segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Pará continua a perder espaço no futebol

A velha máxima que diz "quem foi rei, sempre será majestade", não cabe, pelo menos no momento, para nosso combalido futebol.
Com cinco títulos nacionais,  o Pará ainda é o estado do Norte com maior destaque no futebol, mas  fazendo um comparativo com alguns estados do Nordeste, que sempre estiveram no mesmo patamar do nosso, tanto em títulos, como em torcida e equipes de qualidade, hoje estamos perdendo feio.
 O Paysandu, que é o representante do estado com maior destaque, já que é o único que disputa Série B, está ameaçado de queda, ou seja, na zona de rebaixamento e com a permanência por um fio. A equipe bicolor, que já ganhou dois Campeonatos Brasileiros da Série B e uma Copa dos Campeões, faz uma das piores campanhas de sua história, tendo até o presente disputado 33 partidas, vencido apenas nove, com 35 pontos, média de pouco mais de um ponto por partida. O time em 2013 nunca esteve bem, esteve sempre entre os últimos colocados. Passou a maior parte das 33 partidas na zona de rebaixamento.
Agora, restando apenas cinco partidas, três em casa e duas fora, o Paysandu precisa vencer as três dentro de casa e fora empatar pelo menos uma. Todos são unânimes em dizer que a equipe jamais conseguirá isso, pois está desacreditada por dirigentes, torcedores, jogadores e até pelo técnico, que falou à Imprensa que depois da última partida quase não retorna mais a Belém: "se perco ia ficar logo em São Paulo".
Mas se a crise do Paysandu é grande, a do Clube do Remo é bem pior. Sem disputar nenhum campeonato brasileiro, o Remo ano passado ainda conseguiu entrar na Série D na vaga do Cametá. A campanha foi um fiasco, teve um péssimo aproveitamento.
Este ano, o time azulino queria entrar de qualquer maneira na sofrível Série D. Primeiro tentou com o Paragominas, que era o dono da vaga, não tendo sucesso. Depois, ficou tentando com equipes de outros estados do Norte. Enviou dirigentes para outros estado no sentido de comprar de qualquer maneira uma vaga. Tudo gorou e dizem que o Remo ainda chegou a perder uma grande quantia em dinheiro por ter adiantado a algum clube.
A crise no futebol paraense atinge dos de maiores torcidas -Remo e Paysandu- aos de municípios do interior, que com a interiorização feita pela FPF, passaram a disputar o Paraense e ter direitos iguais. Por exemplo, o time que ganhou a vaga na Série D, o Paragominas, fez até uma campanha regular, mas por incompetência de dirigentes, perdeu seis pontos no "tapetão" e foi desclassificado. "Perdemos" até para dirigentes.
O Águia de Marabá, outra equipe interiorana, está na Série C, mas fez uma campanha das mais regulares. Mesmo mantendo-se na Série C , deixa claro que é uma equipe sem futuro, por falta de investimento, de não ter um estádio bom e principalmente por não ter tradição nem torcida.
O outro clube tradicional da capital, com 110 anos, a Tuna Luso Brasileira, campeã Brasileira duas vezes -1985 e 1992- amarga uma crise das piores, também. Há 25 anos que não ganha um título regional, e está no momento lutando para voltar à elite do futebol, pois caiu ano passado e para subir necessita classificar-se em primeiro ou segundo lugar numa acirrada disputa entre oito equipes.
Para quem já ganhou vários títulos nacionais, foi campeão de renda na Série C, quem era quase imbatível no Norte e sempre vencia as equipes do Nordeste que vinham a Belém, o futebol paraense hoje está cambaleante, com certeza vivendo uma de suas maiores crises.. 
Pará já foi bem mais forte no futebol 
Equipes que sempre foram rivais dos times paraenses como as do Ceará, hoje estão na Série B, como Ceará Sporting e o Icasa -este último com chances de subir para a Série A. O Fortaleza, outra grande equipe cearense, está na Série C e o estado ainda tem mais dois times disputando a Série D. Quer dizer, em futebol, estão bem à frente do Pará.
O Maranhão, que sempre foi inferior ao Pará em futebol, como também a Paraíba, hoje estão avançando, já que o Sampaio Correia foi campeão ano passado da Série C e este ano subiu para a D, enquanto a Parábia, através do Botafogo, foi campeã da Série D.
Na Bahia,  os dois principais times estão na Série A e seguros, não têm mais perigo de cair nem Bahia nem Vitória.
Em Pernambuco, o Santa Cruz subiu para a Série B, e embora o Náutico tenha caído da Série A para a B no próximo ano, o Sport está na Série B, mas como está no G-4, tranquilamente poderá estar na Série A no próximo ano.
O Pará tem que reconquistar sua hegemonia no esporte mais popular do Brasil. Remo, Paysandu e Tuna, as três maiores equipes do Estado do Pará e do Norte, têm que fazer um trabalho sério, a partir da base, para voltarem a ser destaque no Norte, no Nordeste e no Brasil, pois as três já estiveram na Série A, e se hoje amargam o sofrimento de uma delas não estar nem no Paraense, é por culpa de maus gestores, que sem comprometimento, deixam a coisa acontecer, desrespeitando principalmente aquele que é o maior patrimônio de qualquer clube: o torcedor.

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