua,
os tratam como gente - é claro! - a pontapés.)
Era uma vez um homem e seu tempo...
(Botas de sangue nas roupas de Lorca).
Olho de frente a cara do presente e sei
que vou ouvir a mesma história porca.
Não há motivo para festa: ora esta!
Eu não sei rir à toa!
Fique você com a mente positiva que eu
quero a voz ativa (ela é que é uma boa!)
pois sou uma pessoa.
Esta é minha canoa: eu nela embarco.
Eu sou pessoa!
(A palavra "pessoa" hoje não soa bem -
pouco me importa!)
Não! Você não me impediu de ser feliz!
Nunca jamais bateu a porta em meu nariz!
Ninguém é gente!
Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve!
Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos!
Não sou da nação dos condenados!
Não sou do sertão dos ofendidos!
Você sabe bem:
Conheço o meu lugar! (4x):
neste presente instante senão sangrar?
Tentar inaugurar
a vida comovida,
inteiramente livre e triunfante?
O que é que eu posso fazer
com a minha juventude
quando a máxima saúde hoje
é pretender usar a voz?
O que é que eu posso fazer
um simples cantador das coisas do porão?
Deus fez os cães da rua pra morder vocês
que sob a luz da lua,
os tratam como gente - é claro! - a pontapés.)
Era uma vez um homem e seu tempo...
(Botas de sangue nas roupas de Lorca).
Olho de frente a cara do presente e sei
que vou ouvir a mesma história porca.
Não há motivo para festa: ora esta!
Eu não sei rir à toa!
Fique você com a mente positiva que eu
quero a voz ativa (ela é que é uma boa!)
pois sou uma pessoa.
Esta é minha canoa: eu nela embarco.
Eu sou pessoa!
(A palavra "pessoa" hoje não soa bem -
pouco me importa!)
Não! Você não me impediu de ser feliz!
Nunca jamais bateu a porta em meu nariz!
Ninguém é gente!
Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve!
Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos!
Não sou da nação dos condenados!
Não sou do sertão dos ofendidos!
Você sabe bem:
Conheço o meu lugar! (4x):
Linda canção Marcos! Pela volta do compositor.
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