Amanhã, 11 de Dezembro, há exatos 100 anos nascia aquele que é considerado por críticos, músicos, boêmios, pesquisadores e por boa parte dos amantes da boa música o maior compositor brasileiros de todos os tempos: Noel de Medeiros Rosa, o Poeta da Vila. Noel nasceu em Vila Isabel, bairro boêmio do Rio de Janeiro e morreu prematuramente aos 26 anos, vítima de tuberculose. Desde cedo, Noel teve inclinação para a poesia e música. Cantor, compositor, violonista, mesmo tendo nascido em um tempo em que o rádio era praticamente o único veículo que difundia a música, com menos de 20 anos de idade já era sucesso entre ouvintes, artistas, compositores e as moçoilas da época. Com seus amigos Braguinha (o João de Barro) e Almirante, ambos compositores, fundou o Bando dos Tangarás, grupo musical que fez grande sucesso e onde teve oportunidade de mostrar seu talento como músico, cantor e compositor.
CD de Betãnia interpretando Noel |
Noel com seu inseparável cigarro |
Noel teve uma juventude atribulada, fumava muito desde cedo, bebia e adorava as noitadas. O Poeta da Vila Produzia muito, e embora bem jovem, em comparação com os veteranos, os compositores da época sempre o queriam como parceiro, tanto que em sua discografia é normal ter nomes famosos como Orestes Barbosa,Vadico como seus parceiros.
Namorador, Noel casou muito cedo com Lindaura, mas foi eternamente apaixonado por uma dama de cabaré, de nome Ceci, com quem se encontrava quase todas as noites. Compositor versátil, de uma criatividade criatividade fantástica, Noel Rosa foi um cronista do Rio das décadas de 20 e 30, cantando os modismos, a modernidade que chegava e os amores perdidos e impossíveis. Sua cantora predileta era Aracy de Almeida, com quem a critica da época dizia que tinha um caso, o que não é desmentido por seus biógrafos. Na voz de Aracy, Chico Alves e outros grandes artistas da época e do presente Noel imortalizou seu nome com belíssimas canções. Polêmico, Noel teve um embate musical com o também compositor Wilson Batista, numa
famosa peleja cheia de agressividade e de bom humor.
A vida de Noel nesses mais de 60 anos depois de sua morte tem sido instrumentos de pesquisa de biógrafos, escritores, compositores, cineastas e estudantes de letras, Artes e Jornalismo que fazem monografias sobre a vida do compositor carioca.
V´rios filmes já foram feitos sobre Noel e grandes nomes da MPB estão sempre gravando sua vasta ora de elo menos 25 composições. Maria Bethâna, Caetano Veloso, Chico Buarque, Nelson Gonçalves, Luis Melodia, Zeca Pagodinho são alguns dos artistas que através de gravações continuam enaltecendo a figura de Noel Rosa.
Comecei a me interessar pela vida e a obra de Noel Rosa ainda adolescente, depois de ouvir Maria Betânia cantar "Último desejo", num sarau musical. Chico Buarque de Hollanda, que quando surgiu foi muito comparado à Noel, devido talvez a juventude e o grande talento, sempre demonstrou ser um fiel discípulo da obra do compositor da Vila, tendo homenageado Noel em um de seus mais famosos sambas: "A Rita".
Das aproximadamente 250 músicas compostas por Noel Rosa, algumas só outras em parcerias, pelo menos 150 são perfeitas. E em qualquer ocasião músicas como " Três apitos", Último desejo", "Com que roupa", "Fita amarela", "Filosofia", "Feitio de oração", "Positivismo", "O orvalho vem caindo", "Feitiço da Vila" e "Gago Apaixonado", merecem ser ouvidas atentamente e aplaudidas. Para comemorar os 100 anos de Noel, o grande João Bosco dando um show especial com "Gago apaixonado".
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