terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Nomes passado a limpo

Millor, que era para ser Milton.
Se você em uma fila grita por Nazaré, certamente, se a fila tiver 30 pessoas mulheres, de 6 a 8 vão se virar. Mas se você chamar João Paulo, é claro que talvez nenhum olhe, pois são poucos os João Paulo, embora eu quase toda semana fale com um, que garante não ganhou o nome por causa do papa já falecido. É engraçado, existem nomes, nomes populares, nomes impopulares e nomes difíceis. Por exemplo, conheci um elemento chamado Wilkson.  Outro, cujo nome completo era Ubirajara Índio do Ceará. Ainda bem que não é o Índio do Serra, aquele que mesmo sem apito dava pitaco errado em tudo!
 Chato é quando o cara tem um nome que é usado mais por mulheres, como Irismar, Odair. Sobre Odair José ainda vai, porque pode ser homem ou mulher, como Maria João ou João Maria. Aliás, conheço e vejo sempre o João Maria.. Égua, que nomes!
Você já imaginou ser apresentado a um Anfilófio Marques Bembem? Eu fui. Ou a um Astolfo? Com um nome desses o dono preferiu ser chamado de Rogéria, o travesti famoso. "Astolfo morrreu, meu nome  é Rogéria", diz o famoso transformista.
Muitos nomes na verdade nem são ou talvez não seriam nomes se não fosse o erro do cartório, que não entendeu o que o pai ou a mãe da criança colocou no papel. Pelo menos é o que diz o jornalista, humorista, artista gráfico e pornógrafo (este último é por minha conta) Millor Fernandes. Millor, que é irmão de um jornalista que como ele foi bastante perseguido pela ditadura, Hélio Fernandes (que abusou de tirar "férias" forçadas na Ilha Grande, no Rio, na ´decada de 60, 70), diz que seu caso foi erro de cartório. E parece que erro duplo, pois o seu nome certo seria Milton. Quer dizer, trocaram o "t" por um "l" e o "n" por um "r". Égua, ficou talvez o único Millor no mundo.
Nome é uma coisa bem pessoal. Seu Moraes, meu pai, adorava botar nome bíblico nos filhos. Também não suportava nome em inglês ou outra língua se não a portuguêsa, embora fosse muito bom na lígua de Tio Sam. Com o falecimento de minha mãe, papai casou-se novamente e ao nascer o segundo filho, minha madrasta apressada para sair do hospital, resolveu logo registrar o bebê, dando-lhe o nome de Washington. Acho que ele deve ter lido alguma coisa sobre um tal Washington, achou o nome pomposo e lascou no moleque. Em casa, papai recebe o guri, alegre, sorridente e quando madrinha lhe mostra o registro ele gritou:
-Que que é isso, rapaz? Que nome é esse? Trocaram o nome do meu filho!, gritou espantado e incrédulo. -Troquei nada não Moraes!", gritou madrinha.
-Claro que trocou. O nome do menino é Moisés, tem que ser Moisés.
Lá em casa já tinha Marcos, Meire, Marta, Míriam, Misael e agora o papai queria que fosse Moisés.
-Mas agora já está registrado, vai ser Washington mesmo - disse madrinha.
-Negativo! Vou voltar la, e como pai vou exigir que troque o nome por Moisés!
No outro dia, papai foi na maternidade, não conseguiu trocar, mas acrescentou o Moisés no nome do meu irmão, que ficou sendo Moisés Washington. E todo mundo só o chama de Moisés, inclusive ele próprio se assina Moisés.


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