quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

EM TEMPOS DE CARNAVAL

Nunca fui um grande folião. Mas sempre tive uma grande paixão pelo carnaval, principalmente pelas  músicas carnavalescas. Tanto que tenho no meu baú de memória as mais belas marchinhas de carnaval, seus autores, cantores e inclusive a figura de alguns deles na mente. Mas não é pra me pavular muito não, porque na verdade pesquisei muio isso em outros tempos. Mas tive que gostar para aprender, gravar e não esquecer.
Por exemplo: se falar de cantores como Roberto Audi, Blecaute, João Dias poucos conhecerão ou se lembrarão. Mas todo ano eles apareciam com uma marchinha deles ou do João Roberto Kelly, a meu ver, o maior craque em músicas de carnaval.
Outros que todos os anos também davam o ar da sua graça em período de Momo eram a Emilinha Borba, o Jackson do Pandeiro, Chacrinha e o grande Zé Keti. que quando fazia uma Marcha Rancho arrebentava.

 O INCRÍVEL ZÉ KETI

Sobre Zé Keti lembro até de uma historinha pequena, mas que nunca me saiu da memória. Tinha eu mais ou menos tipo uns 10 anos quando fui pra escola e parei em uma banca de revista para ver e ler as manchetes dos jornais, antigo costume que tenho desde criança essa paixão maluca por jornais.
Uma das manchetes me chamou a atenção: "Zé Keti internado depois de cantar mais de 100 vezes "Máscara negra". Me interessei pelo título e peguei o jornal que estava pendurado na banca e li o texto.
Zé Keti havia sido convidado par ser a grande atração de um baile de carnaval e nesse baile depois de cantar várias de suas músicas, foi intimado a cantar seu maior sucesso carnavalesco, Mascara negra, o público insistiu e ele quase não parou mais de cantar. Foi preciso um mau súbito no artista, que o levou ao hospital para ele parar. Mas já era quase 5 a manhã, segundo a notícia.
Para que os mais novos saibam, antigamente em todos os lugares no período carnavalescos haviam festas. Até nas próprias casas de família haviam as festas. Nos clubes, suburbanos e sociais, os bailes eram os três ou quatro dias seguidos. Sem se falar no famoso carnaval de rua em que além dos blocos, clóvis, palhaços, arlequins e colombinas, haviam os famosos blocos dos sujos, que poderia ser um grupo de amigos e amigas, ou até mesmo os brincantes solitários que inventavam uma fantasia, que poderia ate ser de uma roupa feminina,  e saiam pela avenida cheio de cachaça e animação.

BLOCOS DE SUJOS

Quem nunca teve um amor de carnaval? Dizem que amor de carnaval desaparece a fumaça. Acho que isso é muito relativo. Eu, confesso  (em off!) que já tive algumas paixões carnavalescas.
Mas como citei no início, sempre fui um folião basicão. Sou (ou era) daqueles que levantavam os dois dedos alternadamente, sorrindo e balançando a cabeça, isso pra mim já estava ótimo. Também no clube, ia sempre contra as filas dos foliões, ou seja, olhava sempre na cara dos outros.
Acho lindo quando vejo os blocos de ruas, de sujos ainda resistirem antes do carnaval propriamente dito em Belém. Às vezes tenho vontade de ir pra rua justamente nestes bailes pré-carnavalesco que acontecem aos sábados, de me fantasiar de qualquer coisa e botar meu bloco na rua.
Mas uma coisa me cutuca mais forte e me impede. Não que ache que antes os perigos eram menores. Tudo no seu devido tempo. O que acontece é que o que antes era uma onda, hoje pode ser um tsunami. Aí talvez eu não dê conta de nadar tanto e tão rápido pata chegar a um porto seguro.

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