quarta-feira, 7 de julho de 2010

CON LA PERMISSION DEL COMPÃNERO NERUDA

Qual foi o garoto que como eu não amou Beatles e Roling Stones?
que não se entusiasmou ao ponto da empolgação quando viu e ouviu Caetano Veloso
enraivecido fazer aquele fantástico discurso ao ser vaiado quando cantou "É proibido proibir?";
e não vibrou com o  "Cérebro eletrônico"  (aquele que fazia quase tudo), de Gilberto Gil?;
ou com o "Maracatu Atômico" do Jorge Mautner, misto de bruxo, escritor, poeta, cantor,
tradutor, músico (e mais uma porrada de coisas!),
mas que para os homens de 64 não passava  simplesmente de um "agitador"?
ou mesmo Gil cantando livre, leve e solto
a canção política (belíssima, por sinal!) "A Roda" ou  "Manhã Tropical"?
Barbudo, com uma roupa típicamente indiana, Gil, logo depois
partiu para um exílio em Londres.
Antes, porém, convidado pelo Velho Guerreiro, despediu-se do povo brasileiro
com a fenomenal "Aquele Abraço", aquela em que dizia:
"meu caminho pelo mundo, eu mesmo traço, a Bahia já me deu régua e compasso".
Quem não ouviu, dançou, comprou e até hoje guarda o
original Thriller", de Michael Jackson?
quem não sofreu ao ponto de chorar com os geniais craques da seleção de 82
que não conseguiram ganhar aquela Copa?
quem não assistiu ao lindo filme "Ao mestre, com carinho",
obra prima com o primeiro ator negro a desbancar Hollyood", o mestre Sidney Poitier?
e amou a beleza de Catherine Deneuve em "A Bela da tarde"?
e enlevou-se noites e noites a sonhar com o desnudo
(para não dizer belamente exuberante!) corpo mais que perfeito
de La Bardot em "E Deus fez a mulher"? e quem não se empolgou
(depois de ver a seleção de 70, a melhor de todos os tempos),
o Carrossel holandês, também chamado de "Laranja Mecânica",
em homenagem ao ultramoderno filme do genial Stanley Kubrick?
quem não chorou de emoção com a volta dos anistiados, como Arraes
e Brizola, o último a chegar? quem não foi às ruas, a partir de 89, para eleger Lula
tantas vezes fosse necessário? e quem não foi às ruas
para tirar Collor da presidencia(e tirou!)?
É, que  me perdoe o camarada chileno Pablo Neruda, mas também "Confesso que vivi".

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