Se continuar assim, sem nenhuma novidade na sua construção, os debates tendem a cair na mesmice e no desinteresse do eleitor. Ontem o que se viu foi uma Marina disposta a pisar até no pescoço da própria mãe para ver se ganha uns pontinhos. Um Serra sem propostas, sem discurso e até sem responder as perguntas que lhe foram feitas, preocupado somente em atacar o PT e dizer que é "o bom, o melhor e que sabe fazer". Já o veterano Plínio, saiu-se como sempre mais ou menos, apesar de cochilar, esquecer as perguntas e preocupar-se principalmente em dizer que vai estatizar tudo. Pelo que ficou caracterizado, Dilma está bastante escolada e mesmo sendo bastante "perseguida" pelos seus três adversários conseguiu manter-se firme e coerente em suas respostas.
O bom foram as intervenções dos jornalistas da Record, independentes e bem claras, sem usar nada de pegadinhas ou perguntas capciosas. Plínio foi brilhante quando Serra tentou envolvê-lo criticando a política externa de Lul, que segundo o tucano, tem negócios com Irã, etc. Plínio, bastante consciente, disse que ditadura e a dos EUA, que nesse ponto aplaude a política externa de Lula. Já Serra gaguejou quando inquirido dos problemas do mensalão do DEM, seu parceiro e do envolvimento de Arruda, que foi cotado para ser seu vice. Teminou por recohecer que o ex-governador do DEM foi o chefe da máfia do DF. Na questão de números, como seu parceito no Pará, mente demais.
Marina ficou quietinha quando Dilma lembrou-lhe que quando foi ministra do Meio Ambiente, aconteceram escândalos, fato natural. "E você é testemunha que eu mesma orientei você e a Polícia Federal para apurar tudo. E tudo foi apurado", esclareceu a candidata petista.
O próximo debate, o global, talvez seja insosso como o da Record. Só esperamos que o ex-petista e milionário Plínio, que tem o "pequeno" patrimônio de quase três milhões de reais, boa parte aplicado no sistema financeiro, ofereça para dividir um pouco com os mais pobres, como este escriba. E que Marina, que é contra o aborto em qualquer circunstância, chama os adversários de "demonizados", fale a verdade e reconheça que é o que é hoje graças ao PT. Cuspir no prato que comeu, com um falso surpermoralismo, não vale!
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