sexta-feira, 24 de maio de 2013

Protesto remista é muito justo

A passeata de protesto que a torcida do Remo fez ontem pelas ruas de Belém, reflete bem a que ponto chegou a agremiação que talvez possua a maior torcida do estado do Pará.
Gestões povoadas de irregularidades, venda de parte do patrimônio que foi conquistado com muita luta,  tentativa de venda de outros bens do clube, irresponsabilidade com o jogador formado na base, perda de futuros profissionais por falta de pagamento salarial e mais um série de problemas envolvendo o futebol da agremiação fizeram com que o torcedor, que é um abnegado, explodisse no protesto que fechou uma das principais ruas de Belém.
Todo torcedor de futebol quer vencer, quer títulos. Quanto maior a torcida, mais exigente. E o Remo tem uma torcida que este escriba considera o seu maior patrimônio. Não pode ter gestores que não trabalhem focados no presente e no futuro da equipe. Não pode ter diretores que só pensam em promoção pessoa, cargos políticos.
A  reclamação da torcida azulina, temos que reconhecer, é com justa razão. Há cinco anos que o Clube do Remo não ganha um título, enquanto seu principal adversário, nesse período, ganhou três.
Seu ex-presidente, Amaro Klautau e o atual, Sérgio Cabeça, já demonstraram que não são da área, não conhecem gestão.
Klautau, nos dois anos em que passou como presidente, não conseguiu ganhar um turno do Parazão. Achando pouco o seu "feito", Klautau retirou o escudo do time azulino do alto do pórtico que fica na Almirante Barroso. O escudo era orgulho dos remistas, que quando passavam pela principal avenida da cidade se orgulhavam em mirá-lo.
Com Klautau fora do clube, foi eleito o professor Sérgio Cabeça, remista histórico, mas que em seu primeiro mandato fez uma administração das mais criticadas. Além de não ganhar nada, ainda ficou fora legalmente da Série D, conseguindo a vaga graças a uma "negociata" com o presidente do Cametá, que por seu turno, ficou ameaçado até de morte se voltasse à cidade.
Inteligente e  bom de papo, com apoio de alguns beneméritos e GBs, Cabeça voltou a se candidatar e levou novamente a presidência, desta feita, com o vereador Zeca Pirão como vice. Esse, por sinal, aparece  bem mais que o presidente, que é quem "paga o pato".
Não conseguiu fazer uma boa equipe de futebol em 2013,  perdeu novamente o título paraense, e mesmo que tenha montado uma equipe considerada cara para os nossos padrões, a qualidade técnica. Também não conseguiu a classificação para a humilhante Série D que, infelizmente, é o caminho para uma possível ascensão de qualquer clube.
Sem título, sem Série D, sem calendário para o resto do ano, com um elenco ainda considerado caro, o jeito foi a torcida correr para a forma democrática de protestar, pedindo a "cabeça do Cabeça",além de urgentemente eleições diretas para a diretoria, sugerindo inclusive uma assembléia geral com associados.
Os quase 20 seguranças que guarneciam a sede social do Clube, não conseguiram intimidar a torcida, que
exige que o novo estatuto seja apresentado, votado imediatamente e que sejam convocadas eleições diretas e urgentes.
É um direito do associado. Ele quer votar, quer dividir a responsabilidade na escolha dos gestores do clube, que hoje é só do Conselho.

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