Sou meio cético com simpatias e não acredito em papai noel, mas tenho que ceder à máxima que em se tratando de futebol, clássico é clássico, não existe mehor nem pior time, nas quatro linhas, os dois maiores adversários se agigantam, ganham forças sobrenaturais. E ontem, mesmo com a perda de Raul, que cometeu a infantilidade de praticamente agredir o atacante Didi, sendo expulso, o Paysandu inegavelmente jogou diferente, com um esquema tático onde Sandro, Tácio,Thiago Potiguar e Fabrício conseguiram fazer um cinturão de meio campo organizado, anulando este setor remista e ao mesmo tempo se deslocando para o ataque e por pouco não goleando a equipe de Antonio Baena. Foi, sem díuvida, a melhor exibição do Papão este ano.
A história do clássico talvez pudesse até ser diferente se o zagueiro Raúl não tivesse sido expulso. Poderia ter prevalecido os valores individuais, que certamente homem a homem o Remo é superior. Mas é importante que se reconheça que a grande virtude do crescimento do Paysandu foi realmente o toque profissional de quem conhece os meandros das quatro linhas porque jogou, porque foi craque: Charles Guerreiro. Charles conseguiu, em uma semana, o que Barbieri não conseguiu em dois meses: formatar um time base, táticamente perfeito, aguerrido e combativo do começo ao fim.
Com o primeiro tempo terminado, Sinomar, que já tinha tirado Velber, que perdeu um gol logo no início da partida, o jeito foi tirar Gian e colocar Samir. O time cresceu e o duelo entre os dois estrategistas locais, Sinomar e Charles, ficou mais bonito.
O resultado de 4 a 2 foi muito importante para o Paysandu, que começa a partida de domingo com larga lambuja, e mesmo que o Remo jogue pelo empate, tem que fazer dois gols de vantagem. Se vencer por apenas um tento, o Paysandu ganha o turno. Mas poderia ter sido pior, pois com a expulsão de Raul e o volume de jogo apresentado pelo Paysandu principalmente pelo lado direito, que ficou nevrálgico, uma moleza para o rápido Moisés que dançou, pintou, bordou e anda fez gols, a coisa poderia ter sido mais feia.
Sobre a expulsão do zagueiro Raúl, embora o atleta tenha vacilado feio, o juiz poderia ter sido mais manso, dando-lhe inicialmente o cartão amarelo. Aí talvez houvesse um espetáculo mais empolgante, porque o jogo estava praticamente começando e num clássico a perda de um jogador de defesa, é bronca feia.
Destaque para as atuações de Sandro, Moisés e Thiago potiguar, pelo Paysandu e Samir, Adriano e Marciano, que no segundo tempo, recuou para o meio de campo e conseguiu fazer um excelente trabalho.
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