terça-feira, 8 de janeiro de 2019

DESTINO IMPREVISÍVEL

Seu Américo, que na realidade era tenente da Aeronáutica, queria que os três filhos seguissem, como ele, a carreira militar. Os meninos, Stelio, Silvano e Sandro estudaram em colégio militar e religioso. Cariocas, de Realengo, eram meninos tidos como bonitos, bem criados e muito educados. mesmo filhos de pais classe média, faziam amizade com todos, embora não fossem de sair para a rua pra jogar futebol, empinar pipa e outras brincadeiras naturais que todos garoto de bairro coloca em primeiro lugar da vida.
Aos 15 anos de Stelio, o mais velho, vieram para Belém. O pai, já reformado, montou ma empresa de material de construção para ão ficar parado.
-Quero que meus filhos estudem, se formem. Já que não querem seguir a carreira militar, que era um de meus sonhos, tudo bem. O destino das pessoas quem manda é elas. Eu queria, mas nem o Stelio, que é o meu primeiro, quer, paciência -resignava-se seu Américo, pai dos meninos. Um homem ainda muito jovem, com menos de 50 anos. Aposentara-se da Aeronáutica por causa de problemas na coluna, o que lhe fazia sentir muitas dores. -Mas não vou me operar. Não quero ficar aleijado -falava sempre para os poucos amigos  que tinha feito em Belém, terra de sua esposa, dona Carmem.
Com 17 anos Stelio concluiu o segundo grau e, compenetrado que era nos estudos, fez o Convênio e enfrentou o vestibular para Engenharia Civil, sonho dos pais e também dele, um craque em matemática.
Não foi daquela vez que seu Américo e dona Carmem comemoraram a chegada á universidade do filho primogênito. Não reclamaram muito, mas entre si, demonstraram insatisfação, mesmo porque Stélio, souberam, estava namorando uma menina do Convênio, Rita, da mesma idade dele.
Rita era morena, educada, demonstrava muito carinho por Stelio, que correspondia. os pais quando descobriram atribuíram á moça o fracasso no vestibular.
-Não sei por que seus pais reclamam de você não ter passado. os meus ao chiaram muito, não. Somos muito jovens ainda, temos a vida toda pela frente -tentava conformar o namorado Rita, demosntrando experiencia nos seus 17 anos.
Já Stelio ficara triste por não ter passado, conversara com a mãe, que falara sobre o namoro, garantindo que isso iria prejudicá-lo novamente.
-Pode ter certeza, meu filho, se você não parar com esse namoro, vai se dar mal de novo. Primeiro os estudos, depois o namoro -insistia dona Carmem, preocupada em ver o filho muitas vezes pelos cantos da casa, cabisbaixo. E de uma coisa ela tinha razão: bastava Stélio brigar com Rita, ter uma pequena discussão, que ele ficava triste e nem comer direito, comia.
No Cursinho Stelio procurava fazer sua parte e garantia que Rita não lhe atrapalhava. Resolveram até fazer um acordo: "vamos estudar juntos e passar esse ano no vestibular, você pra Odontologia e eu pra Engenharia. Vamos mostrar ao papai e à mamãe  que temos responsabilidade. Mesmo porque, papai já garantiu o meu carro s eu passar. Já pensou, com 18 anos eu ter meu carro? -sonhava acordado o jovem Stélio com sua amada Rita, já pensando nos passeios que fariam dentro de pouquíssimo tempo.
Stelio decidiu que iria passar no vestibular. Não era somente pela promessa do carro, que ele sabia que o pai cumpriria, mas era porque tinha um compromisso também com Rita, que não pretendia fiar por baixo na empreitada e chegar à Universidade.
Veio o vestibular e os dois fizeram. Stélio demonstrava um certo receio, puro nervosismo ele mesmo admitia, porque em seu íntimo tinha certeza de que estava preparado. O mesmo acontecia com Rita. Era uma das primeiras da classe. Dedicada e atenta aos professores. Nas noitadas que antecederam às provas, ficavam juntos e até aproveitavam alguns intervalos para namorar. 
Seria praticamente impossível que os dois mão tivessem sucesso.
Conferiram o gabarito e o resultado foi positivo para Stélio. E muito bem colocado. Um dos primeiros. Nota altíssima. Rita bateu na trave, mas não deu. Chorou um pouco, mas conformou-se.
Para Rita, seu amado passando já era o suficiente.
Seu Américo e dona Carmem fizeram uma grande festa para comemorar o sucesso do filho Stélio no vestibular para Engenharia Civil. O primeiro dos três filhos já estava encaminhado. -Graças a Deus minhas preces foram ouvida -agradecia a fervorosa dona Carmem. Seu Américo ficou radiante que até tomou um vinho, já que não era de beber.
No outro dia entregou a chave ao filho Stélio, que já tinha carteira. O Fiat Uno estava na concessionária para o próprio filho, que já possuía carteira, ia pegar. Stélio agradeceu muito, beijou os pais, e fi pegar o carro. Sua intenção, segundo falara, era dá uma primeira volta com a namorada Rita.
Chave nas mãos, documento do carro, Stélio ruma à locadora e pega o veículo, na cor que sempre sonhara. Bege, bem clarinho. Entrou, sorriu e saiu dirigindo. Quando chegou mais ou menos no terceiro quarteirão depois da locadora, um caminhão apressado o pegou de cheio. O carro desgovernado deu de encontro a um muro, fazendo Stélio ser cuspido à uma distância de quase três metros. Os que presenciaram o terrível acidente, garantiram que Stélio teve morte imediata. Como o fato aconteceu numa parte central da cidade, perto do bairro do Umarizal, Stélio foi socorrido mas todos foram unânimes em dizer que já chegou no PSM sem vida.
A notícia chego logo para s pais que correram para o local e viram o estado do carro zero quilômetro: todo destruído. Pelo que viram, logo entenderam que era praticamente impossível Stélio ter sobrevivido. Rumaram ao PSM e receberam a triste notícia do falecimento do filho. Dona Carmem não suportou e desmaiou. Seu Américo teve um pique de pressão e tece que ser atendido às pressas.
Ritinha só soube duas horas depois. Através de uma amiga que lhe participou por ter ouvido no rádio.
Os dois irmãos de Stelio, Silvamo e Sandro, inconsoláveis, tiveram que cuidar de todos os procedimentos para o velório e enterro do irmão querido. 
Dois meses depois os pais de Stélio voltaram definitivamente para o Rio de Janeiro. os filhos, Sandro e silvano, permaneceram ainda até o final do ano em belém, para conclusão dos estudos. Depois rumaram para o Rio. 
A família ficou praticamente destruída com a morte prematura do primeiro filho. O casal, segundo  alguns amigos, se recolheu a uma Chácara no estado do Rio. Perderam -Seu Américo e Dona Carmem -um pedaço de suas vidas. Os dois outros filhos deram sequência ás suas vidas.
Ritinha passou por maus momentos. Parou de estudar, só voltando dois aos depois. Formou-se em Odontologia como era seu sonho.

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