A música de Geraldo Azevedo (para os mais íntimos, Geraldinho), tem um quê de beleza, sensualidade, sutileza e uma doçura que chega a contagiar. O cantor, poeta e músico pernambucano, parceiro de Alceu Valença, Manduka, Zé Ramalho e muitos outros como Nando Cordel e Jorge de Altinho, é um dos últimos menestréis que parece ter o violão e a poesia na ponta da língua: está empre pronto para um desafio, para mais um sarau poético e musical ou mesmo para um encontro para umas possíveis talagadas de uma pinga
branquinha.
Geraldo foi para o sul maravilha logo depois de Alceu Valença, no mesmo fusca que levou Zé Ramalho, outro cantador das coisas do sertão e do porão. De verve afiada e romanticamente bela, esse cantador voraz das coisas do Nordeste e do Brasil, com seu dedilhar perfeito, conseguiu em dezenas de LPs e CDs imortalizar dezenas de canções suas e com seus amigos e parceiros.. Uma de suas mais belas criações, "Caravana", chega à nossa mente como uma óperal cotidiana de tão perfeita que é sua concepção.
Certa feita, apresentei a um amigo a bela canção "Chorando e cantando", de Geraldo Azevedo. Ele não conhecia Geraldo e gostou tanto que daí em diante passou a pesquisar o trabalho do pernambucano, os mais antigos e os mais novos, onde o artista ria shows, etc. Geraldo nunca quis entrar pra valer no circuito comercial tipo "fazer qualquer coisa para vender discos". Prefere gravar com bastante critério e fazer shows e mais shows por este Brasil de Meu Deus.
"Dona da sua cabeça", "Canta coração", "Moça bonita", "Canção da despedida", "Bicho de sete cabeças" e "Dona da minha cabeça" são algumas das mais lindas canções de Geraldinho, juntamente com as perfeitamente belas "Chorando e cantando" e "Dia branco". E é "Dia Branco" que o Blog dá de presente aos amigos navegantes e seguidores nesta sexta-feira ensolarada, embora triste, muito triste com o que aconteceu com a minha Águia.
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