sexta-feira, 4 de março de 2011

Paulo Gustavo

O velho camarada Paulo Gustavo me liga, depois de quase cinco anos de ausência. Faço a reparação: ausência não somente dele, minha também. Paulo Gustavo mudou de cidade, está morando em São Paulo e me ligou depois que encontrou um outro amigo que hospedou-se em um hotel de município litorâneo onde ele passava final de semana. O amigo me ligou e passou o fone para ele.
-Fale as novidades, camarada, como está tua vida? -perguntei
-Levando, saí daquele partido, estou agora em termos de política igual "aquilo" n'água, boiando- respondeu.
Paulo Gustavo referia-se ao partido que resolveu filiar-se, depois que saiu do PT. Ele foi um dos primeiros militantes que conheci, há mais de 30 anos. Foi do PCB, depois filiou-se ao PT, graças à Lula, mas saiu,  transferiu-se para o PSTU. Agora havia deixado o partido do Zé Maria.
-É isso, camarada, mas a saúde, a Estela, enfim, como vai a família?
-Estela? Separei dela já está com quatro anos. As crianças, que não são mais crianças, estão com ela, mas eu vejo todos os meses.
Paulo já está beirando os 50. É engenheiro da Petrobrás e um dos bons companheiros que tive na vida. O telefonema continuou, mesmo porque com essa promoção de 25 centavos qualquer liso demora no DDD.
-Tens vindo pelo Pará?- perguntei.
-Não vou aí está com três anos. Mas agora que te reencontrei vou tirar férias aí, pode me aguardar e anota meus outros telefones.
-Me dá aí, pois agora prometo te ligar todos os meses, podes crer -finalizei.
São muitos os amigos que se dispersam. É chato quando um amigo se ausenta, por um motivo ou outro. Paulo Gustavo sempre foi aquele camarada da bola, da cerveja nos finais de semana e dos papos vendo futebol. Mas a vida caminha, a fila anda e quando nos damos conta, até esquecemos os amigos...
É chato, muito chato isso.

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