segunda-feira, 22 de julho de 2013

Vovôs do futebol brilham no Brasileirão

O futebol brasileiro, de uns tempos pra cá, habituou-se a repatriar alguns jogadores que brilharam na Europa. Alguns chegam, se aboletam num grande clube, depois penduram as chuteiras ou então vão acabar em um pequeno time do norte ou nordeste, quando não numa pequena equipe da segunda divisão dos campeonatos paulistas, mineiro, carioca, etc.
Mas existem aqueles que no retorno ao Brasil reencontram o verdadeiro futebol que, parece estava dormitando com a chegada da idade da experiência, e acabam dando certo. Daí, mesmo que retornem ao Brasil já com vontade de parar, com o sucesso e o consequente apoio das torcidas, vão gostando e com isso vão demorando ao ponto de nem pensarem em parar.
É o que está acontecendo com jogadores como Seedorf, Zé Roberto, Juninho Paulista, Alex, Ronaldinho Gaúcho além de outros. Todos vieram da Europa, brilharam em várias equipes, enriqueceram e agora de volta à terra natal, desfilam talento, preparo físico e profissionalismo em equipes que outrora marcaram sus vidas, como é o caso de Alex e Juninho.
Seedorf não é brasileiro, é surinamês, mas tem uma enorme afinidade com  o Brasil, pois casou com uma brasileira, e além de outros idiomas como inglês, francês, italiano e holandês, fala fluentemente o português. Aos 37 anos, reencontrou o melhor de sua forma física e técnica no Botafogo, sendo hoje uma espécie de maestro do time da Estrela Solitária, jogando de meia, mas deslocando para os lados e fazendo às vezes de um terceiro atacante, sempre fazendo seus golzinhos de fora da área. É um líder dentro de campo e surpreendeu até este escriba, que acreditava ele estivesse acabado. Um ser humano exemplar, bom companheiro de todos, incentivando os mais novos e mostrando que não é à toa que foi ídolo em várias equipes como Inter de Ajax, Inter de Milão e Milan. Seedorf é hoje o maior ídolo do Botafogo.
Zé Roberto é o mais velho grande jogador em atividades do futebol brasileiro.  Aos 39 anos, completados recentemente, o meia do Grêmio já atuou por várias equipes brasileiras e europeias. Jogou por quase 15 anos na Europa em equipes como Real Madri, Baier Leverkusen, Baiern de Munich, Hamburg SV e já brilha no Grêmio há dois anos.
Além de maestro do meio de campo onde desfila talento com lançamentos longos, é decisivo na cobrança de faltas, escanteios e nos chutes de fora da área. É titular absolut e em cada partida do time gaúcho é tido como um dos melhores se não o melhor em campo.
Alex quando voltou ao Brasil namorou com várias equipes, principalmente o Palmeiras, onde já havia brilhado. Talvez pelo momento que vivia o time periquito, em uma de suas piores fases, resolveu voltar para seu time de coração, o Coritiba. Aos 35 anos e beirando os 36, é um craque com letras maiúsculas. Joga fácil, faz lançamentos, chuta forte e está sempre livre para receber bolas e chutar de fora da área, uma de suas especialidades. É a grande sensação do Coritiba, que no Brasileirão está disparado.
Juninho Pernambucano já havia decidido, há pelo menos um ano, parar com o futebol. Rico, famoso, o maestro que começou no Sport Recife não renovou com o Vasco  no começo do ano, preferindo uma boa proposta do New York Red Bul, dos EUA, para onde partiu pensando em só retornar já aposentado.
Juninho com Dinamite: amizade e respeito
Mas o coração falou mais alto. Jogou pouco, não se aclimatou com a equipe e resolveu voltar. Não sabia, a princípio se encerraria a carreira no Sport, que o lançou, ou no Vasco, onde brilhou, foi ídolo e Rei. Ou melhor, Reizinho. Preferiu o Clube da Colina, onde reestreou ontem, com uma exibição de gala, com um belo gol e o passe para outro. Jogou quase toda a partida, foi o melhor em campo, parecendo um garoto, embora tenha 38 anos. A vitória voltou para os cruzmaltinos, o Reizinho brilhou, sorriu, recebeu e deu abraços. O Vasco agora tem novamente um maestro.Os jogadores já podem cavar faltas. Dinamite sabe que tem um amigo, um excelente jogador e um grande ser humano. E tudo isso a custo zero: Juninho não quer salário até o final da temporada. Um presentão ara o Vascão!
Outros veteranos como Ronaldinho, que aos 33 anos continua brilhando no Atlético Mineiro; Gilberto Silva, que joga como volante ou zagueiro no Grêmio; Paulo Baier, aos 38 anos, que continua fazendo gols pelo Atlético Paranaense; Leo, aos 37 ainda joga na lateral do Santos; Marcelinho Paraiba, aos 38, e que foi o maestro do Boa Esporte no sábado contra o Paysandu ainda têm muita caldo a dar, segundo eles próprios afirmam. São jogadores que se cuidam, que não entram em "barcas", que respeitam a condição física da idade e preferem encerrar a carreira de boa, com a experiência, o talento e o respeito pelo torcedor e pelo time que os recebeu. Porque mesmo sendo chamados de "vovôs", querem continuar brilhando e deixando os netinhos, na maioria das vezes, a ver navios.

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