Uma tristeza a reunião do Conselho Deliberativo da Tuna Luso Brasileira, ontem. Pouco mais de 20 nomes assinaram o livro de presença entre GBs. Beneméritos e Conselheiros, o que dá uma média de menos de 15 por cento do número total de membros do Conselho. E o pior: como foi adiantado pelo Blog, o presidente não apresentou a prestação de contas, já que o contador não conseguiu concluir as contas a tempo. Mas o Presidente deu a palavra que no dia 29 do corrente apresenta tudo, já que contador garantiu-lhe isso.
O presidente do Conselho Valdemar Marques, usando a palavra, falou do clima que toma conta da Tuna hoje, com um "grupo de diretores" remando contra a própria diretoria. Marques mostrou claramente que está do lado do presidente Fabiano Bastos, que está só, abandonado por seus pares, e corre sério perigo de deixar a presidência este final de ano. Fabiano, em suas palavras, pediu mais uma vez a união de todos pela Tuna. O mesmo discurso desde quando assumiu, quando demonstrava confiar em todos os seus companheiros eleitos. Fabiano Bastos parece não vislumbrar que quem está causando toda a desunião nas hostes cruzmaltinas são os próprios membros de sua diretoria, os que foram eleitos com ele. Para se ter uma idéia do "racha" entre os membros da diretoria, na reunião de ontem nem cinco diretores se fizeram presentes.
O Benemérito Raimundo Barata radicalizou e disse que "uma diretoria que em dois anos, três semestres, não conseguiu fazer uma prestação de contas, está muito mal". Para Barata, algo tem que ser feito para salvar a Tuna. Para o Benemérito, que tem 50 aos de Tuna, nessa gestão nada deu certo.
De minha parte, entendo, que tudo que está acontecendo na Tuna hoje é fruto de um Estatuto feito sem critérios. No período em que foi praticamete imposto (e eu, infelizmente, assinei também este estatuto), não foram analisado prós e contras de se eleger 15 nomes como diretores e nomear -reparem bem, nomear!- 60 conselheiros. Acho que os idealizadores imaginavam ficar com a Tuna eternamente "nas mãos", nunca mais permitiriam que mudasse a diretoria que não fosse "deles". Só pode ser isso, pois quando se vai ler com atenção determinados pontos deste estatuto nota-se o quanto ele é caduco, com uma conotação ideológica assustadoramente conservadora, ao ponto de podermos assegurar que ele chega a ser um documento ditatorial.
É só analisarmos o que está acontecendo hoje na Tuna. Os 15 diretores foram eleitos por uma Assembléia Geral, onde votaram elementos que são notadamente ausentes da Tuna há anos, portanto descomprometidos com os problemas do Clube. Também a própria diretoria eleita, onde os 15 nomes não tinham história no Clube, na verdade mal se conheciam entre si, obviamente não sabiam o comportamento legal de cada um, se torciam pela Tuna, se frequentavam socialmente o Clube, se tinham laços de afinidade cruzmaltinos, etc. A mesma coisa é com relação aos Conselheiros. Um total de 60 nomes foram indicados. Atentem bem para isso: INDICADOS. Isso não existe. Conselheiro deve ser eleito democraticamente e quem tem condições de ajudar, participar ativamente, dedicar-se, até meter a mão no bolso quando necessário. Conselheiro, no caso da Tuna, não pode ser parente, amigo, cara que se deve favor. Conselheiro ou diretor não é para exibir carteirinha. É para trabalhar pelo Clube, mostrar serviço.
Eu tenho 28 aos de Tuna Luso e somente depois 18 anos frequentando assiduamente a sede social todos os finais de semana, torcendo pelo time da Tuna nas arquibancadas, indo à todas as Regatas, ajudando com material, financeiramente, serviços, pois faço isso desde a época do presidente Genésio Mangini, é que fui escolhido para participar de uma chapa para o Conselho. Nessa atual diretoria, tem gente que não é tunante, só joga bola socialmente, nunca vai à sede social, à uma festa, a família não tem hábito de frequentar, etc. No Conselho é pior. Os Conselheiros escolhidos, em sua maioria, não possuem compromisso com a Tuna. Muitos deles nem sequer pagavam as mensalidades, estavam inadimplentes. Outros, tem menos tempo de sócio do que pede o estatuto, como o belga Hugo Kerckhove, outros não participam de nada no Clube, como é o caso do Jordy, do irmão do Presidente, do Raúl Meireles (sei que este é tunante, mas nunca vai à Tuna), do Paulo Gomes e até do próprio autor do Estatuto, que é Conselheiro e nunca foi à uma reunião do Conselho. Pode? Pela quantidade de problemas, nota-se que já na eleição, "rasgaram" o Estatuto.
Nessa gestão, diretores e conselheiros já foram suspensos, já brigaram com o Presidente, outros não se falam, o que reforça a questão da falta de critérios até para participarem de uma eleição, quanto mais indicados. Diretor e Conselheiro tem que dar bom exemplo, ter postura, respeitar o Clube, os associados, seus frequentadores.
Defendo -e sei que muitos GBs, Beneméritos, ex-presidentes, ex-diretores, conselheiros, torcedores cruzmaltinos, pessoas que amam, que torcem, que se doam pela centenária Tuna Luso Brasileira, também pensam como eu- a mudança imediata deste estatuto. Talvez não seja total, mas muitas coisas, muitos pontos, sendo que os principais são a questão da diretoria da diretoria do Clube, que não pode ser 15 membros, tem que ser Presidente e vice. daí eles formam seus vice presidentes e outro é o problema do Conselho. Não pode ser indicado. Tem que ser eleito, se fazer chapa, bater chapa. Outro fator que defendo: para ser candidato a presidente da Tuna tem que ter um histórico como tunante, anos de associado, que é para caracterizar compromisso. mas tudo só pode acontecer se for mudado o estauto. Esta é a grande prioridade do momento.Voltarei ao assunto breve.
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