quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

MEIO CHATO, MAS COM BOM GOSTO

Tem uma explicação eu gostar tanto de música, ao ponto de não passar um dia sequer sem ouvir, falar, comentar, discutir, etc. Na minha casa, ou melhor, na casa de meu pai, sempre se ouviu muita música, e desde que passei a me entender, sempre teve instrumentos musicais. Meu pai gostava de cantar e foi um aficionado por musica, tendo aprendido de ouvido a tocar Violão, Gaita ou Harmônica e um pequeno instrumento de fole que parecia uma sanfona. Não sei se  tinha baixos com a pequena Sanfona de Januário, pai de Luiz Gonzaga, mas o som era de uma sanfoninha.
Papai tocava os três instrumentos e ainda aprendeu a "arranhar" no velho Piano e na Sanfona grande de seu Alfredo, primo dele em segundo grau, que era músico de uma famoso conjunto musical e marceneiro nas horas vagas.
Na verdade o que papai era mesmo era muito curioso. Aprendeu, segundo ele, tudo de ouvido e com muita força de vontade. Amanhecia o dia e lá estava papai tocando sua Gaita. Eram hinos evangélicos como "Breve virá" e músicas antigas, como  "Casinha branca do pé de serra". Gostava também de "Flor de Anair" e algumas de Roberto Carlos. Eu, meio curioso também, embora não tenha aprendido a tocar nem um dos instrumentos caseiros de papai, era metido a cantar ele acompanhando.
Quis até fazer uma dupla com minha irmã Julinha!

QUASE MÚSICO

Na minha casa, era natural sempre aparecerem violonistas do bairro para pedir para o papai "afinar" o Violão. Ele, orgulhosamente mexia nos cravos do instrumento, tocava alguma coisa e passava para o dono. Não sei se ganhava alguma coisa com isso. Só sei que ele fazia tudo de ouvido. O velho era um danado!
Teve um período, quando eu já estava tentando entrar na adolescência, época de curtição de Beatles, Rolling Stones, Renato e seus Blue Caps, que eu queria de qualquer maneira formar um conjunto musical. Minha intenção, do Aldo e do Quinquim era formar um grupo principalmente para ganhar as meninas, que gostavam dos cabeludos que tocavam e cantavam.
Sem dinheiro pra poder comprar os instrumentos e até aprender a tocar, nossa única saída foi mentir para as meninas que a gente queria namorar, alegado que nossos pais não deixaram a gente formar o conjunto (não tinha essa de banda. Banda era militar ou escolar) para não atrapalhar nosso rendimento na escola. Mentirosos que só!
O tempo passou e logo cedo comecei a me desinteressar por conjuntos musicais e me focar mais nos artistas que chegavam mudando a história da MPB nos festivais, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gil, Tom Zé e Geraldo Vandré, um paraibano que parecia cantar os sentimentos do povo nordestino de uma maneira nova, diferente, com coragem e com muito tesão.
Desde esse período, fiquei meio fanático pelos artistas da MPB. Esqueci até um pouco meus heróis internacionais como Alice Cooper, Emerson, Lake e Palmer, Genesis,  Rolling Stones, Carlos Santana, David Bowie e muitos outros. Passei a me dedicar aos novos valores da música brasileira,
valorizando principalmente ao trabalho dos jovens que surgiam na música e na poesia no Norte e Nordeste como Ednardo, Zé Ramalho, Alceu, Geraldo Azevedo, Amelinha, Belchior, Rui Barata, Fagner, Fafá, Caetano, GiI, etc. Fazia uma ligação e ao mesmo tempo um comparativo da nossa produção com o que era feito lá, como o pessoal do Clube da Esquina de Minas, os irmãos Kleyton, Kledir  e Vitor Ramil, Chico Buarque, Ivan Lins e muitos outros.
Virei um apaixonado pela nossa música. Hoje pouco ouço música internacional, apesar de ainda ter alguns Ps e CDs. Minha praia é sempre nossa música. Lamentando porque, a meu ver,  pouca coisa boa surge. Mas vez por oura aparece. Mas me confesso sempre aberto para as coisas novas que me agradam. Sou  meio chato, mas sei, sem modéstia, que tenho um bom gosto.

5 comentários:

  1. Recordo dos bons tempos dos anos 80 e parte dos anos 90 na música brasileira e internacional. Adorava as musicas de conjuntos brasileiros daquela época e dos grandes cantores e cantoras.Bons tempos também da Tuna nos esportes. E hoje em dia? Tanto a música como a Tuna nos esportes para mim estão em baixa. Fico triste em pensar nisto. Do jeito que a realidade está percebo muito barulho, modismo e pouca qualidade na maior parte da produção musical de hoje em dia e em relação à Tuna a vejo cada vez mais distante dos grandes tempos em que era campeã em vários esportes. Belos tempos e alegres dias aqueles em relação à música e aos esportes tunantes. Confesso que dá em mim um certo saudosismo. Tanto que ainda me dá gosto em ouvir músicas dos anos 80 e 90 e de ver filmagens de gols tunantes também desses anos. Mas falando só da Tuna, gostaria que ela se recuperasse e voltasse a dar alegrias à sua torcida, que acredito estar diminuindo com a morte dos mais velhos, a desistência talvez de alguns decepcionados e com a pouca renovação, considerando crianças e adolescentes que são tunantes. Quando veremos novamente a Tuna grande de novo nos esportes? É uma pergunta que gostaria que houvesse logo uma resposta. Márcio

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  2. Meu caro amigo e cruzmaltino ferrenho como eu. Não sou de sentir saudades, mas confesso que que sinto um pouco tanto da qualidade musical, literárias e cinematográfica daqueles tempos citados por você e, principlamente, dos áreos tempos da nossa Tuna. Sou sócio há 7 anos, já fui quase tudo no Clube e hoje, lamentavelmente, vejo a Tuna nas mãos de pessoas que não têm o minimo zelo e amor por nosso clube. Estamos já no sexto ano sem disputar o Campeonato paraense. Séries do Brasileiro, nem na D. Nos esportes amadores estamos relegados a um plano por demais secundário, sem disputar e sem propostas para chegarmos a algum lugar. É triste, mas verdadeiro. Não queria mais pensar em disputar nada pela Tuna, mas confesso que não aguento mais essa dupla Charles e João, os mesmos sempre na vice e na presidência, brincando com uma história centenária, pois não mostram comprometimento. Até agora não decidi, mas poderei pensar, pois é necessário. Quero ver se formamos um grupo realmente forte para combater essa oligarquia sem precedentes que está dominando a nossa histórica Tuna Luso Brasileira. Forte abraço.

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  3. É Marcos... Eles estão formando uma dinastia. Entra o João como presidente e o Charles como vice; depois o Charles como presidente e o João como vice. E assim vão-se os anos. E o que me entristece mais é ver alguns tunantes respaldando esta dupla, dando cartaz para eles, aparecendo abraçados com eles em fotos, postando retratos do atual presidente com elogios. Não tenho nenhum problema pessoal com o Charles ou com o João. Mas não concordo com esta forma de gerir os esportes do clube. Nas regatas estão fazendo uma propaganda com foto na Estação, dizendo que a Tuna está participando das regatas. Porém creio que é uma participação pouco significativa, apenas para dizer que a Tuna participa. Quem está mandando nas regatas agora é o paysandu, que montou um forte estrutura, investiu, traz atletas de fora e está até constituindo uma espécie de escolinha de remo, também contando com uma associação satélite, que é o que acho que é a tal Associação Guajará. Ou seja, o paysandu A disputa com o paysandu B. Mas não tenho pena do remo, que quando pode e quer, apronta para cima da Tuna. Torço para a Tuna em seus esportes, mas ir para a Estação das Docas ver a Tuna servir de saco de pancadas e virar piada para os adversários é demais para mim. Achei até que contratar o Lucena e o Jorginho Castro para as categorias de base foi uma boa ideia, espero que eles tenham sucesso e desejo que a Tuna possa subir para a série principal do paraense em 2019, assim como torço para que uma chapa de oposição seja capaz de vencer o grupo atualmente no poder, porém sabendo que este pessoal tem um forma eficiente de "convencimento" de sócios para votar por meio do futebol pelada no clube, pois muitos sócios peladeiros, mesmo não sendo torcedores da Tuna votam na chapa situacionista. São tempos incertos para nosso país e para a Tuna.Tanto potencial, no entanto não se alça voos mais altos. Predominam os interesses de determinados grupos. Temos que continuar tentando caminhos melhores. Espero em vida ainda ver a Tuna voltar a sua antiga grandeza. Saudações tunantes!!!! Márcio

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  4. Nós não devemos jamais nos dispersar. Temos que nos movimentar e lutar por uma mudança radical no clube, uma mudança que possa mostrar que a Tuna tem uma torcida que hoje sofre, mas que quer voltar a sorrir, voltar a viver seus áureos tempos nos esportes, principalmente o futebol, onde estamos fora já há seis aos.

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  5. Eu já escrevi em vários espaços na Internet cobrando uma posição mais atuante da gestão atual. Às vezes pareço aquela voz que clama no deserto. Há tunantes insatisfeitos, porém a maioria quieta e, aparentemente, alguns tunantes até estão conformados e dão certo apoio para a citada gestão. Mas vejo que poucos que apoiam mostram a cara, talvez ingenuamente crendo que é melhor dar algum apoio, pensando que é melhor apoiar que mostrar uma inexistência de torcedores tunantes. É a forma deles de ver. Eles costumam alegar que fazem por amor à Tuna. Eu prefiro não aparecer para ver a Tuna apenas como uma presença simbólica em alguns casos. Mas poderei ir torcer se perceber uma possibilidade real de sucesso. Não gosto de ver a Tuna como uma participante mínima, como uma figurante. Quero vê-la como protagonista de grandes feitos, lutando para estar entre os primeiros lugares. Vou ficar acompanhando as notícias que saírem. Acho que já é hora de uma renovação na Tuna. Não sei quando acontecerá. Creio que quanto antes melhor. Este reinado joanino- charliano está demorando e quer pelo jeito ficar mais tempo. O risco desta demora é a permanência da forma como estão gerindo, com poucos destaques para os esportes. Eleição será provavelmente em dezembro deste ano. É preciso que se forme um grupo forte de oposição para buscar vencer. A chapa situacionista tem uma base de poder enraizada nos peladeiros e em tunantes mais conservadores ou nos que tem amizade com diretores atuais. É uma base que tem conseguido derrotar os adversários. É necessário se pensar em como se pode vencer esta estratégia que o grupo dominante tem usado. O Mário Mangas tentou na última eleição, porém foi vencido com uma boa margem de votos para a situação, para meu espanto. Mas a ideia dele de vencer o adversário tinha embutido um certo perigo, porque a meu ver existiam elementos meio estranhos inseridos na chapa e, se tivesse vencido, veríamos, com a morte do Mário, um grupo no poder que não saberíamos exatamente como iria se comportar devido à presença destes elementos.
    É preciso ir analisando a realidade e pensando em como mudar a realidade. Saudações tunantes! Márcio

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