terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Juiz que discrimina "Maria da Penha" quer voltar. Pode?

Será que o juiz Edilson Rumbelsperger tem condições de desempenhar suas funções no Conselho Nacional de Justiça? Rumbelsperger foi afastado de suas funções ano passado, por fazer declarações preconceituosas contra a Lei Maria da Penha. e agora inconformado, acaba de entrar com um mandado de segurança no STF na tentativa de anular a decisão que o impede de trabalhar. 
O juiz ano passado respondeu a processo administrativo que resultou em seu afastamento de suas funções por um período de dois anos por ter feito considerações preconceituosas e discriminatórias às mulheres em sentença proferida em 2007. Na sentença,  Edilson Rumbelsperger se refere à Lei Maria da Penha como "um monstrengo" e "um conjunto de regras diabólicas". Agora, assinado pela Associação dos Magistrados Mineiros, o juiz quer voltar a exercer suas funções, usando a assertiva de que "foi mal interpretado".
Muito fácil o corporativismo da Associação dos Magistrados Mineiros em defender alguém que além de discriminar as mulheres demonstrou em suas palavras preconceito demasiado contra uma Lei que ficou famosa por a pessoa que é homenageada simbólicamente, a biofarmacêutica Maria da Penha, ter tido  a coragem de denunciar as atrocidades que sofreu de seu marido,  professor universitário  colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, que  tentou matá-la várias vezes e que numa delas culminou com um tiro que a deixou paraplégica em 1983.
É isso aí. Não precisa nem legenda!
Espera-se que o STF não absorva  o pedido da Associação mineira e  que não conceda que um ser que desempenha uma função que deveria ver a justiça prevalecer em todos os sentidos como prioridade, é capaz de discriminar e usar do preconceito, principalmente no caso das mulheres, quando se sabe que apesar da Lei já existir há quatro anos, as companheiras continuam sendo vítimas diárias de todo tipo de  violência, inclusive  até  entro de seu próprio lar.
Edilson Rumbelsperger deve ter lido o livro "Extermínio de homens", do ex-marido de Maria da Penha, Marco Antonio Heredia, onde o criminoso relata que foi uma vítima de Maria da Penha, embora suas filhas com a biofarmacêutica tenham sofrido, como a mãe, todo tipo de agressão e até espancamentos por parte do pai, e juntamente com a própria Maria da Penha, que padece hoje numa cadeira de rodas, sejam as maiores testemunhas contra o ex-professor, que só foi preso após 19 anos e só passou dois anos atrás das grades.

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