sexta-feira, 9 de julho de 2010

SERRA, O CANDIDATO E O ADMINISTRADOR

 O ex-ministro José Dirceu, analisa o momento político vivido pelo candidato do PSDB José Serra, que desesperado pela queda vertical nas pesquisas, mente  para o eleitorado, dizendo que vai aumentar o Bolsa Família, programa social criado pelo PT, quando na verdade em seu governo em São Paulo, diminuiu os investimentos na área social, preferindo aumentar em propaganda. Dirceu enumera os programas sociais que virão com o PAC, no governo de Dilma Rousseff, ao mesmo tempo que mostra o quanto o PSDB é inimigo do povo.

"Eleição é o momento mais importante para o processo democrático de um país. É quando a população faz a avaliação de como seus interesses têm sido tratados nos últimos quatro anos e consegue elaborar uma dupla reflexão, a de olhar para o futuro conhecendo o passado.
Infelizmente, ainda subsistem práticas que não contribuem para que o cidadão possa reunir as condições necessárias à melhor avaliação. Geralmente, são adotadas por candidatos e partidos que se vêem em situação adversa e que, por isso, passam a tentar confundir o eleitor para aumentar suas chances de vitória.
Nesta semana, ao lançar sua campanha à Presidência da República, o candidato da oposição demo-tucana, José Serra, discursou prometendo levar o Bolsa Família para 15 milhões de novas famílias atendidas. Justamente o programa que tanto seu partido criticou e atacou durante todo o Governo Lula. Afinal, todo mundo sabe que a gestão Fernando Henrique Cardoso, da qual Serra participou como ministro, não tinha entre suas principais preocupações a distribuição de renda.
A promessa de Serra soou eleitoreira. Para me certificar se era mera impressão ou verdade, busquei fontes oficiais para saber que importância Serra deu aos programas de transferência de renda à frente do Governo de São Paulo. O resultado revelou que há um Serra candidato e outro Serra administrador.
No ano passado, o governo de Serra em São Paulo dedicou apenas 0,15% do Orçamento para os programas de transferência de renda. Isso quer dizer que foi gasto mais em publicidade do que com transferência de renda: R$ 243,7 milhões usados em propaganda e só R$ 217,5 milhões para os programas de transferência de renda.
Pior: um ano antes de tomar posse como governador, em 2006, o Estado de São Paulo investia R$ 279,5 milhões nos dois principais programas do tipo. No ano passado, destinou menos verbas —R$ 198,9 milhões. Na ponta do lápis, Serra cortou um terço do dinheiro em três anos.
De 2007 a 2009, o Governo de Serra em São Paulo manteve o mesmo volume de recursos no Renda Cidadã, seu principal programa de transferência. No mesmo período, cortou 3,8% do orçamento do Jovem Cidadão.
É dessa maneira que os tucanos tratam programas com o alto potencial de transformação da sociedade como o Bolsa Família, ferramenta que vem sendo usada pelo Governo Lula como indispensável à redução das desigualdades histórias e à erradicação da pobreza no nosso país.
Basta verificar que, para 2010, estão previstos R$ 13,7 bilhões de investimento no Bolsa Família. São recursos que serão aplicados em todo o país, dinamizando a economia local, incentivando a presença das crianças e adolescentes de baixa renda a permanecerem na escola e abrindo portas para uma nova sociedade. Hoje, são 12,6 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa Família.
A história do PT está associada a conquistas sociais como o Bolsa Família e a criação de mais de 2 milhões de empregos só em 2010, totalizando 13 milhões de novos postos de trabalho em oito anos de Governo Lula. Mostramos que nossa forma de governar tem a redução das desigualdades, a distribuição de renda e o crescimento sustentável como metas principais.
A prova maior disso é o lançamento do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento segunda fase), que tem na área social sua principal meta. O PAC 2 está dividido em seis áreas: Cidade Melhor; Comunidade Cidadão; “Minha casa, Minha vida”; Água e Luz para todos; e Transportes e Energia. Ao todo, será investido R$ 1,59 trilhão para beneficiar crianças e jovens dos grandes centros urbanos.
Estão previstos R$ 23 bilhões em obras como 500 unidades de pronto atendimento à saúde, 8.694 unidades básicas de saúde, 6.000 creches e pré-escolas, 10.116 quadras poliesportivas nas escolas e 2.883 postos de polícia comunitária. Além disso, o PAC prevê construção e melhoria de escolas técnicas, saneamento, habitação e transportes públicos de massa.
Esse trabalho pode seguir com Dilma Rousseff, candidata que representa a continuidade das políticas públicas adotadas pelo Governo Lula. Responsável por gerenciar o programa quando foi ministra da Casa Civil, Dilma tem compromisso com o Bolsa Família. Não é apenas um mero discurso de eleição"
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José Dirceu, 64, é advogado e ex-ministro da Casa Civil (Do blog do Noblat)

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