Benedto: vida pela arte literária |
Benedito Nunes se foi. O intelectual paraense, um dos mais notáveis filósofos e pensadores do país, com vários ensaios sobre grandes mestres da literatura nacional e mundial, faleceu ontem aos 81 anos, depois de passar pouco mais de uma semana hospitalizado por problemas oriundos de uma úlcera. O intelectual era um dos mais respeitados professores e homem de letras de nosso Estado. Professor Benedito era simples. Nas caminhadas que fazia no bairro do Marco onde morava (o mesmo meu), era sempre cumprimentado com carinho pelos moradores, que identificavam aquele senhor de passos lentos mas firmes pela 25 de Setembro, pelo Bosque Rodrigues Alves. Sorridente e sempre simpático, o professor Benedito acenava para os conhecidos, parava, conversava com um, com outro, era sempre simpático.
Intelectual dos mais ativos, sempre trabalhando, lendo e pesquisando, Benedito sempre foi estudioso, e mesmo que tenha se formado em Direito, teve por toda a vida a determinação para as letras. Fez mestrado na Universidade de Sorbonne, em Paris, e como Mestre, educou a várias gerações de alunos, alguns hoje professores como ele. Como crítico, filósofo e escritor ganhou fama nacional e internacional, notabilizando-se, também, como pesquisador.
Benedito Nunes era professor desde a década de 50 e publicou vários livros, dentre os quais "O drama da linguagem - Uma leitura de Clarice Lispector". Dentre sua coleção de prêmios como escritor, filósofo e pesquisador dos mais renomados, ganhou um Prêmio Jabuti e um Machado de Assis. Mesmo com o reconhecimento que teve como um dos mais significativos homem das letras de nossa época, Benedito sempre tratava seus colegas professores, alunos e intelectuais com uma peculiar humildade. Mestre Benedito Nunes deixou uma grande lacuna na cultura do Pará e do Brasil pelo seu lastro intelectual, e para nós paraenses a certeza da perda de um ser humano dotado de grande bondade, humildade e da sabedoria dos grandes pensadores.
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