sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Morre Fernando Lyra, um grande democrata

A morte do ex-Ministro da Justiça e ex-Deputado Federal Fernando Lyra deixa um vácuo na política brasileira. Lyra era um político que podemos dizer "fora de moda", devido, principalmente,  seus compromissos  com os direitos humanos, com  a democracia  e com  os movimentos sociais.
Como político, Fernando Lyra, que este escriba teve a oportunidade de conhecer em Brasília, sempre foi um político de um lado só, como costumava dizer na época em que militou pelo antigo MDB e depois no grupo dos autênticos peemedebistas,  ao lado de Francisco Pinto, Amaury Muller, Paulo Brossard, Lisâneas Maciel, Jarbas Vasconcelos e outros.
Fernando Lyra quando parlamentar, sempre teve um comportamento dos mais destacados. Foi uma voz respeitada no Congresso Nacional,  inclusive pela direita, na época representada pela Arena e depois pelo PDS, autênticos defensores do regime de força que vigorou no país por longos 25 anos.  Era tido pelos seus colegas peemedebistas mais conservadores, como um homem de diálogo e sábio no seu ideário e pensamento político. A máxima "muda-se de partido, mas não de lado" era atribuída a ele.
Fernando Lyra foi o primeiro ministro da Justiça da redemocratização do país, tendo colaborado por um ano com o governo de José Sarney, que substituiu Tancredo Neves. Na oportunidade, lutou incansavelmente pelos direitos humanos e pela liberdade de imprensa, tendo sido o principal responsável pelo fim da censura oficial, que foi um passo fundamental na reconquista da liberdade de expressão no Brasil. Lyra era muito ligado aos movimentos políticos dos povos árabes, principalmente iraquianos e palestinos.
Com a morte de Fernando Lyra o estado de Pernambuco e o Brasil perderam um baluarte da democracia.

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