O que está acontecendo com o jogador Adriano, centroavante do Flamengo, não é nenhuma novidade no mundo do futebol. Sempre aconteceu em Ns equipes de todos os rincões do Brasil e do mundo. Uma das maiores vítimas foi Garrincha, estrela maior do Botafogo carioca, que em toda sua vida teve o hábito de beber -e bebia cachaça mesmo!-, cair e fazer diversas tolices, como espancar mulheres, uma das grandes vítimas foi a cantora Elza Soares. Outro foi Paulo César Caju, um grande mestre do futebol, que jogou no Flamengo, Botafogo e PSG, e que praticamente só voltou à vida depois de perder toda sua fortuna para o álcool e a cocaína, quase mendigar na sargeta, até aceitar ser ajudado por jogadores amigos. Quase no mesmo período de Garrincha o também homem de frente do Fluminense e Flamengo Samarone envolveu-se com drogas e bebida alcoólica. Sua carreira não decolou.
A droga e o álcool, infelizmente, sempre caminharam junto a este nosso maior esporte. Nas décadas de 70 e 80 dois grandes jogadores foram vítimas de escândalo por se envolverem com álcool e drogas. O centroavante do Corintians Casagrande e o ponteiro esquerdo Mário Sérgio, oriundo do Vitória da Bahia, com passagens por várias equipes do País. Há dois anos, Casagrande, já como comentarista, sofreu um grave acidente drogado, aceitou ajuda, sendo internado numa clínica especializada. Saiu e está voltando à ativa devagar. O jogador Edmundo, atleta de grande potencial técnico, com passagens por Vasco, Flamengo, Palmeiras e seleção brasileira, além de violento dentro de sua normalidade, sempre bebeu e vivia envolvendo-se em noitadas regadas a muito álcool, e em uma das vezes causou um acidente de trãnsito com duas vítimas fatais. Mais: o atleta cearense Clodoaldo, um baixinho bom de bola, envolveu-se com álcool e quase acaba sua carreira, e Marinho Chagas, grande lateral do Botafogo e da seleção brasileira, há pouco mais de um ano, foi salvo pela filha, quando passou mal, vítima de uma quase oma alcoólica. Outro caso foi o do centroavante Jardel, exímio cabeceador do Vasco, Grêmio, Porto de Portugal, que depois de declarar seu envolvimento com álcool e cocaína caiu em profunda depressão, depois, segundo declarou, parou, mas não conseguiu mais ter sucesso como jogador, hoje padecendo na reserva de uma equipe inexpressiva do Piauí.
Recentemente o craque paraense Jóbson, que apareceu no Brasiliense e depois foi para o Botafogo, onde realizou atuações brilhantes, foi pego no exame antidoping pelo uso de cocaína. Por sorte, pegou uma suspensão de dois anos, mas poderia ter sido banido do futebol. Felizmente, o Botafogo está trabalhando sua recuperação.
Alguns psicólogos e psicanalistas são contumazes em afirmar que o que acontece principalmente com atletas da bola, é fruto da rápida ascensão social, uma vez que jogador de futebol normalmente é oriundo de famílias humildes, pouca instrução, de baixa renda e quando começam a ganhar melhor querem logo ver como é o outro lado da medalha,entrando de cabeça em baladas homéricas, carros luxuosos, muitas mulheres e farras, muitas farras. Tem sentido, mas se analisarmos alguns casos, a questão de desvio de conduta pode ser da própria personalidade do atleta, porque Zico, Ronaldo Fenômeno, Cafu, Cacá, Roberto Dinamite, que não tinha nem como pagar a passagem do trem do subúrbio onde morava e muitos outros, são da periferia, de origem bem humilde e são hoje cidadãos do mundo, exemplos de dignidade para atletas de qualquer esporte e para a própria sociedade.
A realidade é que a droga e a bebida não condizem com qualquer esporte e desportista, que tem a parte física e a mental como fundamentais para o sucesso em suas carreiras. O que hoje acontece com Adriano é triste e lamentável, principalmente porque ele já possui um historico, o que posivelmente poderá atrapalhar sua carreira e possível convocação como mais um homem de frente do Brasil para a Copa da África. Mas o Flamengo, Dunga e a nação rubronegra devem apoiar o Imperador, pois com certeza ele com ajuda poderá superar este grande problema e vencer mais essa batalha.
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