
Mulher passa por parede grafitada com mensagem chamando para a "greve geral"
em Lisboa/ foto: Rafael Marchante - Reuters
em Lisboa/ foto: Rafael Marchante - Reuters
A greve geral desta quinta (22) foi convocada pela CGTP (Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses) e é a segunda enfrentada pelo governo conservador de Pedro Passos Coelho desde que chegou ao poder, após as eleições antecipadas de junho de 2011.
O Executivo luso adotou drásticas medidas de arrocho e reformas estruturais, entre elas uma liberalização do mercado de trabalho, para cumprir os requisitos do resgate financeiro de 78 bilhões de euros obtido por Portugal no ano passado.
A mobilização foi convocada “face à ofensiva do capital e do governo, com expressão na tentativa de revisão do Código do Trabalho”, segundo o jornal português Avante!.
“Nos plenários e no contato com os trabalhadores, seja no setor público, seja no setor privado, nota-se o sentimento generalizado de que estamos perante uma das maiores ofensivas contra os seus direitos e que é necessário dar-lhes uma resposta”, disse o Secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos. Esta “tem que ser uma resposta consciente”, até porque “perder um dia de salário pesa no rendimento das famílias”. Acontece que “está também em jogo a nossa dignidade de trabalhadores e de pessoas”, pelo que a CGTP renovou o apelo “a todos os trabalhadores para que, independentemente das suas opções políticas e sindicais, assumam esta luta pela defesa da sua dignidade e pelo futuro dos seus filhos”.
A esclarecer o que perderia cada trabalhador, caso as medidas do governo tenham continuidade, Arménio Carlos apresentou cálculos para um salário de 800 euros. Com a redução do valor do trabalho extraordinário, fazendo 130 horas extra em um ano, perderia 972 euros. Com o “banco de horas”, a perda seria de cerca de três mil euros. E teria ainda que trabalhar quatro dias feriados e três dias de férias, sem nada mais receber por isso.
De acordo com o diretor e chefe de redação do jornal russo em português, Pravda, Timothy Bancroft-Hinchey, essa greve é “fruto da frustração sentida pela maioria da população, face a uma gestão econômica e social desastrosa, desumana e vergonhosa, seguindo uma linha idiota que dita que se retirar dinheiro da economia, esta vai crescer e a riqueza será distribuída. É uma política imbecilizada seguida por imbecis”.
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