quarta-feira, 8 de maio de 2013

A saga da Legião Urbana se repete

Impressionante a força que o cantor e compositor Renato Russo ainda exerce sobre os jovens. Morto aos 36 anos, em 1996, Renato Russo, fundador e líder da banda Legião Urbana, resiste ao tempo como o poeta preferido pelos jovens de agora e os dos anos 80, hoje cinquentões, que continuam venerando o roqueiro rebelde.
A febre da banda Legião Urbana voltou de com força graças aos dois filmes recentemente lançados sobre a vida e obra de Renato Russo. "Somos tão jovens", produzido por Antonio Carlos Fontoura, conta a vida do jovem Renato Russo numa Brasília dominada pela burguesia e pelos militares, tem o título inspirado numa canção de grande sucesso da Legião; e "Faroeste caboclo", também título de uma canção da Legião Urbana, conta a saga do casal Maria Lúcia e João de Santo Cristo, ele um jovem baiano que foi tentar a vida em Brasília e que enveredou pelo submundo das drogas.
Detalhe de "Faroeste caboclo", que é a canção mais comprida já composta por Renato, e foi escrita antes mesmo da formação da banda, tipo anos 70. O filme "Faroeste...", é mais ou menos uma ópera rock, e como na música trata de um problema que existiu fortemente entre os jovens do DF nos anos 70, época da adolescência de Renato, mas que é super atual não somente em Brasília, mas em todo o país.
A Legião: Renato, Marcelo Bonfá e Dado Vila Lobos
Os dois filmes são um chama para jovens e adolescentes -o público que foi fissurado pela obra de  Renato Russo-, mas, segundo alguns críticos, os diretores não pretendem com os filmes mitificar Renato Russo, embora o artista e sua banda  ainda sejam recordistas em vendas de discos do país, vendendo tipo 200 mil cópias anualmente
"A música da Legião Urbana e de algumas outras bandas dos anos 80 é atemporal.  Ela retrata uma realidade que não muda, que é a angústia dos adolescentes", diz Artur Dapieve, que é biógrafo de Renato Russo e acha que depois da morte do cantor e compositor, que também era professor de inglês, não surgiu ainda no Brasil um artista que consiga mexer com os jovens como o líder da legião. Já para o produtor Mayrton Bahia, responsável pelo lançamento de várias bandas na década de 80 e 90, a Legião Urbana continua viva porque sua lacuna é difícil de ser preenchida.
Para quem viveu a alegria, irreverência e liberdade das bandas de rock nacionais, principalmente a Legião Urbana -ou até quem viu mas preferiu passar ao largo- este escriba recomenda os dois filmes, mesmo porque, apesar das letras cheias de  juvenibilidade de Renato Russo, a Legião foi, na verdade, a única banda nacional que resistiu ao tempo, graças a um trabalho diferenciado pela criatividade das letras e pelo próprio som dos três rapazes brasilienses, que está eternizado na cabeça dos jovens daquela época -hoje  quarentões e cinquentões-, mas que ainda reflete nos adolescentes de um Brasil do século 21. 

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