Neste 31 de Dezembro termina nosso mandato como Diretor Náutico da Tuna Luso Brasileira, função que desempenhamos ao longo de 22 meses, juntamente com os companheiros Gerardo Monteiro e Mário Mangas.
Fachada pintada da Garagem Náutica |
A princípio quero agradecer ao Gerardo e ao Mário pela coragem de entrar comigo nesta briga de recuperar a Garagem Náutica, que vinha de um período dos mais tristes, com o prédio completamente abandonado, a rampa caída, banheiros sucateados, necessitando de pintura interna e da fachada (externa); quase sem atletas e com uma modesta participação nas regatas dos anos anteriores e tendo, durante todo o campeonato de 2013, ganho apenas dois pontos, o que para os cruzmaltinos e para os amantes do belo esporte náutico foi uma tristeza, misturada com vergonha.
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Quadro da Tuna com atletas de 1919 que recuperamos |
Ao assumirmos sentamos e planejamos o que iríamos fazer primeiro, já que além do que era necessário mensalmente para manutenção da garagem, como café da manhã dos atletas, transporte,
dinheiro para consertos de barcos (uma grande carência da Tuna), tínhamos que resolver a situação das dívidas com a FEPAR, ligação de água e luz (cortadas), e uma verba mensal para pagamento de inscrição e transferência de atletas, pagamento da anuidades atrasadas da FEPAR, já que não poderíamos fazer inscrição de atletas nem de barcos enquanto não resolvêssemos pagar o atrasado.
Com o apoio dos amigos da Confraria, GBs, Beneméritos, associados, torcedores e amigos entramos em campo. Criamos um Carnê que no princípio rendeu mais de mil reais mensais. Conseguimos reaver com a Mirela a colaboração mensal com biscoitos, massa para sopas e bolachas. Com a panificadora Pão Dourado conseguimos 30 pães diários. Com os amigos da Confraria Levi Alves e nosso diretor Mário Mangas conseguimos uma Cafeteira grande, uma Máquina de jato dágua e mais uma televisão de 29 polegadas, acompanhada de controle e antena.
O associado e ex-diretor Jaime Eiras, mesmo morando em outro estado, nos mandou durante um grande período uma quantia mensal que ajudava no café da manhã, que ficou adubado com leite, pão, manteiga e bolachas.
O carnê deu certo até um período. Mas não sobrava para as inscrições de atletas nem pagamento do atrasado nem da anuidade atual da FEPAR, em torno de 5 mil reais por ano. Também não dava para fazer nada de melhoria na Sede, como pintura, reforço na rampa, etc.
Decidimos, ainda no ano passado, fazer um fluxo de caixa com uma feijoada, o que no primeiro ano nos rendeu em torno de mais de 6 mil reais de lucro. Pagamos tudo que tínhamos que pagar e ainda compramos um barco do sr. José Augusto Morgado, um 2 X reversível, por 5.000,00 (cinco mil reais).
Também iniciamos a reforma geral dos dois banheiros, masculino e feminino, com piso, pinturas, vasos, pias, mictório e seis chuveiros, tudo novo, quase todo material fruto de doações de amigos. Pagamos praticamente só a mão de obra, além do material para a pintura. Modestamente, as reformas e os dois banheiros ficaram excelentes.
Nossos diretores Gerardo e Mário fizeram a proposta e resolvemos ampliar os trabalhos, fazendo também uma nova instalação hidráulica, pintura e colocação de azulejos em toda a Copa. Ficou muito bonita. Na oportunidade, recuperamos um quadro de antigos remadores de 1919, que estava abandonado na Sede Social. A recuperação ficou linda e para todos os cruzmaltinos foi uma grande honra rever o quadro na parede.
Pintamos toda a frente da Sede, uma vez que a pintura velha, com mais de cinco anos, estava desbotada e sem vida. Usamos as cores tradicionais da nossa Tuna: o Verde e o Branco, com frisos vermelhos. Colocamos uma grande bandeira que está lá a tremular no mastro lá em cima, doada pelos amigos Zé Maria, Salatiel, Avelino e Cauby.
Empolgados com as obras, embora já sem dinheiros, resolvemos fazer uma decoração na entrada da Garagem. Pintamos e colocamos um antigo barco como se fora um grande abajur decorativo. Fizemos uma inauguração com a presença de vários tunantes, colaboradores e a diretoria do Clube.
Essas obras foram feitas graças o dinheiro que conseguimos com a realização de uma Rifa de um televisor que nos foi repassado ao preço de custo pelo diretor Mário Mangas. Junto a isso, conseguimos pagar tudo com as arrecadações mensal dos Carnês e com a Feijoada de 2015, que nos deu um lucro de R4 6050,00 (seis mil e cinquenta reais).
Nossa performance nas águas da Baía do Guajará nos dois anos não foi excelente, mas também não foi das piores. Disputamos todas as cinco regatas de 2014, e as quatro de 2015. Participamos da Copa Norte e Nordeste que foi realizada em Belém e ajudamos no título de Campeão do Pará. Não podíamos competir financeiramente com Remo e Paysandu que trouxeram em todas as provas atletas de fora -até da Argentina!- por valores altíssimos e pagando salários homéricos aos atletas regionais. Ou seja, ninguém quer remais mais sem ganhar. Pra Tuna isso não dá. Nós, até as passagens que dávamos aos nossos atletas era dinheiro suado.
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Galera torcendo. À frente o amigo Carlito |
Saímos de cabeça erguida, já entregamos nossa prestação de contas dos três semestres (até Junho/2015) e este semestre vamos concluir para entregar já em Janeiro para a diretoria que entra.
Estamos somente aguardando documentação de quitação da FEPAR para fecharmos com chave de ouro. Semana passada recebemos do remador José Morgado a quitação do barco que compramos para a Tuna e nos despedimos certos do dever cumprido. Na oportunidade, agradecemos ao presidente Charles Tuma pela confiança.
Queremos deixar claro que continuamos cada vez mais cruzmaltinos, e que continuaremos lá torcendo pela Tuna nas regatas desse ano que se inicia.
Nova geração de remadores da Tuna |
Queremos deixar claro que continuamos cada vez mais cruzmaltinos, e que continuaremos lá torcendo pela Tuna nas regatas desse ano que se inicia.
Era isso que queríamos mostrar aos nossos amigos cruzmaltinos e a todos os colaboradores que nos ajudaram durante nosso mandato. Se faltou alguma coisa, depois a gente mostra, mas penso que o principal foi colocado.
Muito obrigado.