Deu Beija-Flor com um Cristo muito envelhecido

Não tenho hábito de ver os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, apesar de achar um espetáculo e uma verdadeira aula de cultura e arte. Mas este ano vi parte do desfile de duas escolas: Mangueira e Beija-Flor. Não por ser simpatizante da Estação Primeira de Mangueira, a escola  verde e rosa, fundada pelo grande mestre Cartola, compositor de verve apurada e de letras delicadas e muito bem elaboradas. Mas pela homenageado, o grande compositor de Mangueira, Nelson Cavaquinho, com o tema "O filho fiel, sempre Mangueira". Boêmio dos maiores da história do samba e figura que fez seu nome no Morro de Mangueira com sambas lendários e uma vida dedicada à Escola fundada por seu amigos Angenor, o Cartola, Cavaquinho já merecia a homenagem.

Já a Beja-Flor, por causa da homenagem a Roberto Carlos, cantor e compositor carismático, que embora eu não seja amante de seu gênero musical, inegavelmente Roberto pela sua história de mais de 50 anos de carreira, merece nosso respeito e o carinho que desfruta de um imenso público. Fiquei curioso pelo que a Beija-Flor e a Mangueira apresentariam.

Achei interessante a Mangueira. Sinceramente, para mim, seria a grande campeã. A pesquisa feita na obra de Nelson Cavaquinho,  autor de clássicos como "Folhas secas", um violonista  de grande habilidade,  inclusive canhoto, e um boêmio inveterado que fez muitas homenagens à sua escola, foi perfeita. O Samba  perfeito e a tradição da Mangueira em sempre trabalhar temas de raiz, de emoção popular, me agradam muito.Mas não deu para a Manga. Mas valeu o terceiro lugar. Nelson Cavaquinho deve estar porre de felicidade

A Beija-Flor foi  a grande campeã. Mereceu. Tudo belo, inclusive a presença de Roberto Carlos e seus amigos, com destaque para Erasmo, um amigo de fé de mais de 50 janeiros de convívio.Só não gostei da imagem de Cristo que aparecia atrás de Roberto Carlos. Não se admite Cristo ter morrido com 33 anos, segundo a história, e ter as feições que colocaram na Beija-Flor: Cabelos, barba e bigodes totalmente brancos. Acho que o autor do desenho de Cristo confundiu-se. A imagem lembra mais uma pessoa de 83 anos. Lamentável o lapso.