quarta-feira, 30 de maio de 2012

O jovem Gil aos 70 anos



Parece que foi ontem. Sim. O tempo passou e ninguém percebeu. Gil cabeludo, barbudo, revolucionando tudo, compondo, cantando, agitando, comandando a massa, levantando bandeiras, brigando pela qualidade, pela liberdade, pelo som tropical, genuinamente brasileiro, embora com sotaque africano, latino, nordestino, mas bem baiano, bem brasileiro. 
Os anos passaram, o Brasil mudou, a gente mudou. Mas a música de Gilberto Gil, um dos ícones da canção brasileira, não mudou. Aliás, se mudou foi para melhor.
Não se importou de ser perseguido pelo ditadura, enquadrado pela LSN, expulso do Brasil em 1969, quando na despedida cantou "Aquele abraço", homenageando o Brasil e o povo brasileiro. De teimoso voltou e aqui permaneceu.
Gilberto Passos Gil Moreira, baiano, soteropolitano, filho de médico, administrador de empresas que só teve um emprego na profissão: na Gessy lever. Depois só como Ministro da Cultura. 
Sua mãe previu certo o futuro do filho, quando disse ao garoto Gilberto que ele seria "musgueiro".
Prestes a completar 70 anos, Gil passa pela cabeça deste escriba como um filme, daqueles que agente ver, rever e quer sempre reprisar. O dia será 26 do mês entrante, mas  o marido de dona Flora já começou a comemorar.
Noutras palavras, ele também é muito românico
O primeiro show aconteceu domingo, dia 28, quando, muito emocionado, Gil saiu em lágrimas do palco do Theatro Municipal, onde  durante duas horas fez um memorável espetáculo. Ele bisou, "trisou" e, se dependesse da vontade do público, ainda ficaria por mais algumas horas em cena.Foi um show perfeito, lindo, de muito bom gosto, para uma plateia reverente e respeitosa.  
Do espetáculo vai sair um DVD, que certamente ficará perfeitamente belo com Gil cantando com seus músicos e a Orquestra Petrobras Sinfônica.
Gil em sua carreira de 50 anos passou por várias fases. Foi revolucionário com "Roda", "Cálice" e "Soy loco por ti América"; anti-machista com "Super homem";  religioso com "Se eu quiser falar com Deus"; torcedor de futebol com "Meio de campo", místico com "Bat Macumba" e "Oriente" e por aí afora, cantando as canções de seu temo. O tempo de um jovem cantor-compositor de 70 anos.
Este escriba homenageia Gil com uma de sua canções maís perfeita, em parceira com o amazônida João donato. "A Paz". Linda como ela só, "A Paz" retrata um Gil humanista, cantando com sensibilidade a beleza de um mundo melhor. Um mundo de paz. Curtam, é um presente a Gil e aos seguidores e navegantes do Blog.

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