Gilberto Gil não é somente uma das vozes mais bonitas da MPB. Grande compositor e cantor de fantásticos recursos, Gil é um poeta naturalmente. Suas letras são verdadeiras pérolas, sejam românticas, políticas, críticas sobre qualquer tema como ecologia, política e o amor propriamente dito, o baiano consegue arrebentar. Como "Aquele abraço", que Gil fez quando teve que partir para o exílio, em 1969. Uma das crônicas mais atualizadas com o momento político que se vivia, Gil, com humor, com sarcasmo e com uma saudade no peito que falava mais alto, soltou "Aquele abraço" para todo o povo brasileiro. Na música, um dos versos mais ricos que se conhece da moderna MPB: "Meu caminho pelo mundo, eu mesmo traço. A Bahia já me deu, régua e compasso". Aí, Gilberto Passos Gil Moreira colocava toda a sua independência política e cultural, junto com seu desejo de ficar, embora tivesse que ir, e sua imensa, mas imensa mesmo, saudade de todo o Brasil tropical amado, idolatrado e salve, salve que teria que deixar para trás.
O cantar de Gil é belo, sempre belo, e seus sucessos tantos que não dá para enumerar. A forma que encontramos para homenagear o grande poeta baiano foi por a letra e o vídeo de uma das mais interessantes interpretações para uma das mais lindas de suas canções. Drão. Lindamente romântica, essa canção é daquelas que fica-se a imaginar o alcance da sensibilidade de um poeta. Principalmente quando o poeta é Gilberto Gil.
Drão
Gilberto Gil
Composição: Gilberto Gil
Drão!
O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura...
Drão!
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora
Drão!
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
drão!
drão!
O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura...
Drão!
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora
Drão!
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão
drão!
drão!
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