Maria
Rita Kehl, colunista de O Estado de S. Paulo confirmou sua demissão do
jornal. A psicanalista, que escrevia para o "Caderno 2", classificou
como um “absurdo” sua demissão ter sido motivada pelo artigo “Dois Pesos”,
em que questionava a “elite” que desqualificava os votos das classes D e
E, e ainda se dizia favorável ao programa Bolsa Família.
“Fui
demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um
"delito" de opinião”, declarou em entrevista ao jornalista Bob
Fernandes, do Terra Magazine.
Segundo a colunista, o jornal
argumentou que a repercussão do artigo tornou sua permanência no veículo
“insustentável”. “O argumento é que eles estavam examinando o
comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que por causa da
repercussão (na internet) a situação se tornou intolerável,
insustentável, não me lembro bem que expressão usaram”.
Maria Rita
tentou conversar e alegou que era “bom e saudável” e até comum o fato
de leitores concordarem ou discordarem do artigo.
A colunista
ainda criticou a imprensa por reclamar de uma suposta tentativa de
censura por parte do governo e mesmo assim seu artigo ter esse tipo de
desfecho. “É tudo tão absurdo...a imprensa que reclama, que alega ter o
governo intenções de censura, de autoritarismo...”
A psicanalista
ironizou o fato do Estadão ter sido censurado no caso de Fernando
Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney, e ainda dessa forma
demiti-la por sua opinião.
“Por outro lado a imprensa que tem seus
interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo
que considera um "delito" de opinião. Acho absurdo, não concordo, que o
dono do Maranhão (Senador José Sarney) consiga impor a medida que impôs
ao jornal O Estado de S.Paulo, mas como pode esse mesmo jornal demitir
alguém apenas porque expos uma opinião? Como é que um jornal que está,
que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião
da pessoa é diferente da sua?”, declarou ao Terra Magazine. (Do site Comunique-se).
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