A Medida Provisória da presidenta Dilma que limita os mandatos de dirigentes à frente de entidades esportivas está chegando um pouquinho atrasada, pelo menos aqui no Pará. O atual presidente da nossa gloriosa FPF, coronel Antonio Carlos Nunes, se entronizou na "madrasta" há 15 anos e vai ser reeleito com certeza para mais uma gestão, já que sabe mexer os pauzinhos com grande maestria, principalmente no que diz respeito às Ligas do Interior, e quem se meter na disputa, como os torcedores do Paysandu Luizomar Pinheiro e Fabiano Bastos, podem anotar, vão perder tempo, porque o pessoal das Ligas está "fechado" com o coronel Nunes.
Antonio Carlos Nunes já deixou claro que além de ser candidatíssimo para as próximas eleições, não gostou muito da Medida Provisória da presidenta Dilma, pois, como seus amigos mais chegados afirmam, "essa eleição ele já papou", tem sua preocupação já no futuro pois, com certeza, a partir desse pleito ficará impossibilitado de uma nova reeleição, fato "habitué" para ele, que já vem fazendo isso há anos, e que se conseguisse o faria ser um dos recordistas no país no comando de uma entidade desportiva, empatando com Coaracy Nunes, da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, e Manoel Luiz Oliveira, da Federação Brasileira de Handebol, ambos com mais de 20 anos no comando dessas entidades.
Militar da Aeronáutica e da Polícia Militar, Nunes já se familiarizou com a FPF ao ponto de ter um grupo todo seu trabalhando lá já há vários anos. É amigo de grande parte da Imprensa e tem apoio da maioria dos clubes filiados.
Na época em que todos paraenses queriam uma sede da Copa do Mundo em nosso estado, Nunes não teve forças para conseguir o trunfo, fazendo com que estados com importância bem inferior ao Pará ganhassem o direito de sediar o Mundial de 2014. Pior é que parte da Imprensa conservadora protegeu o coronel das críticas e optou por culpar a governadora Ana Júlia pelo insucesso, como se ela tivesse envolvimento com futebol. Nunes, depois que o Pará ficou de fora, foi premiado com o consolo de ser o Chefe da delegação Brasileira na Copa das Confederações, na África.
Na briga que o senador tucano Mário Couto mantém com o coronel, acusando-o de improbidade e desmandos na Casa do futebol paraense e que ainda não tem data determinada para acabar, Nunes vai levando de letra, já que é muito ligado a Marin, presidente da CBF, que o blinda das acusações e gritaria do tucano. Na época em que Couto rasgou "elogios" a Nunes no plenário do Senado, a repercussão entre os dirigentes de clubes e desportistas em nosso estado foi quase zero, fazendo com que o coronel mandatário da FPF não desse a mínima para o assunto. Calado leu, calado ficou. Na realidade, o fato não preocupou nem ao coronel nem a seus diretores, tampouco os dirigentes de clubes paraenses, que não se manifestaram sobre as denúncias do tucano, que também é cartola de um time de futebol.
O certo é que essa Medida Provisória deveria ter um efeito retroativo ou no mínimo um aditivo que não permitisse quem já está com dois, três ou mais mandatos, como o coronel Nunes e outros que se entronizaram no desporto brasileiro, não pudessem mais ser reeleitos, dando vez a um sucessor que seria eleito num processo democrático, sem a tradicional interferência dos "pauzinhos".
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