terça-feira, 19 de novembro de 2013

25 anos sem o deputado João Batista

João Batista (ao centro) com Pedro Batista e Edmilson Rodrigues
Hoje, 19 de Novembro, há exatos 25 anos, era brutalmente assassinado em Belém o deputado estadual João Carlos Batista, socialista militante do PSB.
Lembro que estava em casa, tipo 18h30, esperando o jantar, quando em edição especial a televisão anuncia a morte do deputado.
Surpreso, liguei para os amigos do gabinete e rumei para onde estava o corpo. Encontrei sua companheira Sandra e dezenas de companheiros de vários partidos que estavam lá, agitando bandeiras, gritando palavras de ordem,cobrando justiça pelo assassinato de Batista.
Batista era um parlamentar reconhecidamente guerreiro, um socialista convicto que brigava pelas mudanças sociais, por isso respeitado por todos os parlamentares de esquerda e até de direita, que viam no jovem parlamentar a bravura de um político determinado e com comprometimento com todas as lutas populares, no interior e na capital, Belém.
Quase todos os dias estava no gabinete do deputado João Batista. Escrevendo um texto, pautando algumas matérias ou fotografias para o jornal que fazíamos no gabinete e que era o responsável editorial, juntamente com Pedro Batista, Toninho e ele, principalmente, que dava o teor do material que seria publicado.
Fizemos várias edições do "Trincheira Socialista", cuja tiragem era de 5 mil exemplares. E era todo distribuído pelos municípios que ele corria todos os finais de semana, atuando como advogado de posseiros, de pequenos proprietários de terras e nos sindicatos de trabalhadores rurais.
Era comum normalmente caravanas de trabalhadores rurais em seu gabinete, e era sempre um corre-corre para encontrar cadeiras para todos. Ninguém deixava de ser atendido pelo deputado Batista, que era querido pelos agricultores de Ipixuna, Paragominas, Don Eliseu, enfim por todo o sul do Pará.
Batista era uma pessoa de hábitos simples. Por não beber e não fumar, só era dedicado à família e à politica.
Seu brutal assassinato praticamente na porta de sua casa, no Edifício Urca, na Gentil, deixou uma lacuna enorme na política paraense, principalmente pelo seu estilo de atuar politicamente, com muita dedicação e comprometimento com as causas populares, tanto do campo como da cidade.
Neste momento em que seu irmão e grande companheiro Pedro César Batista, escritor e jornalista dos mais atuantes nos movimentos políticos e culturais do país se prepara para uma maratona de ações em vários municípios e também em Belém pelos 25 anos da morte do deputado João Batista, este escriba se solidariza na dor e na sua sua luta pela reforma agrária, pelo direito à moradia e pela realização de todos os sonhos de João Batista, que eram de um país livre, sem miséria, com o povo conquistando seu espaço na cidade e no campo, sempre em busca da verdadeira felicidade.

2 comentários:

  1. Eu lembro muito bem do assassinato do João Batista, pois eu residia no Urca a época e, logo após ouvir os tiros, corri para a janela e ainda o vi dentro do carro. Porém, ele foi assassinado no dia 6 de dezembro de 1988, e nao em 19 de novembro. Lembro que neste dia havia muita gente no hall do predio pois haveria reunião do condomínio. Lembro, também, que ele sempre andava com a família e sempre levava as filhas para tomar sorvete na antiga sorveteria Yby na gentil com a castelo. Depois deste acontecimento é que foi erguida uma guarita de segurança no condomínio. O Conjunto Urca (o qual morei por 17 anos) ficou marcado para sempre com este triste acontecimento.

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  2. Na verdade ontem foi o aniversario do Batista. Ontem ele completaria 61 anos. O assassinato foi no dia 6, realmente. Valeu pela lembrança.

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