Orfeu (Breno Melo) e Eurídice (Marpessa Dawn) em cena |
Apaixonado pela obra de Vinícius de Moraes, estou curtindo muito os especiais que emissoras, principalmente as de canal fechado, estão mostrando do Poetinha. Filmes antigos, novos, longas, curtas, especiais, documentários, muita coisa boa, e embora algumas já conhecesse, é sempre um prazer rever.
Surpresa para este escriba foi a apresentação do genial filme "Orfeu Negro", de 1959. O filme é baseado na peça "Orfeu da Conceição" de Vinícius de Moraes, baseada no drama da mitologia grega Orfeu e Eurídice. Escrita em 1954 "Orfeu da Conceição" virou "Orfeu Negro" na adaptação para o cinema pelo escritor e cineasta francês Marcel Camus.
Com músicas de Tom Jobim e do genial violonista Luiz Bonfá, o filme é de uma grande riqueza de detalhes. Com as principais cenas baseadas em uma favela do Rio de Janeiro com muitos morros, mas com poucas habitações, "Orfeu Negro", trata da história de Eurídice, Mira e Orfeu, principais personagens de um triângulo amoroso onde Mira era a noiva e passista da Escola de Samba, Orfeu o noivo, mas o típico conquistador das mulheres bonitas da favela e da Escola, e Eurídice a bonita e tímida moça que veio do interior para a casa de sua prima Serafina, vivida pela atriz Léa Garcia. Como na mitologia Eurídice foge perseguida por um mascarado e seu sofrimento obriga Orfeu a viajar para o mundo dos mortos para resgatá-la. Breno Melo no papel de Orfeu foi espetacular e é impressionante a beleza das atrizes negras Marpessa Dawn, norte americana que viveu Eurídice e a brasileira Lourdes de Oliveira (Mira).
As cenas musicais são perfeitas, principalmente as externas, apresentando os personagens com naturalidade, seja cantando ou tocando violão. "Tristeza", de Tom Jobim, é um dos carros chefes do filme.
"Orfeu Negro" ganhou três prêmios internacionais: Palma de Ouro, no Festival de Cannes, Oscar de melhor filme estrangeiro e o Globo de Ouro.
Uma rica mistura do real com o épico, "Orfeu Negro" é poético, romântico, e as cenas até meio trash não tiram seu encantamento. Um filme que merece fazer parte da coleção de qualquer bom colecionador e que este escriba coloca com um dos principais mostrados no centenário do poeta Vinícius de Moraes.
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