Os amantes de futebol com certeza conhecem a história e o trabalho de cronistas dos principais jornais do Brasil e que fizeram nossas cabeças. João Saldanha, Oldemário Touguinhó, Rui Porto, Nelson Rodrigues e o mestre Armando Nogueira, falecido hoje, são parte dessa crônica . Na verdade, mesmo sendo torcedores de futebol declarados e alguns até militantes políticos, como Saldanha, eles contribuíram para a popularidade midíatica do chamado esporte bretão no Rádio, nos jornais e na Televisão.
Armando Nogueira era, juntamente com João Saldanha e Nelson Rodrigues, os mais caricatos torcedores. Nogueira e Saldanha botafogueses apaixonados e Nelson Rodrigues Fluminense até a medula. Armando era além de um verdadeiro poeta da crônica esportiva, um hábil e competende homem de Redação, tendo dirigido jornais e revistas e escrito por vários anos a coluna "Na Grande Área" no velho JB da Condessa. Enveredou pela televisão, montando o Departamento de Esportes da Rede Globo, depois passando a ser Diretor de Jornalismo, onde participou da criação de vários telejornais.
Aos 83 anos, Armando Nogueiiira deixa um legado muito grande aos que amam o jornalismo. Com 10 livros escritos e com mais de 60 anos de carreira, Armando Nogueira paricipou de todas as Copas do Mundo, desde a de 50 (no Brasil) a 2006.
Nortista de Xapuri, Armando Nogueira era formado em Direito, embora não tenha exercido, e faleceu de um câncer no cérebro que tratava a três anos.
Um fato marcante em sua vida aconteceu em 1982, quando Leonel Brizola, então candidato ao Governo do Rio de Janeiro, desconfiou que a Rede Globo manipulava as pesquisas contra ele e a favor do candidato do governo militar Moreira Franco. Conseguiu ir à sede da Globo e denunciou a manobra da TV de Roberto Marinho, no episódio que ficou conhecido como "Escândalo do Proconsult". Brizola deu importante enrevista à Imprensa do Brasil e do exterior, fazendo com que a Globo voltasse atrás de suas tendenciosas pesquisas e reconhecesse o velho socialista como o governasdor eleito do Rio de Janeiro. Armando Nogueira, que dirigia o jornalismo da Globo na época, insatisfeito com os ataques de Brizola aos homens de Imprensa, perguntou-lhe se ele não se sentia constrangido em atacar profissionais de imprensa de nome no País e àqules que estavam começando na carreira de jornalista. Brizola foi taxativo na resposta: "Ao contrário", -e continuou- "lhe respeito muito, Armando e a única coisa que quero é que o dreito do povo que votou seja respeitado".
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