quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Fundo de Quintal: samba de quilate!

Gosto dessa turma do Grupo Fundo de Quintal. Foi mais ou menos no final da década de 70 para 80, que conheci Zeca Pagodinho e o Fundo de Quintal. Embora já soubesse da existência do grupo, inclusive com a participação de Jorge Aragão, não tinha tido a oportunidade de ouvir a rapaziada o bastante para saber se era um grupo de sambistas ou de "sambeiros", como os surgidos aos montes na década de 90. Me impressionei com a instrumentação, a concatenação e o jogo de vozes e, principal:mente com o samba no pé da maioria dos componentes. Quando comprei o primeiro disco de Zeca Pagodinho (também foi o único, pois acho que o Zeca virou um cantor de qualquer bobagem, sem critério para as gravações) e assisti a uma entrevista do Fundo de Quintal falando positivamente sobre o cantor de Xerém, aproveitei para levar também um LP do grupo. Maravilhosos! Hoje guardo os dois LPs como relíquias, pois acho que foi o melhor disco de Zeca Pagodinho ("Judia de mim", "Casal sem vergonha", "Iaiá") onde tudo indica que as músicas ao  que parece foram perfeitamente escolhidas. Aliás isso é um fato. Sempre o primeiro disco é recheado de coisas boas e quase sempre é o melhor ou um dos melhores da carreira de qualquer artista.
Com o Grupo Fundo de Quintal aconteceu mais ou menos a mesma coisa. Ubirani, Bira Presidente, Sereno e o grande Sombrinha, são sambistas de um altíssimo quilate, daqueles que procuram fazer sempre um trabalho que possa merecer os louvores de mestres como Paulinho da Viola, Martinho da Vila  e da madrinha deles, a grande Beth Carvalho.Uma boa pedida a presença do Grupo Fundo de Quintal  fazendo show em nossa capital.
 Sobre o Samba e sambistas, costumo dizer que gosto de samba. Não tem essa de afirmar e querer nos meter goela abaixo que pagode é samba, ou que tudo é a mesma coisa. Calma lá. O samba é um só. Agora pagodeiro, sambeiro, que faz sucesso por causa dos ternos bem talhados jamais representarão o velho e tradicional samba. Que fez história com nomes como Monarco, Jorge Aragão, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Martinho da Vila e o grande mestre João Nogueira. Aliás, dessa nova geração vale a pena ouvir Diogo Nogueira, filho do João. O cara além de voz muito semelhante ao pai, escolhe e valoriza seu repertório. É bom que Diogo não caia na mesmice que caiu Zeca Pagodinho, que passou de grande cantor e compositor a um simples intérprete sem nenhum critério.

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