terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

OS "FILHOS PRÒDIGOS"

Nas décadas de 1940 e 1950 o estado de São Paulo fervia em seu desenvovimento, com o surgimento de grandes indústrias, aumento da produção agricola, principalmente café e com uma enorme necessidade de mão de obra, especializada ou não. Foi nesse período que uma gama de nordestinos, principalmente do Ceará e Paraíba, se aventuraram em paus de arara e no velho Ita, famoso navio que corria a costa brasileira. Alguns voltavam logo, outros se demoravam e a maioria ficou. Meu pai foi um dos que se aventuraram no velho navio Almirante Alexandrino, costumava me contar. Morou em Santos, na Vila Belmiro e na bela São Vicente.Porém, não demorou o suficiente para voltar rico, a saudade da família falou mais alto.
Nas décadas de 70 e 80 vários destes nodestinos retornaram às suas terras. Boa parte deles já aposentados ou com um capital para por em prática a experiência comercial, industrial e admistrativa que adquiriram em longos anos nas terras paulistas. E Foi o que boa parte deles fez.Iniciaram o grande aquecimento comercial e industrial do nordeste, fazendo com que hoje vários estados da região vizinha sejam importantes polos industriais e comerciais, principalmente com pequenas e micro-empresas, as que na verdade sustentam a economia nacional.
O Ceará, por exemplo,que escolheu a indústria de confecções, aproveitou o fluxo do aquecimento neste setor para no gancho trabalhar o turismo, ou seja os clientes que iam comprar confecções , embebidos pelas belezas naturais das praias, comidas, serras e da própria cultura alencarina, passaram a investir em imóveis e outros negócios, reeditando a máxima de que "uma coisa puxa a outra".
No Pará temos um potencial muito grande em termos de locais para implantação de indústrias e também da chamada indústria sem chaminé, o turismo, principalmente o ecológico.
Infelizmente não temos uma história dos "filhos pródigos" do nordeste. É até lamentável, mas nota-se uma falta de empenho de empresários de fora e locais, que não partem para a implementação de indústrias, a construção de hotéis, bons restaurantes e um trabalho, digamos assim, inusitado em termos de melhor aproveitamentos de nossas ilhas e furos de rios. Não se pode reclamar da falta de empenho do governo e de bancos locais. Falta é peito de gente que invista uma parte e tenha coragem de botar o bloco na rua. Vamos trabalhar isso. Se todos se esforçarem, poderemos nos orgulhar ainda mais do nosso Pará.

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