quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Nossa missão na Garagem Náutica


Fachada pintada da Garagem Náutica
Neste 31 de Dezembro termina nosso mandato como Diretor Náutico da Tuna  Luso Brasileira, função que desempenhamos ao longo de 22 meses, juntamente com os companheiros Gerardo Monteiro e Mário Mangas.

Quadro da Tuna com atletas de 1919 que recuperamos
A princípio quero agradecer ao Gerardo e ao Mário pela coragem de entrar comigo nesta briga de recuperar a Garagem Náutica, que vinha de um período dos mais tristes, com o prédio completamente abandonado, a rampa caída, banheiros sucateados, necessitando de pintura interna e da fachada (externa); quase sem atletas e com uma modesta participação nas regatas dos anos anteriores e tendo, durante todo o campeonato de 2013, ganho apenas dois pontos, o que para os cruzmaltinos e para os amantes do belo esporte náutico foi uma tristeza, misturada com vergonha.
Ao assumirmos sentamos e planejamos o que iríamos fazer primeiro,  já que além do que era necessário mensalmente para manutenção da garagem, como café da manhã dos atletas, transporte,
dinheiro para consertos de barcos (uma grande carência da Tuna), tínhamos que resolver a situação das dívidas com a FEPAR, ligação de água e luz (cortadas), e uma verba  mensal para pagamento de inscrição e transferência de atletas,  pagamento da anuidades atrasadas da FEPAR, já que não poderíamos fazer inscrição de atletas nem de barcos enquanto não resolvêssemos pagar o atrasado.
Com o apoio dos amigos da Confraria, GBs, Beneméritos, associados, torcedores e amigos entramos em campo. Criamos um Carnê que no princípio rendeu mais de mil reais mensais. Conseguimos reaver com a Mirela a colaboração mensal com biscoitos, massa para sopas e bolachas. Com a panificadora Pão Dourado conseguimos 30 pães diários. Com os amigos da Confraria Levi Alves e nosso diretor Mário Mangas conseguimos uma Cafeteira grande, uma Máquina de jato dágua e mais uma televisão de 29 polegadas, acompanhada de controle e antena.
O associado e ex-diretor Jaime Eiras, mesmo morando em outro estado,  nos mandou durante um grande período uma quantia mensal que ajudava no café da manhã, que ficou adubado com leite, pão, manteiga e bolachas.
O carnê deu certo até um período. Mas não sobrava para as inscrições de atletas nem pagamento do atrasado nem da anuidade atual da FEPAR, em torno de 5 mil reais por ano. Também não dava para fazer nada de melhoria na Sede, como pintura, reforço na rampa, etc.
Decidimos, ainda no ano passado,  fazer um fluxo de caixa com uma feijoada, o que no primeiro ano nos rendeu em torno de mais de 6 mil reais de lucro. Pagamos tudo que tínhamos que pagar e ainda compramos um barco do sr. José Augusto Morgado, um 2 X reversível, por 5.000,00 (cinco mil reais).
Também iniciamos a reforma geral dos dois banheiros, masculino e feminino, com piso, pinturas, vasos, pias, mictório e seis chuveiros, tudo novo, quase todo material fruto de doações de amigos. Pagamos praticamente só a mão de obra, além do material para a pintura. Modestamente, as reformas e os dois banheiros ficaram excelentes.
Nossos diretores Gerardo e Mário fizeram a proposta e resolvemos ampliar os trabalhos, fazendo também uma nova instalação hidráulica, pintura e colocação de azulejos em toda a Copa. Ficou muito bonita. Na oportunidade, recuperamos um quadro de antigos remadores de 1919, que estava abandonado na Sede Social. A recuperação ficou linda e para todos os cruzmaltinos foi uma grande honra rever o quadro na parede.
Pintamos toda a frente da Sede, uma vez que a pintura velha, com mais de cinco anos, estava desbotada e sem vida. Usamos as cores tradicionais da nossa Tuna: o Verde e o Branco, com frisos vermelhos.  Colocamos uma grande bandeira que está lá a tremular no mastro lá em cima, doada pelos amigos Zé Maria, Salatiel, Avelino e  Cauby.
Empolgados com as obras, embora já sem dinheiros, resolvemos fazer uma decoração na entrada da Garagem. Pintamos e colocamos um antigo barco como se fora um grande abajur decorativo. Fizemos uma inauguração com a presença de vários tunantes, colaboradores e a diretoria do Clube.
Essas obras foram feitas graças o dinheiro que conseguimos com a realização de uma Rifa de um televisor que nos foi repassado ao preço de custo pelo diretor Mário Mangas. Junto a isso, conseguimos pagar tudo com as arrecadações mensal dos Carnês e com a Feijoada de 2015, que nos deu um lucro de R4 6050,00 (seis mil e cinquenta reais).
Nossa performance nas águas da Baía do Guajará nos dois anos não foi excelente, mas  também não foi das piores. Disputamos todas as cinco regatas de 2014, e as quatro de 2015. Participamos da Copa Norte e Nordeste que foi realizada em Belém e ajudamos no título de Campeão do Pará. Não podíamos competir financeiramente com Remo e Paysandu que trouxeram em todas as provas atletas de fora -até da Argentina!-  por valores altíssimos e pagando salários homéricos aos atletas regionais. Ou seja, ninguém quer remais mais sem ganhar. Pra Tuna isso não dá. Nós, até as passagens que dávamos aos nossos atletas era dinheiro suado.
Galera torcendo. À frente o amigo Carlito
Foram dois anos de muita luta, mas o resultado está sendo satisfatório. Pegamos a sede Náutica a ponto de fechar, o que não aconteceu por causa do empenho do diretor técnico José Wildemar, o Lindão, que a duras penas foi mantendo. No período em que dirigimos organizamos a infraestrutura do prédio da melhor maneira possível, para dar uma melhor condição aos atletas, sem custo para a Tuna, que em quase dois anos, nos repassou apenas a quantia de 2 mil reais. Para que todos tenham uma idéia, só com passagens se fôssemos pagar de todos os atletas, seria em torno de 600 reais mensais, mais despesas com café da manhã e o restante da manutenção, dá em torno de quase 2 mil reais. Tivemos que conseguir o resto das despesas com muito trabalho deste escriba, Gerardo Monteiro, Mário Mangas e o apoio inconteste dos abnegados.
Saímos de cabeça erguida, já entregamos nossa prestação de contas dos três semestres (até Junho/2015) e este semestre vamos concluir para entregar já em Janeiro para a diretoria que entra.

Nova geração de remadores da Tuna
Estamos somente aguardando documentação de quitação da FEPAR para fecharmos com chave de ouro. Semana passada recebemos do remador José Morgado a quitação do barco que compramos para a Tuna e nos despedimos certos do dever cumprido. Na oportunidade, agradecemos ao presidente Charles Tuma pela confiança.
Queremos deixar claro que continuamos cada vez mais cruzmaltinos, e que continuaremos lá torcendo pela Tuna nas regatas desse ano que se inicia.
Era isso que queríamos mostrar aos nossos amigos cruzmaltinos e a todos os colaboradores que nos ajudaram durante nosso mandato. Se faltou alguma coisa, depois a gente mostra, mas penso que o principal foi colocado.
Muito obrigado.

9 comentários:

  1. Marcos, não sei dos seus planos, mas a sua experiência é muito importante. O Von também foi um guerreiro. Se vocês dois pudessem dar algum auxílio no sentido de passar dicas para a nova diretoria, creio que poderia ser ótimo. Mas isso é só uma suposição minha. Infelizmente a garagem náutica quando vocês assumiram estava numa situação lastimável, o que obrigou a gastar muito do que foi arrecadado para consertos, reparos e melhorias no prédio. O esporte náutico estava muito abandonado, o que sem dúvida dificultou bastante para vocês. E agora? O que vai acontecer? Como fazer para a Tuna voltar a ser aquela antiga força nas regatas? Como poder disputar com Remo e Paysandu, que tem investido muito neste esporte nos últimos 3 ou 4 anos? Eu sou da opinião que a Tuna não deve deixar de lado este esporte, que é tradicional no clube. Mas não só manter, como melhorar as condições para se conseguir pelo menos um segundo lugar em 2016 e ir se evoluindo para talvez conquistar o campeonato em 2017. Sei que não é fácil conseguir os recursos necessários. Porém, penso que não se deve desanimar. É preciso ir atrás de meios que deem sustentação ao esporte nautico tunante. Espero que a nova gestão tenha esta sensibilidade e compromisso. Na minha opinião, se vocês continuassem, tendo mais apoio e verbas, poderiam fazer muito mais que fizeram nesse tempo que estavam na diretoria. Nenhum diretor, por maior boa vontade que tiver, poderá fazer milagres para a Tuna ser de novo uma campeã neste esporte se não houver os meios necessários. Márcio

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  2. Que emoção em ver essa foto que você postou. Vemos aí o Carlito, que foi um torcedor que apoiava a Tuna nas regatas e no futebol. O Sr. Mangas também sempre esteve dando seu apoio. Eu que desejo ver a Tuna se destacar nas regatas fico feliz em ver momentos assim, quando nos encontramos para apoiar a Tuna. Quando cobrava de vocês bons resultados, nunca menosprezei os esforços feitos. Como torcedor esperava ver a Tuna vencendo mais páreos. Infelizmente, como você já explicou, nossos adversários tiveram muito mais recursos financeiros. E com certeza isso influenciou muito. Márcio

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  3. Se eu fosse o presidente da Tuna agora eu chamaria algumas pessoas que tem um trabalho ou uma liderança em prol do clube para trocar ideias e até mesmo pedir algum tipo de apoio. Sei que vocês da chapa 2 podem ter seus motivos para não estarem estimulados a colaborar com esta gestão. Porém, no momento que a Tuna se encontra, creio que o diálogo é importante para se conseguir meios para melhorar a situação dos esportes no clube. Vejo com preocupação o momento atual. A Tuna, ao meu ver, está muito apagada esportivamente no cenário paraense. Para um clube que já conquistou diversos títulos paraense em vários esportes durante anos e foi campeão brasileiro em duas séries, B e C, estar do jeito que está não é algo confortável no que diz respeito aos esportes. Em vista desta realidade é preciso fazer algo urgente e que tenha um peso para ir levantando o clube esportivamente. Não gostaria de ver a Tuna reduzida em pouco tempo a um clube de eventos "sociais" e de lazer. Penso que todos os tunantes que se deleitaram, se alegraram com as conquistas do clube nos esportes desejam ver um renascimento da Tuna. E para isto ocorrer é necessário começar uma reação logo. Ou poderá ser tarde demais. Temo sim pelo futuro dos esportes no clube se não se agir da forma correta, sem se esperar muito. Tem que se ter ações enérgicas e positivas! É neste sentido que defendo um diálogo entre dirigentes, sócios e torcedores. Algo que possa contribuir para um real desenvolvimento dos esportes no clube. Esperar dois anos até haver outra eleição considero perigoso, pois em dois anos, se não houver as medidas necessárias, os esportes na Tuna poderão ser mais ainda enfraquecidos, caminhando-se assim para um destino que poderá ser o fim da Tuna como clube esportivo. Portanto, não acho prudente esperar. Algo significativo tem que ser feito nestes dois anos! Precisamos ir recuperando a força esportiva. A imagem da Tuna como clube esportivo está desgastada e pouco valorizada. É hora de dar uma virada nesta situação! Márcio

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  4. Tenho de confessar que não fiquei muito contente com a notícia que li no Diário On Line sobre a posse do novo presidente da Tuna. Ele não se mostrou muito interessado na parte esportiva do clube. Falou um pouco sobre categorias de base e sobre a intenção de levar o clube de novo para a primeira divisão. Mas enfocou que o quer realmente é continuar se empenhando pela parte social do clube. Sinceramente, não senti firmeza nele em desenvolver a parte esportiva do clube e isso me deixou preocupado. Márcio

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  5. Se a ATAT for revitalizada,como tem sido sugerido por torcedores tunantes, quero dizer aqui que pretendo apoiar dentro do que me for possível. Acho que nós torcedores temos que pensar em algumas coisas que possam ser feitas. Márcio

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  6. Marcos, você que participa mais da vida social e política na Tuna, pode me dizer o que está acontecendo? Tenho uma percepção de uma política que está se formando dentro do clube que estou estranhando. Estão querendo tornar a Tuna um mini-Grêmio? E quais os interesses do pessoal que está no comando do Grêmio? O que está acontecendo? O que está por trás de tudo? Tenho receio de a Tuna estar sendo descaracterizada como clube esportivo. Há fundamento neste meu raciocínio? Ou não há razão de ser esta minha reflexão? Márcio

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  7. Quando começarão as regatas este ano? Que providências a Tuna está tomando para competir? Vai competir?
    Márcio

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  8. Na minha opinião, não deve simplesmente parar por achar que há despesas. Tem que procurar patrocínios, parcerias, apoios, fazer promoções. O esporte náutico é uma tradição do clube. É o primeiro esporte do clube.

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  9. Primeiro no sentido de ter sido o primeiro que o clube participou em competições oficiais.
    Márcio

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