quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Jackson é o Norte, o Nordeste, o Brasil



Nasci ouvindo Ari Lobo, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Vavá da Matinha,  Almira Castilho  e muitos outros nomes do Norte e do Nordeste que fizeram muito pela cultura brasileira. 
Compositores e cantores humildes, que cantavam seu torrão com orgulho. Poesias de Catulo da Paixão Cearense (que era maranhense), Patativa do Assaré ("Triste partida") e muitos outros nomes, que fizeram músicas que ficaram  imortalizadas no cancioneiro nacional.
Depois veio a geração mais moderna onde despontaram nomes como Ednardo, Fagner, Zé Ramalho, Aceu Valença, Geraldo Azevedo, Belchior, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Fafá de Belém, Ruy e Paulo André Barata, Antônio Carlos Maranhão, Luis Ramalho,Vital Lima, Vital Farias, Nilson Chaves, Lenine, Elba Ramalho, Maria Betânia, Amelinha e outros mais que deram continuidade a um trabalho de mostragem e preservação da cultura norte/nordestina/brasileira.
O fantástico deles é que nunca esquecem as raízes, o torrão natal, onde tudo começou. Por isso, quando tinham e têm oportunidade, eles lembram da terrinha amada. Mas também, dentro da tradicional humildade de nosso povo, sempre agradecem ao sul maravilha o espaço que os garantiu chegar às rádios, TVs e jornais do país inteiro. 
Passam uma borracha no sofrimento que passaram, pois eles, em sua maioria, para conseguirem aparecer a nível nacional passaram maus momentos: dormiram na rua, cantaram na noite quase de graça. se humilharam a empresários. Mas venceram. Mostraram que são bons, que têm valor.
Não quero entrar muito nesse mérito de brigar com o pessoal do Sul e Sudeste. Frescura essa! Somos todos do mesmo país, todos "descendentes diretos do barão lusitano, o Moreno", como bem frisou Ednardo em uma de suas canções.
Mas eles têm que se tocar. Analisar que essa diferenciação que alguns "menores" insistem em encontrar, é tolice, idiotia. Somos tão competentes quanto eles. E tem mais: não é só musicalmente, não. O pessoal do nosso lado é bom mesmo. Não vou ficar enumerando nossos escritores, poetas, literatos, intelectuais, pensadores. Bobagem. 
Prefiro mostrar para os que amam o Norte, o Nordeste e o Brasil, um dos primeiros artistas a chegar por lá, tipo década de 40, e mandar ver com competência. Jackson do Pandeiro. 
Cantando Samba, Maxixe, Samba de Breque, Xaxado, Baião, Xote e até os primórdios do Rock, Jackson do Pandeiro é o que eles chamavam de exemplo de "Homem do Norte", a velha confusão que eles fazem lá, mas que pra nós não é ofensa. Somos todos irmãos.
Paraibano de Campina Grande, considerado o maior ritmista com a voz que o Brasil já teve, Jackson influenciou gerações de cantores, com seu ritmo fantástico e sua voz frenética.
Aqui, o Blog homenageia o Norte, o Nordeste e os brasileiros com uma das grandes gravações de Jackson do Pandeiro, onde ele começa fazendo um pequeno depoimento para depois arrebentar com o pandeiro e sua voz.
É coisa nossa, gente. Que temos pra dar e vender, aos montões por aqui no Norte, pelo Nordeste, para todo o Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário