Eleições na Tuna: e o Estatuto, muda ou não?

Depois do jogo de domingo, quando a Tuna venceu o Águia por 1 a 0, sentei com alguns amigos no Salão Vermelho da Tuna, o que não faço há muito tempo, já que prefiro as sabatinas, onde fico ao lado de muitos amigos na Sauna do Clube. São tantos os papos que se tem que ouvir. Um deles é sobre eleições na Tuna. Faltando ainda oito meses para as eleições  gerais e da nova diretoria do Clube,  já existe até chapa pronta, com nomes para o Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal, Assembléia Geral e para a Diretoria. 

Incrível, principalmente porque quem já dirigiu a Tuna sabe que ao vivo "o buraco é mais embaixo". Administrar tipo Locadora ou Imobiliária é uma coisa, administrar realmente, tocando as coisas com responsabilidade, transparência, inclusive fazendo obras, é outro papo. Aventureiros a gente sabe que existem muitos. Vaidosos, mais ainda. Mas verdadeiros cruzmaltinos, poucos, muito poucos que tenham coragem de por a cara e trabalhar pela Águia do Souza.

Mas neste assunto eleições na Tuna o que mais me indigna é a posição estreita de determinadas pessoas, que parece estão em outro planeta. Explico: é público e notório que o estatuto que está em vigor na Tuna Luso Brasileira é cheio de imperfeições. Quem o criou -com todo o respeito pelas críticas-,  baseado no do Grêmio Literário Português, fez uma cópia cheia de falhas, porque existem capítulos repetitivos, outros que entende-se de várias maneiras, e outros que não conseguem explicar nada com clareza. O pior de tudo, é que mesmo assim alguns elementos ainda insistem em dizer que o estatuto é bom, é perfeito.

Ora, o estatuto do Grêmio deve ser muito bom para o Grêmio, que é um clube rico, com um considerável número de associados pagando em dia, não tem problema de caixa, credor batendo na porta, dívidas antigas que remontam de pelo menos 20 anos, como a do FGTS da Tuna que começou a ser pago em minha gestão graças à Timemania, e de INSS, que nem se fala. O Grêmio também não tem esportes amadores, não tem futebol, que é uma tradição na Tuna, que tem sua torcida,  não tem Regata, onde a Tuna é considerada a Rainha do Mar, e outras "cositas mas". Assim, é fácil para o Grêmio fazer sua eleição indireta, com os candidatos sendo escolhidos na base da amizade, sem ser pela Assembléia Geral como manda o Código Civil. É até honroso ser presidente do Grêmio, pois dinheiro não falta e se faltar todos se unem e resolvem. Bacana, não? Já na Tuna a coisa é outra. Como diria o velho companheiro Hilton, o cara tem que ter "um anzol no olho". É muito diferente, muito mesmo.

Então, não se pode pensar em eleição na Tuna  sem mudar o estatuto em vigor., semelhante ao do Grêmio Ele tem que ser mudado e alterado principalmente o sistema de eleição, voltando para o correto, que é de Presidente e Vice, pois esse negócio de 15 eleitos e todo ano saírem  cinco e entrarem cinco novos, eleitos pelo Conselho Deliberativo, é coisa de ditadura, não diz nada para quem vive e quer a democracia, a vontade de todos em todos os setores. Aliás, o sistema de voto pelo Conselho além de ser  retrocesso é até ilegal, pois segundo opinião de alguns advogados, o Código Civil diz que até eleição de Condomínio tem que ser direta, pela Assembleia Geral. Então por que retroceder na Tuna, meu Deus do céu?

Sou de opinião que antes que se comece a formalizar chapas, pensar em mudar alguma coisa, vamos primeiro mudar o estatuto.  O Dr, César Mattar, Grande Benemérito e Presidente de Honra Vitalício do Conselho Deliberativo, tem um protótipo de um estatuto moderno, feito  pelos Drs. César Matar Jr. e Barra Brito, sem muito lenga-lenga,  que pode ser perfeitamente aproveitado. Vamos pensar grande, vamos deixar as coisas acontecerem democraticamente, como manda o figurino da lei. Sem medo de ser feliz!