Carnaval é sempre carnaval. Furdunço, brincadeiras as mais diversas, alegria e coisas que muitas mentes jamais imaginam que possam acontecer.
Exemplo mais interessante do quanto o carnaval é peculiar em suas invenções foi o que aconteceu na Serra da Mantiqueira, na pequena São Bento do Sapucaí (olha a coincidência no nome!), onde o padre José Ronaldo José Castro Neto, o Padre Ronaldo, resolveu botar no primeiro dia de carnaval, 2 de março, seu bloco na rua.
Padre Ronaldo: bom de samba; bom de fé |
Com muita fé e samba no pé Padre Ronaldo, de passista, contagiou a São Bento do Sapucaí, com sua Escola de Samba Mocidade Independente, com mais de 360 passistas, numa efervescência carnavalesca misturando num só desfile procissão samba e orações, onde pessoas comuns, deficientes e drag queens fizeram a apoteose contra o preconceito, em defesa dos excluídos e pela fé.
A pequena cidade tem mais ou menos 12 mil habitantes, distante 10 minutos de Campos de Jordão, já tem um famosos carnaval de rua com o bloco Zé Pereira e seus bonecos gigantes.
Mas foi na escola de samba coordenada por Padre Ronaldo que a São Bento de Sapucaí virou a passarela do samba, com belas fantasias, muitas plumas, paetês, embora sem direito nenhum tipo de nudez e nem mesmo a seios de fora.
"A opção de vida é da competência de cada um. O Papa Francisco falou disso com sabedoria e caridade.É preciso respeitar. E por que não estar no nosso meio?", desabafou o Padre Ronaldo aos que criticavam a presença de drag queens que desfilavam na escola de samba Mocidade Independente.
Se vivo fosse, o jornalista e escritor Stanislaw Ponte Preta, o Sérgio Porto, definiria o carnaval do Padre Ronaldo humorísticamente como um verdadeiro samba do crioulo doido.
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