Tenho acompanhado com alegria o surgimento de um novo nome na MPB, ou melhor, no samba.Filho de sambista (talvez um dos cinco melhores de todos os tempos), Diogo Nogueira faz a diferença. Contrariando a voz dos pagdeiros chinfrins que aparecem todos os dias em grupos cada vez piores, Diogo está trazendo de volta a beleza natural de um samba bem composto, cadenciado e bem cantado.
Filho do inesquecível mestre João Nogueira (quem não lembra o "Nicanor das belas Artes", "Espelho", etc.?), Diogo Nogueira é um sambista jovem, moderno, com característcas de um veterano, não ficando nada a dever aos experientes que, nas conversas de botequim que realiza em seu programa no Canal Cultura - tipo um "Clube do Samba"-, enaltece e respeita os verdadeiros músicos, os sambistas genuínos que procuram mostrar com clareza e sentimento nosso melhor produto musical.
Inegavelmente, Diogo ainda precisa aprimorar um pouco seu estilo, mas com menos de 30 anos ainda tem muita lenha para queimar e, ninguém duvide, mostrar que filho de peixe (sempre) peixinho é, e seu pai, o bamba João Nogueira, deixou um espelho cristalino para o futuro mestre Diogo.
Numa época em que nossa música passa por uma de suas piores crises, com os sertanejos, breganejos, pagodeiros e sambregas dominam as paradas e poluem nossos ouvidos, nada melhor do que ver e ouvir um talento que, com certeza, chegou para ficar: Diogo Nogueira.
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