terça-feira, 5 de junho de 2012

Cachoeira e Demóstenes: destinos traçados

As evidências de parceria, envolvimento em falcatruas e beneficiamento próprio entre o senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlinhos Cachoeira são tão grandes, que é praticamente impossível que o ex-ético parlamentar goiano, eleito pelo DEM e hoje sem partido, escape da cassação.
Em seu depoimento no Senado em que falou aos seus pares e foi bombardeado até pelo seu colega senador paraense Mário Couto -outrora também ligado ao jogo do bicho-, Demóstenes mostrou-se conformado com seu destino e poucas vezes quis ensaiar uma possível defesa ou mesmo tentar convencer  de que é inocente.
Editoriais e artigos em jornais e revistas mostram que parte da Imprensa não está acreditando muito na condenação do senador, tampouco de seu amigo contraventor Carlinhos Cachoeira. Muitos acham que na hora H os pares de Demóstenes no senado não terão coragem de votar pela cassação do amigo, que em toda a sua vida mostrou ser um paladino da decência e da ética, mas que em pouco -aliás pouquíssimo- tempo quando sua verdadeira identidade veio à tona, o senador  passou a ser visto pelos seus pares, pelo povo de seu estado e por todo os brasileiros como um simples meliante, capaz de provocar a ira de um ex-amigo, o deputado Sílvio Costa, que perdeu a linha e abusou das grosserias. A outrora arrogância e prepotência -que quando soltava sua metralhadora em cima de seus inimigos, como os ficha sujas, fazia o senado tremer- deu lugar a um cordeiro cabisbaixo, humilhado, que chegou a pedir para usar o expediente de ficar calado.
Pelo desenrolar desse filme lamentável, que a cada dia mostra cenas mais fantásticas, é que acredito que Cachoeira vai terminar onde está: na cadeia e o senador Demóstenes, embora alguns não acreditem, já é uma carta fora do baralho. E, a ironia: quem assume sua vaga no Senado é o ex-marido da mulher de Carlinhos Cachoeira.

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