Miro: o PiG é e sempre será golpista
Extraído do Blog do Miro, presidente do Instituto Barão de Itararé:
Nesta
quarta-feira, dia 1º, a coligação de José Serra (PSDB, DEM, PPS)
ingressou com pedido de cassação do registro da candidatura de Dilma
Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O motivo alegado é o da
quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao grão- tucano. Desesperado
com a queda vertiginosa nas pesquisas, a direita quer implodir a eleição
presidencial. Rechaçado pela sociedade, Serra tenta evitar sua derrota
no tapetão, envolvendo o TSE numa trama golpista.
Nesta tramóia antidemocrática, o
comando serrista conta com o respaldo da mídia tradicional. A ação
encaminhada à Justiça está baseada nos factóides difundidos pela revista
Veja e pelo jornal Folha de S.P. Ela acusa a candidata pela “prática
ilegal de quebra de sigilo fiscal” e “abuso de poder”, mas não apresenta
qualquer prova concreta para sua acusação leviana. Mesmo assim,
colunistas da mídia, como Merval Pereira, Carlos Nascimento e outros,
amplificam as calúnias.
A quem interessa a quebra de sigilos?
A ação golpista já foi rechaçada,
como veemência, por Dilma Rousseff. Ela garantiu que nem ela nem seu
comando de campanha estão metidos na quebra de sigilos. Também solicitou
apuração rigorosa do nebuloso episódio, com a punição dos culpados.
Incisiva, Dilma condenou a postura irresponsável do comando serrista.
Conforme argumentou, quem tem interesse em tumultuar a eleição, com
quebra de sigilos e dossiês, é a oposição demotucana, que definha nas
pesquisas.
Inúmeros fatos confirmam esta
leitura. O sigilo da filha de José Serra, por exemplo, foi quebrado em
setembro de 2009. A própria Receita Federal apurou o crime num inquérito
administrativo, numa prova de total transparência. Os factóides da
mídia agora têm, portanto, evidente interesse eleitoreiro. O deputado
Brizola Neto chega a levantar a suspeita que essa operação criminosa é
“armação” dos tucanos. “Sabemos que eles são capazes disso e, depois do
que já vimos na campanha de Serra, não se pode ter dúvidas de que possam
apelar para este tipo de ação”.
Os objetivos da nova conspiração
O golpismo da aliança Serra/Mídia
tem, basicamente, dois objetivos. O primeiro é aterrorizar os eleitores,
principalmente da classe média, empurrando a eleição para o segundo
turno. Até agora, porém, a manobra não surtiu efeito. O tracking da
IG-Band-Vox, que acompanha diariamente a reação dos eleitores aos
chamados “fatos novos”, mostrou ontem que Dilma ampliou a vantagem (51% a
25%), sinalizando que o estardalhaço da mídia demotucana sobre a quebra
do sigilo não pegou.
O segundo objetivo, tramado pelos
setores mais fascistóides da coligação de Serra, é implodir a eleição.
Já que não dá para ganhar nas urnas, tentam envolver o STF na trama
golpista, cassando a candidatura de Dilma Rousseff. É improvável que o
tribunal cometa esta loucura, que colocaria o país em polvorosa. Mesmo
assim, é bom ficar em estado de alerta. Nada como uma intensa
mobilização, nas ruas e na luta de idéias, para barrar qualquer
maluquice golpista.
Ensinamentos do nefasto episódio
Para finalizar, vale refletir sobre
os ensinamentos deste episódio. Em primeiro lugar, fica patente que a
direita não suporta a democracia. Ela só serve quando é funcional para
seus interesses – foi assim no golpe de 1964, é assim hoje. Nesse
sentido, a tentativa de cassar a candidatura de Dilma Rousseff
desmascara os tucanos, que ainda enganam muita gente com a sua falsa
retórica sobre a democracia. Os tucanos representam a nova direita
brasileira; são os neo-udenistas.
Além disso, o caso escancara o
verdadeiro papel da mídia hegemônica. Ela sempre foi golpista e sempre
será. No caso das emissoras de TV e rádio, elas usam um bem público, uma
concessão, para atentar abertamente contra a democracia. Seus
colunistas abusam da propriedade cruzada, destilando veneno em programas
de rádio, televisão, em jornais, revistas e internet. Seria muito útil
que a eleição de 2010 servisse para mostrar a urgência do novo marco
regulatório no setor, que enfrente a concentração e estimule a
diversidade e a pluralidade informativas
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