quarta-feira, 30 de abril de 2014

Será que nossos ídolos ainda são os mesmos?

Nos anos 90, tipo no início, escrevi artigo em que aproveitava uma frase da música "Como nossos pais", do compositor e cantor Belchior onde, a meu ver, ele ele retratava com perfeição a crise que já naquele período se institucionalizava na música popular brasileira.
Peguei o gancho e, usando a frase "nossos ídolos ainda são os mesmos", analisei a crise de nossa música que, já naqueles tempos, agonizava com a falta de criatividade da nova geração, sobrevivendo com o que produziram os artistas surgidos no final dos anos 60 e que viveram sua glória nos 70 e 80.
Sincera e modestamente, afirmo que já naquela época  senti que ao coisa iria descambar para o que vivemos hoje.
Nos 90, um prenúncio de que a safra de compositores nordestinos, que parecia iam em grupos à procura do sucesso no sul maravilha, tinha acabado.O mesmo acontecia com os jovens do sul, que nos festivais de música se digladiavam culturalmente, fazendo uma salada cultural de norte e de sul, cada um procurando fazer o melhor, o diferente, o criativo, numa festança da melhor qualidade Isso proporcionou um paneiro de muitos artistas de qualidade que até hoje têm suas obras aí, atravessando gerações e gerações. 
Com o surgimento do fraco movimento sertanejo, inclusive o "universitário" (que jubilou, pois nunca se forma), e dos pagodeiros, que felizmente foi mais passageiro., muitos amantes da boa música começaram a se preocupar.
Com roupas, trejeitos, ostentação e muita água com açúcar os sertanejos conquistaram uma imensa fatia do mercado, dos jovens ao adultos, principalmente dos "apaixonados" e que ainda curtem aquela dor de cotovelo bem piegas.
Pois é, não quero me alongar muito, mas é importante lembrar que já se passaram mais de 20 anos e não houve renovação em nossa Musica Popular Brasileira. Os "sertanejos" ainda continuam fortalecidos, sempre lançando "novidades" (como os luan santanas da vida),  e não conseguem evoluir, continuam com um trabalho de qualidade bem duvidosa. O lamentável de tudo é que estão sempre criando discípulos e bem piores que eles, mas mesmo assim dominando as emissoras de TV, rádios e DJs, que têm que tocar o que vende, o que o povo, infelizmente, gosta.
Ora dirão, "mas tem coisas boas surgindo", e eu questiono: o que aparece de mais novo são os grupos de funk, uma embolada  sem nenhuma musicalidade, que na realidade não passa de "enlatados" de qualidade pior que o que se faz fora do país. 
Chato é que os jovens da periferia são seduzidos por uma "febre cultural" com a história idiota do funk "ostentação", apenas um arremedo piorado do que se faz em guetos fora do país.
Gosto de dizer que não sou saudosista, mas gosto de música de boa qualidade, pelo menos a meu ver. Lembro perfeitamente de várias entrevistas do Agnaldo Timóteo criticando intérpretes como Maria Betãnia e Gal Costa, que fizeram sucesso com canções antigas, mas que quando ele gravava não acontecia o mesmo. Arrogante como ele só, Timóteo se acha o bom, o dono da voz, mas seu trabalho tem muitos questionamentos. Eu mesmo, particularmente, o acho um chato e seu trabalho, mais chato ainda.
Música boa é um conjunto: letra, m´música, arranjo, voz. Não basta botar um vozeirão com um  violão que se imagina bem tocado e achar que "é o cara". Peraí, meu. Não é bem assim!
Enfim, em mais de 20 anos pouca coisa apareceu. Nossos ídolos, que ainda são os mesmos,  estão envelhecidos, pouco produzem, vivem a maioria deles com os sucessos que só tocam em emissoras especiais.
Infelizmente, dos grandes ídolos,  alguns acham que têm que entrar no modismo e terminam até repetindo a mesmice dos "compositores" atuais, com uma falta de criatividade que dá dó, como o "Abraçaço" do Caetano, que considero um excelente letrista, um grande cantor, mas que aos 72 anos faz uma tolice em um CD que deixa envergonhado quem gosta de sua obra.
Precisamos renovar, com novos talentos fazendo e acontecendo com um som brasileiro de qualidade, insisto. E os antigos ídolos ou param, se aposentam ou voltam a trabalhar letras e músicas de qualidade. Não com música de laboratório, mas com letras e músicas pensadas, que possam mostrar que ainda somos os melhores do mundo na arte de fazer música.

Um comentário:

  1. DOM TOMÁS BALDUÍNO, PRESENTE!
    Algumas frases marcantes do “o bispo da reforma agrária e dos indígenas”:
    1 Sobre a política econômica do governo do Lula e PT, “em pouco ou nada contribuía para as mudanças almejadas pela nação brasileira”;
    Nota. Nesse ponto, os números falam por si só: se o governo de FHC e do PSDB havia sentado 59.500 famílias em seu primeiro ano de e fechou seu mandato com apenas 3.532 imóveis rurais desapropriados para fim de reforma agrária, com uma média de 45 mil assentados por ano, Lula e o PT, mesmo com toda a expectativa e apoio dos trabalhadores sem-terra, haviam assentado apenas 36 mil famílias em seu primeiro ano de mandato, o menor número de famílias assentadas em um primeiro ano de mandato desde a era Collor. No final do mandato de Lula, foram feitos apenas 1990 decretos de desapropriação para a reforma agrária.
    2 Em defesa das ocupações do MST, “Diante de governantes surdos, só mesmo uma sacudidela violenta”.
    3 Como importante representante da Teologia da Libertação, respondia em tom de brincadeira aos setores mais conservadores da igreja católica que, “se a Teologia da Libertação morreu, não me convidaram para o enterro”.
    Por fim, em consideração a trajetória de Dom Tomás Balduíno, todos os lutadores por justiça social no dia 02 de maio de 2014 ergueram seus braços disseram: “Dom Tomás Balduíno, presente!”

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