Homem que é homem chora!

Essa foi "o fim da picada", como se dizia há algum tempo atrás: por terem chorado após a vitória nas penalidades sobre o Uruguai, jogadores da Seleção Brasileira e até o técnico Luis Felipe Scolari, vão ter que ser consultados com um psicólogo.

Pela linha de fundo! Quer dizer que não se pode mais chorar de alegria, de tristeza, de emoção? Só porque somos homens? 

A primeira bronca veio do capitão do tri, Carlos Alberto Torres, um tremendo machista, que criticou a atitude do zagueiro Thiago Silva, para ele, "fraco, e sem condições psicológicas de disputar uma partida pela Seleção". Que que é isso, meu capitão? O cara é um ser humano, de carne e osso, não tem ferro (a não ser nos dentes, talvez). Essa história de que "homem que é homem não chora" (como falou o Martinho da Vila em uma de sua músicas), é conversa fiada. Homem que é homem chora, sim! 

Sempre chorei. Seja de alegria, de emoção por um fato novo, de tristeza. Choro, e acho normal quando um amigo, por qualquer motivo, chora. Qual o problema? Isso não tira nem aumenta a masculinidade, tampouco, a meu ver, não tem nada de psicológico. 

Scolari, que acho que é machista até demais, deveria não ter aceitado essa interferência, principalmente dos órgãos de Imprensa, que ficaram criticando os atletas brasileiros por chorarem após a difícil vitória.

Ora, a partida foi vencida "no choro", por que então não chorar?

Quero que a nossa Seleção vença o jogo de sexta-feira. E se for "no choro", na base do sofrimento, difícil, os jogadores podem (e devem) chorar. O time todo. E chora para a Imprensa ver e aprender a respeitar homem que chora. Talvez assim, todos parem com essa frescura!