O cantor e compositor Ednardo, foi o primeiro cearense do grupo Pessoal do Ceara a despontar e fazer sucesso no Pais inteiro. Engenheiro químico, Ednardo desde garoto estudou música, primeiro piano, depois violão. Na Universidade, pleno periodo de chumbo, Ednardo estava lá com suas letras vibrantes e seu violão sempre bem afinado, junto com o também jovem estudante Raimundo Fagner, o professor Rodger Rogério e sua esposa Teti, Amélia Studart (a Amelinha), Petrúcio Maia, os irmãos Caio e Graco e mais uma turma que fazia um som diferente nos encontros culturais, nos bares, cafés e principalmete nas sextas feiras no Bar do Anísio, na velha Praia do Mucuripe, ouvindo o mar, aos olhos da lua e tomando aquela caipirinha.
A ida para o Sul Maravilha numa aventura de jovens para o que desse e viesse foi no início dos anos 70. Já meio careca, embora muito jovem, de boina guevariana e com várias canções no bornal, partiiu com os amigos. Em São Paulo saiu o LP "Pessoal do Ceará", com uma capa onde o destaque eram as rendas e os bilros. Lindas canções, muito sofrimento, mas as coisas começaram a acontecer. Nesse disco, várias obras belíssimas como "Ingazeiras, além de uma obra prima do parceiro estudante de medicina Antonio Carlos Gomes Belchior (depois somente Belchior): "A palo seco". Para os jovens da época, um verdadeiro hino, um grito de guerra, cantado por todos os jovens da época, e que deu a Ednardo uma grande abertura para sows e novo disco no eixo Rio-São Paulo. Na bela canção, os versos inesquecíveis:
"Tenho 25 anos de sonho e de sangue, e de América do Sul,
Por força desse destino, um tango argetino, me faz bem melhor que um blue
Sei, que assim falando pensas, esse desespero é moda, em 73,
Mas quero é que esse canto torto feito faca corte a carne de vocês"
Além de Ednardo, gravaram "A palo seco", Los Hermanos, Osvaldo Montenegro, Belchior, e outros artistas internacionais. Ednardo gravou dezenas de LPs e CDs. Hoje, aos 65 anos é um dos ícones da cultura cearense e brasileira. Participou de filmes como ator e com trilhas sonoras. Uma de suas músicas, "Pavão Misteryozo", foi inculída na novela "Saramandaia", em 74. Nunca perdeu suas raízes, estando todos os anos pelo menos três vezes em Fortaleza. Participou e ganhou vários festivais e em seu repertório despontam canções como "Enquanto engoma a calça", Ausência", "Pavão Misterýozo", "Terral", " A manga rosa", "Artigo 26", "Beira Mar", "Flora", "Água grande" e mais pelo menos 300 músicas.Uma das últimas vezes que esteve em Belém participou de show com Nilson Chaves, seu amigo de longas datas. A intenção era postar "A palo seco", como não foi possível aos leitores e seguidores do blog a beleza da poesia e da voz de Ednardo em "Beira Mar".
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