A vitória da seleção brasileira, ontem, por 2 a 0 frente a Irlanda, não significou muito para o que se espera do Brasil na África. Um time meio desconectado,às vezes até perdido, talvez pela falta de treinamento, mas felizmente parecendo bem encaminhado para conseguir mais um caneco nesta Copa do Mundo.
Porém, alguns detalhes estão deixando um monte de brasileiros -inclusive eu- de cabelos arrepiados e um tanto preocupados. Na verdade, não quero jamais comparar o Dunga com aqueles técnicos de anos atrás que em qualquer troca de jogador que não agradasse a maioria dos torcedores, era chamado de "burro, doido, filho dessa, daquela outra" e outros xingamentos naturais que se ouve no dia-a-dia nos campos de futebol.
Mas, penso que eu e mais uma enorme quantidade de brasileiros não está entendendo a marcação cerrada que o treinador Dunga está fazendo ao jogador Ronaldinho Gaúcho. Trocar Gaúcho por Grafitte é como trocar Pelé pelo Coalhada. Grafitte pode estar fazendo gols (o Obina também está!), pode ser simpático, mas é um jogador no máximo regular. Ronaldinho Gaúcho, mesmo com suas festas, bebida(ele gosta disso?), como parte da Imprensa diz que o jogador é chegado, é um atleta diferenciado, como se diz no futebol. Daqueles que brinca com a bola, faz o que quer e na maioria das vezes, coloca onde quer. O Grafitte para o futebol é como o canastrão para a arte dramática.
Quando estava surgindo no Grêmio, Ronaldinho Gaúcho, ainda um garoto de 17 anos, ficou famoso por ter antecipado a aposentadoria de Dunga, na época no Internacional, dando um show de firulas e dois "banho de cuia", o tradicional "chapéu", no hoje treinador da seleção. Confesso que não sei se isso está causando, apesar do tempo, uma reação de vingança do treinador que hoje é o mandatário da seleção. Mas que dá para desconfiar, isso dá.
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