terça-feira, 6 de julho de 2010

EM TEMPO DE SECAÇÃO (A MARADONA)

Entendo perfeitamente o porquê de Maradona ter sido ovacionado por parte de torcedores argentinos em sua chegada a Buenos Aires. Para muitos argentinos, povo carente de ídolos, já que Eva Perón maior ícone dos “hermanos” morreu na década de 50 (e seu marido, Domingos Perón, ditador argentino faleceu depois da volta do exílio na Espanha e ser presidente novamente, na década de 70), Diego Maradona é um deus, ídolo maior de quem tem hoje a muito poucos a reverenciar. Diego Maradona foi sem dúvida um grande jogador. Mas jamais alguém com sã consciência poderá compará-lo ao “Atleta do Século”, maior jogador de futebol de todos os tempos, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Como Maradona tivemos vários por nossas bandas, tipo Zico, Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Rivelino, Gerson, Paulo César Caju, Romário e muitos outros. Foram atletas que fizeram talvez muito mais pelo Brasil do que Diego fez por sua Argentina para virar “deus”. E são para nós atletas normais, ídolos, mas não “deuses”. Mas por que não são endeusados como Maradona? Porque temos ídolos demais, em todos os esportes, em todos os segmentos da sociedade. Outra, estamos acostumados ao sucesso, principalmente no futebol. Temos cinco títulos mundiais, dois deles seguidos (58 e 62). Temos (ainda) o maior artilheiro de Copas do Mundo, Ronaldo com 15 gols. E tem mais: não temos hábito de perder, por isso não gostamos. E na derrota, são 180 milhões chateados, tristes e prontos para xingar a qualquer técnico. Vejam Zagalo. Campeão como jogador, treinador, supervisor e tudo mais, dono de cinco títulos mundiais e tem muita gente que não suporta o velho Lobo. Bem diferente da Argentina, que com seus 30 milhões de habitantes endeusam qualquer um e até vibram com a derrota. No Brasil são 180 milhões, caros navegantes! Enquanto os 30 milhões de lá torciam por D. Diego Maradona, pelas bandas de cá, uma bagatela de 180 milhões (pentacampeões mundiais!) “secavam” de com força os comandados do “Pibe”. Então rapaziada, dá para entender quem está acostumado a não ganhar!
P.S.: para efeito de dados: pesquisa mostrou que 59 por cento dos argentinos não querem mais Maradona na Seleção. Parece que a “claquete” dele está se reduzindo.

Um comentário:

  1. Brasileiro gosta de ganhar,e só.
    Quanto ao Maradona,próximo ano podemos dar um Adeus para ele,pois nessa copa,não fez um bom trabalho como técnico,além de sempre estar "atuando" nos jogos,não tinha muita estratégia tática.

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